3 jogadores que merecem especial atenção no Europeu de Futsal
A escolha tem que ver com a qualidade individual de cada jogador, mas também com a importância que assume na respetiva seleção. Por isso, e depois de introduzir aqueles que foram os parâmetros pelos quais nos guiámos, achamos por bem não colocar nenhum jogador espanhol na lista.
Conhecido o grande coletivo da seleção detentora do título, seria injusto dar especial destaque a um ou outro jogador, razão pela qual nenhum dos três jogadores pertence à seleção de Espanha.
ÉDER LIMA (RÚSSIA)
O primeiro jogador que elegemos é o russo Eder Lima. O atleta de 33 anos que atua agora na mesma equipa do brasileiro Falcão – Magnus Futsal, clube de Brasil, conta no currículo com a conquista de uma UEFA Futsal Cup, em 2015-2016, ao serviço do Ugra Gazprom.
Nascido no Brasil e naturalizado russo, o pivot é conhecido pela capacidade de jogar simples. Com capacidade física para segurar a bola, naquele trabalho que é caracteristicamente associada à posição de pivot, o jogador russo aparece muitas vezes junto ao segundo poste para ser “só encostar”.
O jogador que usa com maior regularidade o pé direito é também versátil a ponto de conseguir usar qualquer um dos pés na hora de finalizar. O pivot russo “não se acanha”, se a bola lhe chegar perto da zona de finalização é bem provável que daí saia um lance de perigo para as defesas contrárias – tanto a jogar de frente para a baliza como optando por movimentos de rotação sobre o jogador que o marca diretamente. Dá-se um segundo e o jogador já está noutro lugar a criar linhas de passe para os seus colegas.
Deste jogador – que em tempos passou no futebol do Estrela da Amadora – podemos esperar muitos golos, uns de pragmatismo simples e outros de levantar o pavilhão, como foi aquele que marcou num magistral pontapé de bicicleta ao guardião português Cristiano. Na altura disputava-se o campeonato da europa de 2014.
LÉO HIGUITA (CAZAQUISTÃO)
Contudo, se há jogadores que se destacam por marcar muitos golos há outro que se distinguem por evitar muitos deles. Melhor ainda se conseguirem juntar a enorme qualidade entre os postes à capacidade de ainda marcar alguns golos. Não sabem de quem falamos?
Apresentamos Higuita, Léo Higuita.
O guardião do Cazaquistão tem no seu historial de conquistas um mundial de clubes e duas UEFA Futsal Cup, todos pelo Kairat Almaty, equipa do seu país e onde joga desde 2011.
O jogador que em 2011 chegou a passar por Portugal, mais precisamente no Belenenses, é o tipo de guarda-redes que vai com o pé onde a mão não chega e o inverso, se necessário coloca ainda a própria integridade física em risco. Se for para não sofrer um golo ele está lá. Forte a defender remates altos e principalmente os que vão rasteiros, o guardião pisa frequentemente o meio campo da equipa adversária, e não é só para fazer cortes. Higuita é o jogador da seleção do Cazaquistão que assume o 5×4 da equipa, mas não raras vezes avança no terreno para num remate em força e colocado tentar fazer golo.
Com Léo Higuita em campo, o jogador que à partida seria o menor problema para o guarda-redes adversário, é um dos que mais perigo cria. O jogador já marcou mais de uma dezena de golos na carreira, e muito deles não foram diretamente de uma baliza à outra.
Higuita é atualmente o melhor guarda-redes do mundo. O prémio foi atribuído pelo site Futsal Planet que já no ano de 2016 o tinha considerado também o melhor do mundo na posição.
RICARDINHO (PORTUGAL)
Como se diz frequente: o melhor para o fim. E foi o que fizemos. Para o fim deixamos literalmente o melhor. O melhor jogador do mundo eleito por cinco vezes. Com um pé esquerdo dotado de uma técnica fora do normal, é ele quem decide muitos jogos. E não só com golos.
O último nome que revelamos é, com certeza, aquele que trará menos novidade. Por tudo aquilo que é e conquistou como jogador. Ricardo Filipe Silva Duarte Braga, o mágico Ricardinho como também é conhecido.
De entre 11 troféus em Portugal, somando três no Japão e ainda outros nove por Espanha, acrescentando a conquista por duas vezes da UEFA Futsal Cup, Ricardinho tem um palmarés que poucos jogadores se dão ao luxo de ter. E muito se deve a ele.
O português é a rapidez nos movimentos, o drible capaz de sentar qualquer adversário, a raça na entrega ao jogo, a entreajuda para com os companheiros de equipa, o passe que desorganiza defesas e, sobretudo, o golo. Principalmente o golo. São 128 golos em 152 jogos pela seleção das quinas.
De pé direito ou esquerdo, de chapéu, cabrito, pontapé de bicicleta ou até mesmo de costas para a baliza, daquele metro e 65 centímetros de altura e cerca de 68 quilos pode esperar-se qualquer coisa, e desengane-se quem pensar que já não é possível surpreender mais. O português é a principal arma portuguesa para atacar a conquista da prova e ao mesmo tempo é o mais temido adversário para qualquer seleção que enfrente Portugal.
São estes os três jogadores que o Fair Play acha que merecem especial destaque, não esquecendo que apesar de serem acima da média não jogam sozinhos, e qualquer resultado conseguido não será consequência apenas do trabalho de cada um dos três, mas sim de todos os companheiros de equipa e de toda uma equipa técnica e staff.
Relembramos ainda que terminados os jogos do primeiro dia de competição há a registar um empate a duas entre a seleção anfitriã, a Eslovénia, e a Sérvia, empate esse que também foi o resultado final entre a Polónia e a Rússia, este último a uma bola.