MotoGP 2024: Sensei Bagnaia domina no Japão
O MotoGP foi ao icónico circuito de Motegi e contou com um enorme fim de semana de Francesco Bagnaia, que viu assim a sua desvantagem encolher de forma significativa. O italiano deu a entender que estaria muito mais confortável em ritmo de corrida do que em qualificação logo na sexta-feira. Foi o mais rápido no FP1, na adaptação ao traçado, mas teve dificuldades a marcar tempos rápidos no treino da tarde, que conta para a qualificação ao Q2. Ainda assim, conseguiu o sétimo melhor tempo. No sábado de manhã voltou a ser o mais rápido, ainda no FP2, mas na qualificação fez o terceiro melhor tempo, tendo sido promovido ao P2 depois da volta apagada a Marc Márquez.
Na sprint, o italiano conseguiu fazer um excelente arranque a conquistou a ponta a Pedro Acosta logo nos metros iniciais da prova. Perdeu a liderança para o rookie na terceira volta e parecia ser incapaz de acompanhar o ritmo do piloto da GasGas-KTM, mas provavelmente porque o espanhol estava a forçar mais que o campeão do mundo. Tanto que Pecco herdou a liderança da prova aquando da queda de Acosta, a partir daí foram 4 voltas a controlar o seu ritmo e o de Bastianini, que vinha a cerca de seis décimos atrás e com vontade de vencer.
Ainda assim, com total maestria, o bicampeão do mundo aguentou a pressão final do companheiro de equipa e de Marc Márquez, vencendo assim a sprint. Foi a sexta vitória em sprint esta época. No domingo, Bagnaia repetiu o arranque de sábado e voltou a passar por Acosta, recebeu oposição do piloto de 20 anos na curva um, mas na dois confirmou o primeiro lugar. Teve de se esforçar durante umas poucas voltas, visto que Acosta vinha com tudo para tentar recuperar a liderança, mas a queda do ‘Tubarão’ na terceira volta deixou um fosso de um segundo para Martín, que Bagnaia só teve de gerir. E geriu de forma perfeita levando o piloto italiano à oitava vitória da temporada. Tornou-se assim o quinto piloto na história a vencer por oito ou mais vezes na mesma época, depois de Valentino Rossi, Marc Márquez, Jorge Lorenzo e Casey Stoner. Um excelente fim de semana para o piloto que 27 anos, que assim, com os 37 pontos conquistados, conseguiu ‘roubar’ 11 pontos a Jorge Martín, estando agora a apenas 10 pontos do piloto da Pramac.
Well and truly in control 👊
Here's a breakdown of @PeccoBagnaia's metronomic pace so far 🔥👌#JapaneseGP 🇯🇵 pic.twitter.com/xdWDBxnLZq
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E por falar de Martín, o que dizer do líder do campeonato que dificultou a sua tarefa com uma terrível qualificação. Apenas 11º à partida para as duas corridas, obrigou o espanhol a ter de se esforçar mais um pouco para chegar aos lugares dianteiros.
Na sprint, com um arranque fantástico, chegou ao quinto lugar e chegou ao quarto com a queda de Acosta, mas não conseguiu ser mais rápido que os pilotos da frente, muito pelo contrário, o ritmo dos quatro primeiros era muito idêntico e nem com a luta nas voltas finais entre Bastianini e Márquez conseguiu tirar partido para tentar uma aproximação aos lugares de pódio. Por isso, o quarto lugar foi o melhor possível para o futuro piloto da Aprilia. Mas melhor fortuna teve na corrida principal, apesar do arranque não ter sido tão bom, aproveitou a confusão entre Binder, Bastianini e Márquez para ultrapassar os últimos dois no “apex” da curva 10. Seguiu na perseguição a Binder e ultrapassou o sul-africano na volta quatro, ao aproveitar a má entrada na reta da meta do piloto da KTM. Em pouco mais de 500 metros, o ‘Martinator’ ganhou duas posições, dado que Acosta caiu no início dessa reta. No segundo posto, o líder do campeonato apontou à vitória, mas o próprio admitiu que o melhor era pensar no campeonato, logo aós “ter tido um susto a três ou quatro voltas do fim”. Por isso, Martín fechou no segundo lugar. Ao todo, aumenta 26 pontos à sua contagem do campeonato, mas perdeu 11 para o principal rival, logo, o piloto não estará contente com este resultado.
Ainda na Ducati, Bastianini e Márquez merecem uma menção honrosa por terem sido os únicos a trazer emoção ao fim de semana. Comecemos por Márquez. O octocampeão do mundo fez um tempo de pole position, mas uma saída de pista retirou-lhe essa volta, obrigando-o a sair da nona posição, com bons arranques, entrou em lutas pelo pódio e ficou no terceiro lugar nas duas provas, sendo que andou à luta com Bastianini em ambas. Bastianini que levou a melhor sobre o piloto da Gresini na sprint, mas não repetiu o feito no domingo, ficando-se pelo quarto posto.
Two bikes completely stuck together 🤯
The race ended early for @alexmarquez73 and @JoanMirOfficial after huge contact 💥#JapaneseGP 🇯🇵 pic.twitter.com/BeUByOtTu7
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Passando para a KTM, a construtora viu, neste fim de semana, a melhor chance de vitória desde Miguel Oliveira em 2022, cair por água abaixo. Pedro Acosta fez a pole position, mas, a eventual pressão de vencer pela primeira vez acabou por ter um efeito negativo no jovem de 20 anos. Foi na gravilha do circuito nipónico que terminou o fim de semana de Acosta, logo, dos possíveis 37 pontos, o piloto fez 0, mas mais importante que isso, pode ter aprendido a lidar com a derrota. Pedro Acosta provou, este fim de semana, ser um piloto estratosférico e as quedas farão dele um melhor piloto. Brad Binder também andou na luta pelo pódio, mas na sprint sofreu uma falha no motor e teve de abandonar. No domingo, o 33 da Red Bull KTM, voltou à luta e com a companhia de Jack Miller, mas um desgaste abismal nos pneus trouxe imensas vibrações à RC16, acabando por ambos sofrerem uma queda de competitividade. Portanto, sexto lugar para o piloto sul-africano e décimo para o australiano foi o melhor possível.
A Aprilia voltou a ter um fim de semana para esquecer. Viñales fez uma boa qualificação e partiu do terceiro posto, mas dois arranques terríveis tiraram a hipótese de um bom resultado logo nos metros iniciais. Para piorar, o piloto sofreu uma queda no domingo e nem sequer pontuou. Espargaró fez sete pontos com o nono lugar, mas é insuficiente para uma equipa que quer vencer regularmente. Além disso, a marca distancia-se cada vez mais da KTM na luta pelo segundo lugar dos construtores.
Quanto às japonesas Yamaha e Honda, não há muito a dizer, rendimento muito abaixo das restantes construtoras culminou em nenhum top-10 para os pilotos. Na questão das equipas, a LCR fica mais uma vez a ganhar em relação à Repsol Honda e a Yamaha volta a ficar mal na fotografia após Quartararo ficar sem combustível na última volta. É a segunda vez nos últimos três grandes prémios que acontece ao piloto francês.
Campeonato de pilotos:
The gap keeps getting smaller 🤏
Only 10 points between @88jorgemartin and @PeccoBagnaia 🤩#JapaneseGP 🇯🇵 pic.twitter.com/i10YFJZb5U
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O próximo Grande Prémio de MotoGP realiza-se de 18 a 20 de outubro, em Phillip Island, Austrália.