Liga Europeia joga-se este fim de semana apenas com clubes ibéricos

José NevesAbril 8, 20217min0

Liga Europeia joga-se este fim de semana apenas com clubes ibéricos

José NevesAbril 8, 20217min0
Por consequência da situação de pandemia, a Liga Europeia de hóquei em patins vai ser disputada apenas com clubes portugueses e espanhóis.

Na 56ª edição da Liga Europeia, e pela primeira vez na história, a principal prova de clubes europeus de hóquei em patins será discutida apenas por clubes de duas nações, Portugal e Espanha. Por consequência da situação pandémica, as formações italianas abdicaram da sua presença na prova, já franceses, suíços e alemães, têm a actividade congelada desde março do ano passado, uma pausa bastante prolongada que, tratando-se de países onde a prática do hóquei é amadora, pode ter graves repercussões no futuro.

Assim sendo a fase de grupos da Liga Europeia é constituída por três grupos de três equipas, onde o vencedor de cada grupo, assim como o melhor segundo, se qualificam para uma final four a ser disputada no próximo mês de maio, no mesmo palco desta fase de grupos, o Pavilhão do Luso.

Dragões e minhotos na luta pela Final-Four

No grupo A encontram-se as formações do FC Porto, OC Barcelos e CE Noia. O actual líder do campeonato português parte como principal candidato à vitória do grupo, mas terá como rival um OC Barcelos segundo classificado em Portugal.

O finalista vencido das últimas duas edições, e recordista de medalhas de prata, apresenta-se mais uma vez em prova com o objectivo de quebrar o enguiço, e voltar a sagrar-se campeão europeu, o que não acontece desde a época 1989/90. Com 10 segundos lugares desde então, os portistas tentam este fim de semana voltar à fase das decisões, para lá chegar terão de ultrapassar um regressado a estas andanças OC Barcelos.

A formação minhota volta à principal prova de clubes 12 anos depois da sua última participação, em 2008/09, onde não passou da fase de grupos. Vencedor em 1990/91, o Barcelos tenta 30 anos depois repetir a façanha e continuar a boa temporada que tem protagonizado no campeonato português.

Os espanhóis do Noia surgem como os outsiders, não só do grupo como de toda a prova, actualmente no oitavo lugar da OK Liga espanhola, ainda que com dois jogos em atraso, a formação catalã está praticamente fora da corrida pelo top4, e respectica qualificação para a próxima edição da Liga Europeia.

Os confrontos recentes entre as três equipas confirmam o favoritismo portista, nos dois confrontos desta época com o Barcelos, o FC Porto empatou a 4 bolas na “catedral”, batendo a equipa de Rui Neto do Dragão Arena por 8-6.

Frente ao Noia o historial é favorável aos comandados de Guillem Cabestany, apesar do histórico recente ser mais dividido. Nas últimas duas ocasiões que se defrontaram para a Liga Europeia (em 2012/13 e 2019/20) o factor casa foi sempre preponderante, com os catalães a levarem a melhor sobre o FC Porto em casa, mas a saírem derrotados da invicta.

Já o historial entre Barcelos e Noia não podia ser mais equilibrado, em 6 jogos contam-se 2 vitórias para cada lado e 2 empates. Na última vez que se defrontaram, a contar para a Taça WSE de 2017/18, os portugueses levaram a melhor com um empate na Catalunha a 1 bola, seguida de vitória por 3-1 em Barcelos.

Porto e Barcelos voltam a defrontar-se, desta vez para a Liga Europeia (Foto: Afonso Ferraz / FPP)

Leões defendem título em grupo de velhos conhecidos

O grupo B tem como protagonistas o actual detentor do troféu, o Sporting CP, assim como a UD Oliveirense e o Reus Deportiu. Os leões partem com a responsabilidade de defender o título conquistado na época 2018/19, mas terá forte concorrência nesta fase.

A Oliveirense apresenta-se como o único dos 9 participantes a nunca ter levantado o troféu, tendo já perdido duas finais, e tem como objectivo voltar ao jogo da decisão para, à terceira, levantar o tão cobiçado troféu. O Reus apresenta-se desfalcado de um dos seus principais artilheiros, Raul Marin, o ex.Sporting que voltou esta época a casa vai falhar o reencontro com o antigo clube agendado para a 1ª jornada do grupo.

Este é um grupo que reedita várias finais europeias do passado recente, a final da Taça WSE (então Taça CERS) de 2014/15 em que o Sporting bateu o Reus no desempate por penaltys, a final da Liga Europeia de 2016/17 em que os catalães bateram a Oliveirense por 4-1, e a final da Taça Continental de 2017 em que a Oliveirense derrotou o Reus por 7-4.

Esta época Sporting e Oliveirense defrontaram-se para o campeonato com a vitória a sorrir em ambas as ocasiões à equipa da casa (2-1 para o Sporting no João Rocha, 3-1 para a Oliveirense em Oliveira de Azeméis).

Entre Sporting e Reus, e para além da final de 2015, os leões triunfaram por mais uma ocasião, registando um empate e duas vitórias espanholas, o último embate entre ambos aconteceu na fase de grupos da Liga Europeia do ano passado com um empate na Catalunha e uma vitória do Reus por 2-3 em Lisboa, um resultado que eliminou os leões da prova que viria a não ser concluída.

O histórico entre Reus e Oliveirense é bem mais desequilibrado, a conquista da Taça Continental de 2017 foi a única vez em que os portugueses venceram, contando-se dois empates e cinco vitórias do Reus.

Marc Torra e Gonzalo Romero perseguem lugar na Final-Four (Foto: Catarina Maria / FPP)

Grupo C “de morte”

O grupo C é aquele que para muitos se apelida de “grupo da morte”, com SL Benfica, FC Barcelona e Deportivo Liceo. O gigante Barcelona parte com ligeiro favoritismo mas terá pela frente dois adversários de topo, e que partem com as mesmas pretensões dos catalães.

Na liderança do campeonato espanhol e com apenas 1 derrota esta época (contra o Liceo e em pleno Palau Blaugrana), o Barcelona apresenta-se mais uma vez como o natural candidato número 1 a conquistar a prova. Com um total de 158 golos marcados na OK Liga em 25 jogos, os blaugrana têm 3 dos 5 melhores marcadores do campeonato em João Rodrigues (33 golos), Pablo Alvarez (31) e Hélder Nunes (30).

Do outro lado o Barcelona vai encontrar a única equipa que o conseguiu bater esta época, e que conta com um Jordi Adroher em grande forma, e várias vezes decisivo para manter os galegos no encalce dos catalães no campeonato. E um Benfica, que reencontrará Adroher, muito irregular no campeonato português, mas que pouco vacilou frente aos adversários directos, tendo perdido mais pontos frente a equipas mais modestas.

Como já foi referido, o Liceo bateu o Barcelona no Palau Blaugrana por 3-4, um resultado que o Barcelona vingou na 2ª volta da OK Liga, ao golear na Corunha por 3-7. O registo frente ao Benfica é, também ele, amplamente favorável aos catalães, com 15 vitórias, 7 empates, e apenas 4 derrotas em jogos oficiais. Na última temporada ambos os clubes voltaram a ficar no mesmo grupo, com o Barcelona a sair vencedor do jogo em Lisboa, mas a não conseguir melhor que um empate no Palau. Ambos os clubes acabariam apurados para os quartos de final.

Benfica e Liceo cruzam-se apenas pela 2ª vez na última década, em 2016/17 defrontaram-se nos quartos de final da prova, com os encarnados a triunfarem em ambos os jogos (2-3 na Corunha, 6-2 na Luz), para a Liga Europeia os clubes já se defrontaram por 7 ocasiões, sendo que os espanhóis nunca bateram o Benfica, registando-se 4 empates e 3 vitórias das águias.

Benfica e Barcelona voltam a marcar encontro na fase de grupos (Foto: Catarina Maria / FPP)

(Foto de Capa: Catarina Maria / FPP)


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS