Lobas vs Yaras 2025: derrota ao cair do pano
As Lobas estiveram muito perto de empatar com as mundialistas Yaras num jogo realizado no Complexo Desportivo das Caldas-da-Rainha, com a formação visitante a garantir a vitória no último minuto, sendo estes os três destaques desse encontro.
MVP: DANIELA CORREIA
A capitã de Portugal entrou a ‘matar’ em mais uma janela internacional de rugby, tanto no jogo ao pé, com a oval nas mãos ou no garantir uma última defesa de recurso de impacto e que garantisse que as Lobas não consentissem pontos na mão-cheia de quebras-de-linhas conseguidas pelas Yaras. No segundo ensaio de Portugal, Daniela Correia desenhou um espetacular crosskick que foi parar na perfeição às mãos de Mariana Santos, com a ponta a só ter de confirmar os 5 pontos para a equipa portuguesa. Este pormenor técnico da defesa foi de excelência, assim como os vários offloads que foi esboçando e dando outra largura ao ataque nacional.
Em algumas situações faltou um pouco mais de sorte para a atleta do Sport Rugby chegar ao ensaio, com os passes das suas companheiras de equipa a falharem o alvo, mas nem nesses momentos perdeu o norte, mantendo a postura de líder pela qual é reconhecida. Entregou-se também bem à missão de gerir o jogo a partir da trás, correspondendo bem aos pontapés da abertura e defesa do Brasil, o que deu outra confiança à equipa treinada por João Moura. Catarina Ribeiro, Mariana Santos, Sara Moreira e Inês Ventura Marques foram os outros quatro destaques de um jogo intenso e que podia ter acabado em vitória portuguesa.
MELHOR PONTO: DEFESA SOUBE AMPARAR OS GOLPES DAS YARAS
O Brasil conseguiu uma série de quebras-de-linha, mas só conseguiu marcar ensaios através de alinhamentos e mauls dinâmicos, o que demonstra como a defesa das Lobas nunca cedeu mesmo quando estava mergulhada numa pressão. A capacidade em manter a linha-de-defesa inquebrável durante largos períodos, e a resiliência em não ceder mesmo quando o Brasil parecia ter a vantagem, mostraram toda a qualidade que este conjunto nacional apresenta neste momento, mesmo com pouco investimento federativo. No total, as Lobas registaram cerca de 12 turnovers, arrancando preciosas penalidades ao Brasil quando as adversárias estavam perto de chegar a zonas mais avançadas do terreno. O talento defensivo deste conjunto nacional frente a um Brasil que se está a preparar para o Mundial foi de excelência e no final dos 80 minutos ficou claro que a defesa da equipa das Quinas é um activo extremamente importante para o que aí vem.
PONTO A MELHORAR: DISCIPLINA ACABOU POR RESULTAR EM DERROTA
Apesar de toda a excelência na arte do defender, as Lobas cometeram excessivas penalidades e que acabaram por ofertar uma vitória ao Brasil. Dois dos três ensaios do Brasil resultaram de penalidades cometidas por Portugal, o que demonstra como estes erros defensivos acabaram por resultar em consequências pesadas por o conjunto liderado por João Moura. Em 2024 já tinha sido uma questão problemática frente aos Países Baixos, e é importante que este sector esteja bem limado antes do início das competições a valer.
Em certos momentos, a falta de calma também foi um problema de Portugal, que perdeu duas penalidades conquistadas com um seguir rápido que poderia ter ficado no bolso. Faz parte do crescimento emocional e táctico, e é importante que tenha acontecido agora antes do início do próximo Women’s Rugby Europe Championship 2025, em que tudo passa a valer a sério.