Futebol de praia: 10 nomes que deveriam ser observados na SN

Tiago PelicanoDezembro 14, 20239min0

Futebol de praia: 10 nomes que deveriam ser observados na SN

Tiago PelicanoDezembro 14, 20239min0
Tiago Pelicano escolhe 10 jogadores que têm talento suficiente para chegar à Selecção Nacional de futebol de praia no presente

Neste artigo vou opinar um pouco sobre um assunto sempre polémico, as convocatórias da Seleção Nacional  de futebol de praia (SN). As convocatórias de qualquer SN são sempre discutíveis, debatíeis e muitas vezes polémicas, seja no futebol praia, seja no futebol, seja no futsal, seja em qualquer modalidade.

É sempre bom recordar que os que são chamados, se são chamados, têm o mérito deles e há algo importante antes de avançarmos… Debater e trocar opiniões é saudável e faz parte, mais do que isso é desrespeitar quem está no cargo a decidir e a escolher, que certamente terá os seus motivos para escolher os selecionados e é desrespeitar os próprios atletas que são selecionados.

Na minha opinião, devemos sempre ter uma justificação clara para concordar/discordar de um atleta estar ou não convocado, mas uma justificação que seja visível, seja pelas prestações em campo, momento em que se encontra o atleta no clube/seleção, se vem de lesão, se joga ou não no seu clube, etc. e nunca apresentar uma justificação como “está velho” ou é “muito novo”, porque vai sempre ou nunca foi chamado, porque gosto ou não gosto dele, etc. A SN é um lugar onde têm de estar os melhores e aqueles cujo a pessoa designada para exercer o cargo de selecionador nacional acha que são os indicados para representar o país, para elevar a bandeira de Portugal ao mais alto patamar do desporto e para que o hino cantado por todos cada vez que joga a seleção, possa ecoar no momento da entrega das medalhas.

Gosto sempre que fique bem claro isto nos meus artigos, pois muitas vezes uma opinião parece que é uma critica ou uma crucificação e eu melhor que ninguém, pois também sou treinador, respeito as decisões dos treinadores, posso concordar ou não, mas respeito como todos devíamos respeitar.

Dito isto, escolhi 10 jogadores que acho que podiam ser convocados para um ou dois estágios de final ou de início de época, visto que são denominados estágios de observação.

Penso até que poderiam existir 2/3 estágios por ano, em momentos fora da competição da seleção em que fossem convocados alguns dos mais influentes, mas que a maioria fossem jogadores “novos”, para que fossem postos à prova nesse contexto, porque vestir a camisola das Quinas, não é o mesmo que vestir a camisola de um clube, ou não devia ser.

Passando então aos 10:

Filipe Oliveira

O guardião das balizas da AFD Torre, já foi chamado, inclusivamente foi chamado recentemente, mas já podia ter tido mais oportunidades para ser posto à prova num contexto internacional junto dos melhores do mundo, sim porque ir à nossa SN, é ir jogar com os melhores do mundo.

O Filipe tem apresentado um bom nível na baliza, mostrou-se seguro durante toda a época tendo sido o Gr com mais minutos na baliza da equipa conduzida por José Miguel Mateus, que terminou o campeonato em 4º classificado e foi finalista vencido na final da taça de Portugal, é um Gr com características muito apetecíveis ao jogo da SN, com um bom jogo de pés, distribui bem com ambos os pés e tem golo, tem um lançamento com a mão preciso e dentro dos postes mostra a maturidade de um veterano.

Ricardo Gaspar

O guarda-redes do CD Nacional, dividiu o tempo com o internacional português Tiago Petrony, teve mais oportunidades na altura em que o seu colega de posição contraiu uma lesão e o impediu de jogar.

O Gaspar é um Gr também ele com características que a SN procura, jogo de pés seguro, um lançamento com a mão forte e uma boa leitura de jogo, não faz tantos golos como o Filipe, mas também cria perigo com um remate forte. O CD Nacional chegou ao 3º lugar no campeonato e às meias-finais da taça.

Nuno Kikinz Martins

O fixo do Leixões SC fez uma época muito consistente e é um dos melhores fixos do campeonato, defensivamente antecipa muito bem as jogadas adversárias e marca os pivôs com muita agressividade sem faltas e evita muitos golos. É seguro e transmite segurança às suas defesas, é um jogador muito rotativo que aguenta bastante tempo dentro do campo e que tem velocidade para desequilibrar na frente, além de possuir uma bicicleta pouco habitual para um fixo.

O Leixões SC terminou o campeonato na 5ª posição e alcançou os 1/4 final da taça, tendo no Nuno um pilar para alcançar estes objetivos.

Luca Moca

O ala/fixo do Varzim SC é já uma figura do clube, fez a sua formação no futebol no clube e chegou mesmo a profissional no clube da Póvoa e representa o clube na modalidade de futebol praia desde 2018. Capitão de equipa e com uma personalidade forte, humilde e trabalhador, é um jogador rotativo e que sabe utilizar muito bem a sua tranquilidade e transmitir calma à equipa, consegue organizar a equipa e transmitir confiança a todos à sua volta. Aguenta muito bem o tempo de jogo e é forte, desequilibra no ataque com um passe de qualidade ou um remate de qualquer lado que leva sempre perigo e defensivamente equilibra a equipa.

Esta temporada o Varzim SC terminou na 7ª posição, tendo sido despromovido e caiu na 2ª eliminatória contra o SC Braga.

André Pinto

O pivô/ala do CD Nacional é um jogador que já merece uma chamada à algum tempo a meu ver, o jogador de 30 anos, apareceu no GD Alfarim e deu o salto para a CB Loures em 2020, tendo sido sempre um jogador com muitos golos, nos últimos 3 anos em 68 jogos, faturou nada mais nada menos do que 60 golos (dados: ZeroZero.pt), é rápido, ultra competitivo e com um dos melhores rácios de minutos/golos do campeonato de Elite. Foi a par de Rodrigo Pinhal e João Cabral, peça importante no sucesso desportivo da equipa da Madeira, formando um trio com muita mobilidade e rotatividade em campo. Esta época apontou 21 golos em 20 jogos pelo CD Nacional.

Iga

O ala do Leixões SC só chegou ao campeonato de Elite esta temporada, sempre deu prioridade ao futebol11, mas já joga futebol praia desde 2018 onde começou no Trafaria, teve passagens pelo Chelas e pelo Belenenses, tendo sido sempre influente nas equipas, mas nunca terminando as épocas de praia para iniciar a pré-época do futebol11, ainda para mais estando a jogar em Espanha.

Este ano optou por aceitar o convite de representar o Leixões SC e de terminar a época de futebol praia, visto que ia voltar para jogar em Portugal futebol11, é um jogador irreverente com 1×1 fortíssimo, rápido e agressivo quer com bola, quer sem bola, consegue desequilibrar tendo qualidade no remate e recuperando muitas bolas logo na fase de construção das equipas adversárias.

João Oliveira

Ala da AD Nazaré 2022, gosta de assumir o jogo da sua equipa, gosta de ter bola e apesar de ter apenas 23 anos, este ano assumiu juntamente com Thales Nascimento, Mathias Martins e Yoao Rolón, os papeis principais na conquista do campeonato nacional da 2ª divisão e consequentemente a subida ao campeonato de Elite. É irreverente, ainda me pareceu um pouco imaturo em alguns momentos do jogo, mas a intensidade com que joga, a velocidade que imprime no jogo, acabam por disfarçar alguns erros técnico-táticos que vão acontecendo durante o jogo, sendo um miúdo com um potencial enorme e que pode vir a ser um jogador com impacto na divisão de Elite em 2024.

É um jogador com potencial que também merece uma chamada.

Vasco Gonçalves

O Vasco foi recentemente chamado, à semelhança do Filipe, mas na minha opinião, peca por tardia a chamada, representa o GRAP Hallstar desde 2019 e sempre mostrou uma qualidade e uma garra para jogar em palcos superiores, talvez a sua chamada tenha sido retardada pelo GRAP ter estado afastado algum tempo da Divisão de Elite. Este ano foi uma das peças fundamentais para que o GRAP conseguisse fugir à descida de divisão, terminando o campeonato na 6ª posição com mais 3pts que o Varzim.

Ricardo Trivelas

Já é bem conhecido no futebol praia nacional, o pivô do Varzim SC de 26 anos, apareceu em 2017, com apenas 20 anos na altura ao serviço do Salgueiros, fazendo a passagem para a Póvoa de Varzim em 2020 e desde então destacou-se como um pivô goleador, mas pouco egoísta, é um pivô que gosta de assistir os colegas e ainda assim consegue sempre ser dos melhores marcadores da equipa.

Em 2022, em 22 jogos fez 23 golos, chegou aos 15 golos em 14 jogos na divisão de Elite, sendo o 5º melhor marcador do campeonato e o 3º português com mais golos nesse ano, apenas superado por Miguel Pintado (20) e Duarte Vivo (19), ambos com mais dois jogos. Pela sua estatura acaba por ser um pivô de referência, mas ainda assim demonstra ter a mobilidade e qualidade necessária para poder fazer minutos na ala durante o jogo.

Esta temporada não conseguiu ajudar o Varzim a evitar a descida de divisão, mas ainda assim em 16 jogos pelo clube fez 11 golos e ainda representou o Torrejon de Espanha, onde disputou 6 jogos na 1ª divisão espanhola e marcou 8 golos, ajudando a equipa a manter-se na máxima divisão espanhola de futebol praia.

É para mim um mistério ainda não ter sido chamado para qualquer estágio.

Filipe Santos “Tim”

Filipe, mais conhecido por Tim, iniciou este ano o seu trajeto no futebol de praia, a representar as cores do Varzim SC, o jogador de apenas 19 anos foi um dos principais destaques do campeonato. Irreverente, veloz e forte nos duelos, deu trabalho a todos os fixos sem exceção, mesmo aos mais experientes que representam a seleção.

Jogador de remate fácil, com golo, foi sempre incansável não só em manobras ofensivas, mas sendo um jogador de muito sacrifício na tarefa defensiva, pressionando sempre a construção da equipa adversária. Disponível fisicamente, com boa qualidade técnica, é um pivô que vai dar que falar nos próximos anos.


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