MotoGP 2024: Miguel Oliveira fez-nos sonhar

Diogo SoaresJulho 7, 20245min0

MotoGP 2024: Miguel Oliveira fez-nos sonhar

Diogo SoaresJulho 7, 20245min0
Esteve em 2º lugar, acabou a terminar em 6º, mas que corrida de Miguel Oliveira no GP da Alemanha que terminou com "Pecco" na liderança

Antes de partirmos para a história deste fim de semana, permitam-me dizer isto: Miguel, não foi perfeito, mas foi muito bom. Fizeste-nos sonhar de novo e obrigado por isso.

O grande nível de Miguel Oliveira começou na sexta-feira. O português mostrou logo que podia ter um alto nível de competitividade e conseguiu garantir a ida direta ao Q2 ao garantir o terceiro melhor tempo na sexta de tarde. Marc Márquez fraturou o dedo indicador esquerdo e teria de passar pelo Q1 no sábado de manhã.

Marc Márquez tinha uma palavra a dizer no Q1, para provar que a fratura no dedo indicador não era um problema, mas não aconteceu bem assim. No início da sessão, já após a primeira tentativa, Jack Miller falhou por completo a travagem e chocou ligeiramente com a moto do espanhol. Márquez trocou de moto para mitigar os danos sofridos e reentrou na pista a cerca de dois minutos e meio do fim da sessão para a derradeira volta. No entanto, ainda no início da sua última volta, Stefan Bradl, piloto de testes da Honda, atravessou-se à frente do piloto da Gresini, atrapalhando a sua volta, não podendo marcar um tempo ainda mais competitivo. No fim do Q1 foi RauFernandez a fazer o melhor tempo, com um 1:19.678 e Bezzechi a ocupar a segunda e última posição de apuramento para o Q2. Márquez parte de 13º

No Q2, Miguel Oliveira não falhou à chamada. Ele já nos tinha deixado a sonhar com os fantásticos tempos dos treinos, mas confirmou um excelente ritmo na qualificação ao ficar na segunda posição a apenas 48 milésimas de Jorge Martín. Para a trackhouse, como se já não fosse bom ter Oliveira em segundo, Fernández ainda conseguiu fazer o terceiro melhor tempo, levando ao ceú a equipa norte-americana.

As luzes da sprint apagaram-se e Oliveira fez um grande arranque e chegou a ocupar a liderança, mas uma ligeira abertura deu espaço suficiente a Bagnaia para ultrapassar o português. No início da volta 2, foi Martín a passar Oliveira, fazendo uso da potência do motor da sua GP24.

Mas na volta 4 Oliveira respondeu e passou para segundo ao ultrapassar Bagnaia com uma grande ultrapassagem na última curva.

Foi uma grande luta lá na frente, com Oliveira a tentar seguir logo atrás de Martín, mas depois não conseguiu ultrapassar o líder do campeonato. Até ao fim, teve de aguentar com Pecco Bagnaia a pressionar o seu segundo lugar, mas de forma algo heróica, aguentou a Ducati do campeão do mundo, assim como a de Bastianini, que seguia logo atrás também na luta.

E, quando Martín cruzou a meta, lá estava Miguel Oliveira logo atrás, a levar a medalha de prata da sprint. Bagnaia fechou em terceiro.

No domingo, Oliveira partiu muito bem e seguiu logo na cauda de Martin, que partiu ainda melhor. Na curva 1, tentou atacar Martín por dentro e chegou mesmo a estar ao lado do espanhol, todavia, a trajetória contrária na curva 2 não ajudou o português a esboçar a manobra.

No final da primeira volta, Bagnaia atacou o português e ultrapassou-o para a terceira posição.

Na volta seguinte, foi a vez de Morbidelli tirar o piloto da Trackhouse dos lugares do pódio.

Acresciam as dificuldades de Pecco Bagnaia na prova. O italiano chegou mesmo a ocupar a liderança da prova, mas perdeu a mesma para Jorge Martín e de seguida perdeu a vice-liderança para Franco Morbidelli. Chegou mesmo a recuperar essa segunda posição, mas também porque Morbidelli perdeu o ritmo

À vigésima volta, Oliveira já tinha caído para a sétima posição. Era notória a falta de ritmo do piloto português, principalmente no primeiro setor, onde em todo o fim de semana foi o seu “calcanhar de aquiles”. Mas não era só o nosso compatriota que sofria com a falta de ritmo. Também Raul Fernandez e Maverick Viñales, os outros pilotos da Aprilia, sofriam com esse problema. O companheiro de equipa de Miguel já havia caído para 11º e o piloto da Aprilia oficial ia em 13º. Certo de que este último fez uma incursão à gravilha e recuperou algumas posições, mas não teve o ritmo suficiente para recuperar ainda mais.

Mas quando pensávamos que a corrida estava resolvida e que Martín ia voltar às vitórias de domingo… Eis que Martín fez aquilo que o fez perder o campeonato no ano passado: caiu com uma liderança confortável. Melhor é só ver o lance:

E assim fechou a corrida. Pecco Bagnaia venceu pela quarta vez consecutiva. Faz história ao se tornar o terceiro piloto na história do MotoGP a vencer quatro vezes seguidas pela segunda vez na carreira. Neste lote, além do italiano, encontram-se nada mais, nada menos que Valentino Rossi e Marc Márquez. O restante pódio foi ocupado pelos irmãos Márquez, com vantagem de Marc sobre Alex. Miguel Oliveira terminou na sexta posição. A melhor da época ao domingo.

Com estes resultados, Pecco Bagnaia assume a liderança do campeonato de pilotos.


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