MotoGP 2024: As performances do GP da Indonésia

Diogo SoaresSetembro 29, 20246min0

MotoGP 2024: As performances do GP da Indonésia

Diogo SoaresSetembro 29, 20246min0
Jorge Martín continua sereno em 1º depois de dominar no GP da Indonésia com Diogo Soares a relatar o que se passou nesta prova do MotoGP 2024

O MotoGP 2024 foi à Indonésia e saiu com o campeonato ainda mais em aberto do que estava. Numa nota menos positiva, Miguel Oliveira fica com o restante da temporada em risco.

Foi no FP1 que chegou a má notícia do fim-de-semana. Miguel Oliveira sofreu um high-side brutal, causando múltiplas fraturas no pulso direito do piloto português. Oliveira, perdeu assim o fim de semana em Mandalika e é certo que perderá o próximo no Japão. Já se encontra em Portugal para ser operado, restando agora a dúvida de qual será o tempo de paragem do piloto português. Horas depois, a equipa Trackhouse confirmou que a queda se deveu a uma falha elétrica na moto, levando a uma perda do controlo de tração que levou ao violento high-side.

Passando à análise, a mesma deve começar pela Ducati e os seus pilotos. Sem surpresas, a moto de Borgo Panigale foi dominadora no circuito indonésio. O único mau desempenho pode ser associado a Alex Márquez, que ao longo do fim-de-semana foi incapaz de assumir posições dentro do top-10, acabando mesmo por estar envolvido na queda de três pilotos logo no arranque da corrida de domingo. Os principais destaques da construtora vão para os pilotos do costume. A começar por Francesco Bagnaia, que foi o piloto que mais pontos conquistou (28), apesar das dificuldades demonstradas no domingo. No sábado, o italiano maximizou a queda de Jorge Martín, vencendo a sprint. Ainda assim, o seu companheiro de equipa, Enea Bastianini, quase deitou tudo a perder para o lado do bicampeão do mundo, ao se aproximar dele na reta da meta na última volta. Porém, Pecco venceu com pouco mais de uma décima para o 23. No domingo foi diferente e a péssima partida do piloto de Turim afastou-o da luta pela vitória. Chegou a estar em sexto, mas conseguiu recuperar até à terceira posição.

O seu rival, Martín passou por altos e baixos neste circuito. Dominou nos treinos, dominou na qualificação, chegando mesmo a fazer a pole position a mais de cinco décimos do segundo classificado. A queda na sprint tirou-lhe uma muito provável vitória, considerando o ritmo que impôs quando se levantou. Chegou ao 11º posto, mas foi insuficiente para chegar aos lugares pontuáveis. No domingo, confirmou as expectativas e dominou a prova de fio a pavio. Pedro Acosta chegou a tentar atacar o compatriota, todavia o 89 aumentou o ritmo, deixando o novato piloto a pilotar sozinho. Fazendo as contas, o piloto de Madrid apenas fez 25 pontos, perdendo três para o rival direto. Três pontos que, num campeonato dos erros, podem fazer muita falta no final.

Enea Bastianini foi o piloto que podia ter tido um melhor resultado. O segundo lugar na sprint, que foi uma quase-vitória, deixou no ar que o piloto podia lutar pela vitória no domingo. E de facto estava a ser o piloto mais rápido, até ao momento em que caiu na curva 1, imediatamente a seguir a ter marcado a volta mais rápida. Num instante, passamos de ter a ideia de que poderia vencer, para uma situação em que praticamente aniquilou as chances de título do piloto de Rimini.

Assim como Bastianini, Marc Márquez também aniquilou as suas chances de título em 2024. Duas quedas no Q2 ditaram o 12º posto como o lugar de saída do piloto da Gresini. Uma excelente recuperação na sprint levou-o ao terceiro posto. Todavia, uma sorte diferente no domingo terminou com uma falha no motor da sua GP23.

Ainda no universo Ducati, os outros destaques vão para Marco Bezzechi que com o quarto lugar no sábado e quinto no domingo adicionou 19 pontos à conta, tendo este sido o seu melhor fim de semana da época.

Nas hostes da KTM, Pedro Acosta foi um salvador de um fim de semana que podia ser desastroso para a construtora austríaca. Na sprint, apenas o espanhol conseguiu terminar em lugares de pontos, numa prova em que ter pontuado é um milagre, uma vez que o seu ritmo era inferior a todos os outros no top-10. Diferente foi na corrida principal, na qual o piloto de 20 anos conseguiu passar a corrida todo no segundo posto sem qualquer ameaça. Aliás, a ameaça veio da direção de prova ao anunciar que o rookie estava a ser investigado por ter a pressão do pneu dianteiro abaixo do permitido, mas determinaram que tal se deveu a um problema na jante do pneu, livrando-o de uma penalização.

Na performance dos restantes pilotos da construtora, Augusto Fernandez voltou a ser o pior piloto em pista nas duas provas, acabando por abandonar no domingo por problemas técnicos numa altura em que seguia em zona pontuável. Quanto a Jack Miller, foi mais um mau fim de semana mau para o australiano, 0 pontos para levar para casa e um erro no domingo que provocou a queda a outros dois pilotos. Binder qualificou-se mal e por isso teve de dar o litro para selar dois bons resultados. No sábado não foi possível, mas no domingo foi capaz de chegar ao oitavo posto, conseguindo assim oito pontos para a conta pessoal.

Mais um mau GP para a Aprilia, onde não só teve a contrariedade relacionada com Miguel Oliveira, como os pilotos não conseguiram extrair uma boa performance da RS24 e da RS23. Na sprint, apenas Viñales pontuou, um mero sétimo lugar. Já no domingo foi diferente, com pontos para o mesmo e para Raul Fernandez. Ambos podem ter beneficiado das muitíssimas quedas desta prova.

A Yamaha voltou a fazer um fim de semana positivo. Quartararo disputou a Q2 e qualificou-se em sétimo. Chegou a estar em lugares de pontos na sprint, mas um toque com DiGiannantonio ‘atirou-o’ para fora dos pontos. No domingo a sorte foi diferente e Quartatraro conquistou o sétimo lugar, com o Aléx Rins a ficar em 12º na meta, tendo sido promovido ao 11º na sequência de uma penalização a Takaaki Nakagami.

A Honda bem pode agradecer a excelente performance de Zarco neste fim de semana. Oitavo lugar na sprint e nono no domingo deram à construtora e ao piloto mais 9 pontos no campeonato. Nakagami também pontuou na principal com um ritmo bastante interessante. Além disso, foram capazes de fazer uma coisa que os pilotos da Repsol Honda foram incapazes de fazer: ficar de pé. Um dado interessante sobre as equipas desta construtora nipónica: a LCR , equipa secundária, tem mais do dobro dos pontos (57) que a Repsol Honda (25)

Classificação do campeonato de pilotos:

O MotoGP volta já no próximo fim de semana (4-6 de outubro) no mítico circuito de Motegi, para o Grande Prémio do Japão.


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