MotoGP 2024: Don Marc Márquez, conquistador de Phillip Island
O MotoGP 2024 foi a Phillip Island realizar o 17º Grande Prémio da temporada de 2024. Apesar de não ter sido um clássico do Phillip Island Grand Prix Circuit, a corrida principal contou com uma bela luta pela vitória. E comecemos por aquele que considero o principal destaque do fim de semana: Marc Márquez. O piloto da Gresini “apenas” ganhou a corrida principal. E permitam-me o uso de aspas, porque, na realidade, Jorge Martin teve melhores resultados do que o compatriota, todavia, é da corrida principal que todos se vão lembrar.
Façamos, então, um resumo dos três dias de Márquez. Na sexta-feira, no único treino que houve – o primeiro treino da manhã foi cancelado por causa do mau tempo -, o futuro piloto de fábrica da Ducati liderou e deixou logo a amostra de que poderia ter um fim de semana forte. E assim confirmou na qualificação, no sábado, ao fazer o segundo melhor tempo, apenas atrás do líder do campeonato. Na sprint, o piloto de 31 anos fez em bom arranque, mas um erro na curva um, levou-o para a oitava posição, obrigando a um esforço extra na recuperação.
E, como seria de esperar, Márquez procedeu às ultrapassagens necessárias, chegando à segunda posição. No entanto, os três segundos de atraso para Martín com apenas seis voltas para o fim, impossibilitaram a chegada à liderança. Apesar disso, Márquez abateu quase dois segundos para o piloto da Pramac. No domingo, mais problemas para o octocampeão do mundo. Ao arrancar, o pneu traseiro da sua GP23 passou pela pelicula da viseira que o próprio tinha tirado, levando a uma patinagem da borracha, voltando a perder imensas posições.
Era, portanto, altura de melhorar o que havia feito cerca de 24 horas antes. À sexta volta, o catalão já estava no terceiro posto e pronto para ir atrás de Bagnaia e Martin. Passou pelo italiano, quando o mesmo perdeu a sua breve liderança, seguindo-se o líder do campeonato. Assumiu a liderança a quatro voltas do fim, mas perdeu-a na reta da meta na volta seguinte. Por isso, passou ao seu próprio antidoto e na curva quatro, com uma manobra bastante musculada voltou a ultrapassar o 89 e, desta vez, nunca mais a perdeu. Conquistou a terceira vitória da temporada e aproxima-se de Sete Gibernau e Enea Bastianini como os pilotos com mais vitórias pela equipa (4).
Passemos agora o destaque para os pilotos que estão a lutar pelo campeonato. A começar por Bagnaia. E começo pelo bicampeão do mundo por um simples motivo: quão mau foi o fim de semana do piloto italiano?
Qualificou-se diretamente para a Q2 no treino de sexta, mas expôs imensas dificuldades, desvalorizou-as dizendo que “sabia o que tinha de fazer amanhã (sábado)”. Ora que a qualificação foi abaixo do esperado, com o piloto a fazer apenas a quinta posição e na sprint, não sei até que ponto foi melhor. É certo que ficou em quarto, mas não podemos ignorar o facto de o piloto com o número 1 ter andado a rodar cerca de um segundo mais lento que o seu principal rival. Ainda para mais, Bagnaia chegou a estar em segundo, mas foi incapaz de ser mais rápido do que Marc Márquez e Bastianini.
No domingo, voltou a ser simultaneamente melhor e pior para o piloto. Melhor porque de facto ficou em terceiro, melhorando o resultando, mas ficou a cerca de 10 segundos Marc Márquez. Isso mesmo, a 10 segundos. A dada altura da prova, o bicampeão esteve a nove segundos do quarto classificado, no final, terminou com uma vantagem de 2,8 segundos para o mesmo. Perdeu pontos para o maior rival, mas, pior que isso, leva um enorme ego ferido para o GP da Tailândia.
Quanto a Martín, não fora o fim de semana perfeito, mas mais importante que isso, conquistou 10 pontos ao principal rival. Fez a pole, venceu a sprint com domínio, mas não teve meios para parar Marc Márquez no domingo. No meio de muita pressão, o piloto conseguiu um fim de semana sem erros, sacudindo alguma pressão para o lado vermelho da Ducati.
A Aprilia volta a ter um fim de semana medíocre. Viñales conseguiu extrair alguma competitividade da sua RS24, mas podia ter sido melhor, não fosse abalroado por Bezzechi na sprint. Quanto a Espargaró, as últimas corridas da carreira do piloto não dignificam em nada a sua carreira e esta não foi exceção. Sai do circuito no Estado de Victoria com apenas dois pontos, conquistados na sprint. Na KTM, foi um fim de semana de altos e baixos Binder foi o melhor piloto no domingo, mas caiu no sábado. Miller também foi à relva australiana do sexto dia da semana, mas terminou em 11º no domingo. Acosta caiu no sábado, sofreu um trauma no ombro esquerdo e falhou a presença no domingo. Augusto Fernandez pontuou na sprint, mas depois foi incapaz de repetir a boa prestação na principal.
As construtoras nipónicas tiveram motivos para sorrir. A Yamaha não pontuou na sprint, mas na prova principal adicionou 10 pontos ao seu campeonato, sete deles vindos do campeão do mundo de 2021, Fabio Quartararo, que conquistou mais um top-10. Nas hostes da Repsol Honda, também houve sorrisos com os dois pontos conquistados por Luca Marini no domingo. Diz-se que, no MotoGP, os pilotos ficam um segundo mais lentos quando são pais. Ora, Marini foi pai pela primeira vez esta semana e, ironicamente, conseguiu o seu melhor fim de semana da época logo após experienciar a paternidade. Talvez seja melhor o italiano começar a pensar no segundo filho. Ainda na LCR-Honda, Zarco conquistou quatro pontos neste circuito. No ano passado venceu, quando pilotava pelas cores da Pramac. Considerando a RC213V que tem em mãos, pode considerar que este resultado traduz uma vitória moral.
Classificação do campeonato de pilotos:
Advantage Martinator 📈 @88jorgemartin leaves Phillip Island with a hefty 20-point gap on @PeccoBagnaia 💪#AustralianGP 🇦🇺 pic.twitter.com/5368Uccwsl
— MotoGP™🏁 (@MotoGP) October 20, 2024
O próximo Grande Prémio de MotoGP realiza-se no próximo fim de semana (25-27 de outubro), no Circuito Internacional de Chang, na Tailândia.