Crossfit: Como nasceu a Fran?
Quando um praticante de CrossFit ouve dizer o nome “Fran” tendencialmente terá uma reação menos positiva sabendo perfeitamente que não se trata da “Nanny” da série televisiva.
Terá plena consciência que nos estamos a referir a um WOD clássico do CrossFit que em muito poucos minutos consegue deixar qualquer atleta deitado no chão e com um pulmão de fora. Foi o primeiro WOD que Greg Glassman, criador do CrossFit, baptizou com o nome de uma mulher e ainda hoje é uma das maiores referências de progresso para todos os atletas de CrossFit a nível mundial:
“If a hurricane that wreaks havoc on a whole town can be Fran, so can a workout.”
Greg Glassman como jovem ginasta, pensou que treinar com barra e peso seria uma boa forma de melhorar a sua capacidade na disciplina. O trabalho simples de halterofilismos não parecia replicar a sensação de trabalho intenso nas paralelas e foi aí que Glassman decidiu ser criativo misturando os estímulos de ambas as modalidades começando com 21-15-9 repetições de thrusters e pull ups.
Foi ao limite, vomitou de tanto esforço, mas percebeu naquele momento que tinha encontrado uma combinação extraordinária que ia garantir que melhorasse a sua condição física geral e a sua performance como ginasta. Aqui nasceu uma nova metodologia e um WOD que iria marcar todos os adeptos da modalidade.
A Fran é apenas um total de 45 repetições de cada movimento, ou seja 90 repetições no total. Não é mesmo nada que choque um praticante de desporto, principalmente se soubermos que os melhores tempos deste desafio são abaixo dos 2 minutos de trabalho. Mas acreditem que esses atletas ficam no mesmo estado (se não pior) que o atleta que demorar 12 minutos ou o atleta que adaptar os movimentos da Fran à sua capacidade (baixando a carga e alterando as elevações para movimentos que servem como progressão para a pull up).
De facto, uma das características mais extraordinárias desta modalidade é como o mesmo treino pode ser executado por pessoas com idades, capacidades e condições físicas totalmente distintas aplicando adaptações de movimento mantendo os estímulos previstos e deixando todos os atletas no mesmo estado final de exaustão e satisfação de auto-superação.
Costuma-se dizer que o que dizemos durante a Fran não conta, contam apenas as repetições. E é justo porque durante este primeiro WOD que Greg Glassman tão carinhosamente baptizou com o nome de uma mulher cada momento parece uma eternidade, mas no final o resultado vale cada segundo de sofrimento. Se ainda o Vosso tempo da Fran ainda não foi testado, vale a pena ter esta “Girl” como “benchmark” de progresso no CrossFit.