Futsal em crescimento: Sim ou não?

Miguel OliveiraMarço 31, 20233min0

Futsal em crescimento: Sim ou não?

Miguel OliveiraMarço 31, 20233min0
Estará o futsal português num momento crescente? Ou já atingiu o pico? Miguel Oliveira explora a situação nesta breve análise

Esta semana a Federação Portuguesa de Futebol lançou os números relativos aos dados dos praticantes da modalidade de futsal, novo recorde!

Ok, “então tivemos um recorde de praticantes devias estar contente!” E estou, é sempre bom quando ultrapassamos metas anteriores, mas a verdade não é de todo um mar de rosas. Ora vejamos. A Federação Portuguesa de Futebol lançou a notícia aqui que são mais de 36 mil praticantes federados da modalidade de Futsal em Portugal (masculino e feminino juntos).

São notícias excelentes, claro que são, sobretudo por dois anos de pandemia que deixou a prática desportiva coletiva posta de lado e não foram anos fáceis para atletas, treinadores, dirigentes, clubes, federações.

No feminino, o número apesar de também ser recorde, veja-se que em 2019/2020 (e aponto esta data porque é pré pandemia) o número era de 4 520 praticantes femininas e neste momento são de 4 610, mais 100 praticantes.

Este é o nosso número, +100! Atenção, é bom, é salutar, mas pondo nestes termos será que crescemos assim tanto?

Vejamos as provas distritais, que muitas vezes esquecidas, mas são a base de isto tudo, existem distritos que nem têm futsal feminino. Os distritos de Beja, Évora e Horta não têm provas distritais de futsal feminino, existem também várias Associações Distritais que pela proximidade geográfica tentam, com esforço, criar torneios interdistritais para que haja futsal feminino e que as miúdas não fujam para o futebol.

Por exemplo, as associações de Aveiro – Coimbra, Braga – Viana Castelo, Castelo Branco – Santarém e Porto – Braga fazem isto. Existe também uma associação, a de Angra Heroísmo, que tem 2 equipas seniores em prova e são ambas a mesma equipa, o SC Os Leões A e SC Os Leões B. São esforços que estas associações fazem já que, apesar de em palcos superiores, começa a estar bem estruturado, 1ª e 2ª divisão nacional, mas ainda existe um longo percurso pela frente, e as Associações Distritais e os clubes são fundamentais neste processo.

Cativar a possível atleta, mostrar que o Futsal é uma modalidade apetecível e que pode ser e criar momentos espetaculares, enquanto pessoa e elemento de um grupo, que podem com esforço conseguir chegar a uma seleção Nacional, são padrões que já alguns clubes e Associações estão a fazer (e bem), mas são maioritariamente as Associações com mais equipas, invariavelmente, Porto e Lisboa.

O problema reside no interior, já que Portugal não é só costa e mar. Tenho a certeza de que existem jogadoras de futsal espalhadas por esse Portugal fora, que não têm qualquer hipótese de serem sequer observadas, pois não existem clubes que dão fundação a isto, à família do Futsal.

Já percorremos muito, mas ainda temos um longo caminho (árduo) pela frente e para ‘partir pedra’ e toda a ajuda é bem vinda!


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