A difícil situação de Miguel Oliveira e da Yamaha
Na passada semana, a Pramac anunciou o piloto Toprak Razgatlioglu, bicampeão do mundo de Superbikes com a Yamaha (2021) e BMW (2024), e atual vice-líder do campeonato deste ano, a apenas 9 pontos de Nicolo Bulega, o que deixa apenas uma vaga disponível para a próxima temporada. Neste momento, o ponto que conta mais, atualmente, será a situação dos contratos, que dá uma vantagem a Miguel Oliveira, considerando que o seu termina no final de 2026. Jack Miller tem um caminho mais complicado, uma vez que termina contrato no final de 2025.
Mas, muitas vezes, os contratos valem o que valem e papeis podem ser facilmente rasgados – com a devida compensação, naturalmente -, porque o que realmente conta para as equipas é os resultados. E neste questão, Oliveira é goleado. Sim, é verdade que o piloto esteve lesionado e acabou por perder quatro grandes prémios. No entanto, os problemas ficos são já um historial significativo na sua carreira desde a temporada de rookie, quando perdeu a parte final da temporada.
Por isto, Miguel Oliveira leva apenas três pontos, contra os 31 de Miller, ou até os mesmos de Aléx Rins, da principal Yamaha. O que ainda assim não é bom para o australiano, muito menos para o espanhol. Rins está em fase descendente da carreira, depois da lesão sofrida em 2023. Desde aí é notório que o piloto perdeu a confiança na sua pilotagem. Quanto ao australiano da Pramac a situação não é muito melhor. os 31 pontos não demonstram que pode fazer melhor que o espanhol nem que o português, até porque já caiu em corridas onde prometia boa pontuação. E o histórico também não o favorece. Flop na Ducati, flop na KTM, não seria de admirar que voltasse a flopar, desta vez, numa mota pior que as anteriores. Como diz o ditado, não há duas sem três.
Há ainda uma outra opção para a Yamaha e Pramac: Moto2. As duas equipas assinaram uma parceria de equipa no campeonato intermédio que coloca Tony Arbolino, que com 24 anos pode até ser difícil ascender, e Izan Guevara, campeão de Moto3 em 2022 que ainda tem 20 anos. A temporada não está a correr bem aos dois pilotos, dado que se encontram em 14º e 16º, mas há ainda outros pilotos que podem interessar à marca nipónica: Manu Gonzalez, líder do campeonato, mas que já está a ser ‘pescado’ para a Aprilia; Aron Canet, vice-líder que é a eterna promessa de Moto2; ou até Diogo Moreira, brasileiro que, finalmente, está na luta pelo campeonato.
Todas estas variáveis podem jogar contra Miguel Oliveira e o próprio já assumiu que a sua situação é complicada e que depende apenas de si, mas também já admitiu a saída – e acredito que o Miguel saiba que Ducati e BMW precisam de pilotos nas Superbikes -, mas todos queremos que o ‘Falcão’ ase mantenha na categoria rainha.
Independentemente do que o futuro reservar ao piloto da Charneca da Caparica, pensemos naquilo que nos deu. Nas vitórias, nos pódios, nas boas exibições. Oliveira, por cinco vezes permitiu que A Portuguesa fosse tocada. Na Áustria, em Portimão, na Catalunha, na Tailândia e Indonésia. Nunca se permitam ter a memória curta, apesar do presente não ser como o passado.