Da LBF à WNBA: O que aconteceu de importante nesta semana?

Lucas PachecoJunho 19, 20246min0

Da LBF à WNBA: O que aconteceu de importante nesta semana?

Lucas PachecoJunho 19, 20246min0
Lucas Pacheco traz as novidades da WNBA, LBF e muito mais do basquetebol internacional, com várias novidades a precisar de serem analisadas

Inter-temporada na Europa, temporada de seleções (base e adulto), playoffs da LBF, um terço da fase regular da WNBA… Tanta coisa acontecendo no basquete feminino que nesta semana faremos um apanhado da semana, com as informações do mundo do basquete.

NBA e WNBA

O Boston Celtics fechou a série final contra o Dallas Mavericks, por 4 a 1, e voltou a figurar como o maior vencedor da história da NBA, com 18 títulos. Em uma temporada dominante do início ao fim, não teve quem ousasse destronar o Celtics. Na WNBA, contrariando as expectativas iniciais, quem largou na frente foi o Connecticut Sun, com a impressionante campanha de 13 vitórias e somente 1 derrota.

Cotado como terceira força da temporada, Connecticut passou os favoritos Las Vegas Aces e New York Liberty no começo da fase regular. O retorno de Brionna Jones possibilitou um trio de respeito (Alyssa Thomas, Jones e DeWanna Bonner), complementado pelas jovens Ty Harris e DiJonai Carrington, ambas vindo de seus melhores anos e em franca ascensão. A técnica Stephanie White encontrou um equilíbrio entre a rotação das titulares com aquelas saídas do banco de reservas, como Tiffany Mitchell, Rachel Banham e Olivia Nelson Ododa.

O basquete apresentado não deixa dúvidas que o Sun veio atrás do inédito título, com peças de reposição, padrão tático balanceado e defesa feroz. O Sun é o segundo melhor ataque até aqui e a melhore defesa, com níveis equiparáveis aos melhores da história da WNBA. Sua craque Alyssa Thomas segue em altíssimo nível, produzindo triplos-duplo em sequência.

A costa/conferência leste veio disposta a roubar a hegemonia recente do oeste, tal qual o Celtics fez na NBA. A liga feminina estreita laços com a masculina e o Sun jogará, pela primeira vez, no lendário TD Garden, em Boston; em 20 de agosto, a torcida celta unir-se-á à de Connecticut para torcer contra Los Angeles (Sparks, no caso).

E já que citamos as duas potências da WNBA, importante ressaltar a ótima campanha do New York Liberty. Com 12 vitórias e 3 derrotas, a equipe comandada por Sandy Brondello segue em evolução – a cada partida, Sabrina Ionescu evolui nas infiltrações e no floater, Jonquel Jones produz com eficiência ímpar, o banco integra-se cada vez mais. Quando Breanna Stewart chegar no patamar de 2023, será difícil segurar. Nesse ínterim, New York disputará a Comissioners Cup contra o Minnesota Lynx, na luta pelo bi-campeonato.

Seu arqui-rival passa por uma queda vertiginosa e inexplicável. Sem mudanças na espinha dorsal do time, o Las Vegas Aces ocupa atualmente a sétima posição, com campanha de 50%. A estrela A’ja Wilson disputa o troféu de MVP, com stats suntuosos, mas a derrocada do sistema defensivo pode prejudicá-la. No ataque, o time caiu do topo para a quarta posição, fato explicado pela ausência da armadora titular Chelsea Gray (lesão); na defesa, a queda foi ainda mais brusca, saindo do topo para figurar na quarta pior defesa da temporada.

Nem o desfalque de Gray explica tamanha queda. Depois de dois anos com um baco diminuto, com rotação estreita, a fórmula parece ter se esgotado e Becky Hammon não confia nas bancárias. O time vem se virando como pode, mas alguma coisa precisa mudar. Caso contrário, o sonhado tri campeonato da WNBA estará em risco.

LBF

Nesta semana teremos as partidas dois das séries de quartas-de-final. Sampaio e Ituano podem fechar em suas casas, garantindo dias a mais de descanso e preparação para as semi-finais. No duelo mais equilibrado, Santo André precisará reverter a derrota para o Unimed Campinas – somente duas vitórias garantem o time na semi. Ao menos, jogará em seus domínios.

Sesi e Blumenau fizeram um eletrizante jogo 1, no sul do país, com bastante equilíbrio e constantes trocas de liderança. No quarto decisivo, prevaleceu a maior qualidade técnica do Sesi e sua rotação mais ampla, menos dependente de uma individualidade. A partida 2 ocorrerá na sexta-feira, dia 21, sendo a última série a fechar essa etapa.

O longo intervalo entre os jogos deve-se à disputa do Final Four da Liga Sulamericana de clubes pelo Sesi Araraquara. Findo o jogo em Blumenau, o time deslocou-se a Assunçao, no Paraguai, onde conquistou o título sulamericano, com duas vitórias tranquilas sobre Obras (Argentina) e Aguada (Uruguai).

Sossô sagrou-se MVP do Final Four, além de figurar no quinteto ideal ao lado de sua companheira Manu. Foi o retorno de uma equipe brasileira ao torneio continental, após anos de ausência, retorno dourado e bem sucedido. A ver se a boa sequência se mantem ou se o cansaço de viagens seguidas pesará.

Americup sub 18

Os playoffs da LBF estão desfalcados de algumas jogadoras, convocadas para a Americup sub 18, em disputa na Colômbia durante esta semana, valendo vaga para o Mundial sub 19 de 2025. A armadora Mica (Corinthians), a ala-armadora Mikaelly (Catanduva), a ala-pivô Alexia (Sesi Araraquara) disputaram a LBF e agora buscam consolidar a vaga brasileira no mundial; as três têm começado como titulares.

A fase de grupos ranqueia os times e define os confrontos das quartas-de-final (1ª do grupo A x 4ª do B, 2ª do A x 3ª do B, 3ª do A x 2ª do B e 4ª do A x 1ª do B). Pelo grupo B, o Brasil foi superado pelos Estados Unidos e venceu o México – o resultado contra Porto Rico definirá a segunda (vencedora) e a terceira (perdedora) colocada do grupo. No grupo A, Canadá deve confirmar o favoritismo e chegar às quartas de forma invicta; Argentina e Colômbia duelam pela segunda posição. Nas quartas, em jogo único, vida ou morte: quem vencer, avança às semis e ao Mundial sub 19; quem perder, ficará de fora do torneio mundial.

 

Em apenas dois jogos, a seleção brasileira pretende jogar em estilo semelhante à seleção adulta. A pivô Manu Alves, cotada como principal promessa dessa seleção, ganhou a companhia da ala Ayla McDowell, filha de pai estadunidense e mãe brasileira que optou pelo Brasil. Com 1,90 de altura, a ala vem brilhando, sendo o principal fator para a vitória brasileira.

Para além da evolução individual das jogadoras, tudo se resume à partida das quartas, provavelmente contra Colômbia ou Argentina. Para uma seleção com pouco intercâmbio, é fundamental a vaga no Mundial.

Saindo do tema

Para os brasileiros, impossível ignorar o pré-olímpico masculino. Será a última oportunidade do Brasil classificar-se para Paris no basquete (após fracassos da seleção feminina 5×5 e das seleções do 3×3); para tal, a seleção precisará vencer o torneio em Riga (Letônia), com técnico “novo” (Alexander Petrovic retornou a um mês após demissão de Gustavinho) e, muito provavelmente, sem o armador Yago, em recuperação de uma lesão.

No início de julho, a torcida brasileira estará ligada na seleção masculina.


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