MotoGP 2024: Bagnaia vai do céu ao inferno

Diogo SoaresSetembro 22, 20244min0

MotoGP 2024: Bagnaia vai do céu ao inferno

Diogo SoaresSetembro 22, 20244min0
"Pecco" caiu e deu a Jorge Martín uma vitória que pode ter selado as contas do título do MotoGP 2024, como explica Diogo Soares

Um fim de semana que se adivinhava positivo para Pecco Bagnaia, terminou na gravilha de Misano. O italiano deu um passo em frente, mas acabou por dar dois atrás na luta pelo campeonato de pilotos deste MotoGP 2024. A Ducati confirmou o seu domínio e faturou mais uma vez.

Após uma sexta-feira difícil, onde Miguel Oliveira sofreu uma queda, no sábado de manhã era hora de dar a volta por cima na Q1, tentando garantir a qualificação para a Q2.

E o português voou alto e garantiu a presença na Q2. Brad Binder foi o piloto mais rápido, ao marcar um tempo de 1:31.070. Oliveira ficou logo atrás, a 76 milésimos do sul-africano. Assim, estes dois pilotos juntavam-se a outros 10 na luta pela pole position.

Na Q2, a Ducati dominou como seria de esperar e a pole position foi conquistada por Francesco Bagnaia. 1:30.031 foi o tempo do italiano, 214 milésimos mais rápido que o segundo posto, Jorge Martín. Enea Bastianini fechou o top-3, a mais de meio segundo do companheiro de equipa. Oliveira não foi além do 12º posto, a mais de um segundo do pole-sitter.

Na sprint, com um sol radiante a brilhar sobre Misano, as luzes desligaram-se e Martín, com um fantástico arranque, saltou para a liderança da prova. Brad Binder, com um arranque semelhante ao do espanhol, ‘saltou’ para a vice-liderança.. No entanto, ainda durante a primeira volta, o piloto da KTM perdeu posições para Bagnaia, Bastianini e Márquez. O português Oliveira, com um mau arranque, perdeu três posições.

Logo na segunda volta ficou definida a ordem das batalhas da corrida. Os quatro primeiros do campeonato ocuparam as duas primeiras posições, mas Martín e Bagnaia começaram a ganhar vantagem em relação aos outros dois, deixando no ar que seriam aqueles a lutar pela vitória.

Grande destaque para a prova que Oliveira estava a fazer. Após perder várias posições no arranque, o português recuperara para a 11º na sétima volta.

Foi na volta oito que Bagnaia conseguiu ultrapassar o arquirrival, quando este alargou na passagem pela curva 13.

E a partir do momento em que se viu na liderança, nunca mais a perdeu. Baganaia venceu a sprint, Martín ficou em segundo lugar e Bastianini fechou o pódio. É a vitória número quatro para o bicampeão em sprints nesta temporada. Miguel Oliveira fechou em 11º lugar.

No domingo, Martin fez um excelente arranque e chegou mesmo a passar por Bagnaia na curva 1, mas logo na curva dois o italiano respondeu ao espanhol, retornando à liderança. Bastianini seguiu logo atrás dos dois, apesar do ataque de Binder nas primeiras curvas. Oliveira segurou a 12ª posição no arranque, mas perdeu uma posição para Jack Miller na curva 10. Martin passou por Bagnaia na curva 7 da quarta volta, numa altura em que Bastianini, Pedro Acosta e Marc Márquez se juntavam à luta pela vitória.

Na volta seguinte, as contas complicavam-se para Bagnaia, depois do seu companheiro de equipa o ter passado na curva 10. Depois da queda de Binder na segunda volta, foi Acosta a cair na volta 9, dificultando as contas do campeonato de construtores à KTM e praticamente oferecendo o título à Ducati. A corrida entrou numa fase monótona por volta de meio da prova. Martin liderava com cerca de seis décimos de vantagem para Bastianini. Por sua vez, o 23 da Ducati levava uma vantagem de 2,5 segundos para Bagnaia

No entanto, o número 1 começava a apertar o ritmo e aos poucos começou a aproximar-se dos dois da frente. Nesta fase, o piloto rodava no segundo 30 constantemente, já os dois da frente rodavam em 31.Mas Baganaia foi demasiado rápido e foi ao inferno na volta 21. Na travagem para a curva 7 o italiano sofreu um ‘low-side’ e caiu, acabando por completo as aspirações de vencer esta corrida.

As últimas voltas trouxeram uma luta brilhante entre Martín e Bastianini que só ficou resolvida na última volta. Na chegada à curva 4, Bastianini travou tardíssimo e ficou lado a lado com Martín, mas um ligeiro toque entre ambos levou Martín para fora de pista. Uma manobra com um toque de polémica, mas assim são as corridas.

Bastianini venceu a corrida, a segunda da temporada. Martín ficou com o segundo lugar e Márquez fechou o pódio. Miguel Oliveira, com mais uma boa corrida, terminou em 10º.

Com este resultado, a Ducati venceu o campeonato de construtores. É o quinto seguido para a marca de Borgo Panigale e o sexto na história.

Classificação do campeonato de pilotos:

 


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