Final Four EHF European Leage – SL Benfica na rota de algo especial?

Bernardo GalanteMaio 28, 20226min0

Final Four EHF European Leage – SL Benfica na rota de algo especial?

Bernardo GalanteMaio 28, 20226min0
Conseguirão as águias levantar o título de campeão da EHF European League em Lisboa? Bernardo Galante traz os pormenores desta final four

O Sport Lisboa e Benfica tem a oportunidade de escrever mais uma página histórica para o seu livro de glórias. Neste caso, os encarnados poderão mesmo tornar-se na primeira equipa portuguesa a vencer uma das duas competições de clubes mais importantes da Europa, em toda a história do andebol nacional, quando entrarem em campo para disputar a Final Four da EHF European League.

Contexto português no panorama europeu

Num período temporal mais curto (2018/19), tivemos o prazer de assistir à participação do Futebol Clube do Porto na Final Four da EHF Cup – competição que foi substituída pela EHF European League, a segunda maior competição de clubes, na hierarquia europeia – e, onde os Dragões alcançaram um prestigioso 3º lugar.

Essa mesma edição que teve lugar na cidade de Kiel, na Alemanha, foi conquistada pela equipa da casa, o THW Kiel, após bater o Fuchse Berlin (conjunto que venceu o FC Porto nas meias-finais por 24-20) na final por 26-22. No encontro que definia o terceiro colocado, a equipa da cidade Invicta acabaria por vencer os dinamarqueses do TT Holstebro por dois golos de diferença, fixando-se num parcial de 26-28.

A nível europeu, o patamar mais elevado onde a nação portuguesa se situou foi em 1994 com a representação do ABC de Braga – na altura comandado pelo mítico Aleksander Donner – na Final da EHF Champions League. À data, o ABC de Braga que contava com Viktor Tchikoulaev (atual treinador do Xico Andebol B), Carlos Galambas (ex-Diretor Desportivo do Sporting CP), Konstantin Dolgov (Coordenador de Formação do Vitória FC), Paulo Faria (ex-treinador do Sporting CP e AA Águas Santas), entre outros nomes do andebol nacional, foi derrotado pelo Club Balonmano Cantabria (extinto em 1975), emblema que Talant Dujshbaev (duas vezes eleito como o melhor jogador do mundo e, atualmente, um dos melhores treinadores do mundo, sendo que representa o VIVE Kielce da Polónia) representava. A turma espanhola seria mais feliz e acabaria por vencer a competição, coadjuvando um agregado de 43-45 a seu favor (22-22 na 1ª Mão e 21-23 na 2ª).

Em 2000, os arsenalistas viriam a escrever mais uma página bonita do Andebol Português, atingindo as meias-finais da EHF Cup, numa altura em que a competição se disputava no formato de eliminatórias. Nessa mesma temporada, o ABC eliminou o Chambéry (França), o SC Magdeburg (Alemanha), o RK Lvcen (Montenegro), sendo que apenas caiu aos pés dos alemães do Flensburg por apenas um golo de diferença (45-46 no agregado: 27-23 na 1ª Mão e 18-23 na 2ª). Carlos Resende (treinador do FC Gaia), Yuriy Kostetskiy (treinador do Boavista FC), Carlos Galambas, Viktor Tchikoulaev, Humberto Gomes (guarda-redes do Póvoa AC e ex-internacional português), Yuri Nesterov (ex-internacional russo que venceu duas Ligas dos Campeões) foram alguns dos nomes que ajudaram a escrever esta página, sob o comando de Aleksander Donner, um dos treinadores mais emblemáticos do andebol português.

Em 2010, o Sporting CP viria a ser o primeiro clube português a conquistar uma competição europeia de clubes, tratava-se da EHF Challenge Cup – a terceira competição da hierarquia que reúne emblemas da segunda e terceira linha do andebol europeu. Os leões, comandados por Paulo Faria, acabariam por vencer a competição batendo, na final, os polacos do MMTS Kwidzyn por 51-54, no agregado total (25-27 na 1ª Mão e 26-27 na 2ª).

Em 2015/16, foi a vez do ABC de Braga conquistar a prova – sendo o título europeu que há tanto sonhava -, desta feita frente ao SL Benfica, numa final 100% portuguesa. No Pavilhão da Luz, o ABC surpreendera tudo e todos e venceria por 22-28, sendo que o Benfica foi a Braga bater a equipa da casa por 25-29, resultado que não chegou para tirar o título da cidade bracarense (51-53 no agregado total).

Uma época depois, o vencedor voltaria a ser português e, desta feita, um repetente: o Sporting Clube de Portugal. Com um plantel acima da média, a turma portuguesa realizou um percurso confortável até chegar ao título e o que o demonstra são os números da final frente ao Potaissa Turda (Roménia): 37-28 na 1ª Mão e 30-24 na 2ª, perfazendo um agregado total de 67-52.

No que diz respeito à EHF Challenge Cup, um conjunto de equipas portugueses marcaram presença na final, não saindo com o troféu: o ABC de Braga em 2005 e 2015, o Sporting da Horta em 2006, o SL Benfica em 2011 e 2016 e o Madeira SAD, mais recentemente, em 2019.

Os clubes participantes: o trajeto até Lisboa

Entre os quatro clubes participantes, existem dois estreantes e dois repetentes. Os estreantes, SL Benfica e RK Nexe procuram surpreender a europa do andebol, enquanto o SC Magdeburg pretende revalidar o título e o SPR Wisla Plock melhorar a prestação do ano passado.

Estatísticas da competição

A EHF juntamente com a Handballytics trazem-nos a estatística da semana que, naturalmente, agrada a todos os portugueses e amantes da modalidade. Contudo, decidimos consultar alguns dados disponibilizados pelo zerozero.pt e averiguar o fator casa e… a possibilidade do benfiquista ter a possibilidade de tornar-se no melhor marcador da competição.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS