Vuelta 2021: Roglic vs Bernal?

Davide NevesAgosto 13, 20214min0

Vuelta 2021: Roglic vs Bernal?

Davide NevesAgosto 13, 20214min0
A edição deste ano da Vuelta começa a norte, em direção ao quente (bastante quente) sul de Espanha. Como sempre, montanhas fantásticas, com pendentes incríveis, prontas para aguçar a curiosidade de todos os fâs.

Começamos esta análise com algumas das etapas que irão fazer mossa na classificação geral. A começar pela etapa 9, com a subida ao Alto de Velefique, onde a pendente de 7.2% ao longo de 13 quilómetros irá começar a fazer diferenças na luta pela camisola vermelha. A etapa 17 leva-nos de volta a Lagos de Covadonga (12.5 quilómetros com pendente média de 7.0%) onde, em 2018, Thibaut Pinot venceu e abre o apetite para a semana final, pois a etapa 18 não fica atrás em nível de dificuldade, com a estreia na Vuelta de uma subidade estrondosa, o Altu d’El Gamoniteiru. 13 quilómetros com pendentes a rondar os 10%. Dia de partir correntes.

A estreia desta excruciante subida, num dia que pode ser decisivo (La Flamme Rouge).

A etapa 20 é uma verdadeira clássica, embora mais pequena (163 quilómetros), tem um acomulado enorme de montanha (mais de 4 quilómetros de ascensão) e uma subida final com pendentes de 5%. Já a etapa 21 é um contrarrelógio que pode ser letal na luta pela geral para todos aqueles que não se chamem Primoz Roglic. São 34 quilómetros nada planos, cheios de subidas e descidas e com uma ligeira subida final.

Os favoritos

Roglic sabe o que é vestir a camisola vermelha. Será que o volta a fazer?

Primoz Roglic é o principal favorito para a Vuelta. O esloveno vem muito motivado para Espanha depois do ouro olímpico no contrarrelógio. A equipa que a Jumbo-Visma leva é bem apetrechada, com a presença do sempre leal Sepp Kuss, Kruijswijk, Sam Oomen, Robert Gesink ou Koen Bouwman. Depois de ter sido forçado a desistir do Tour devido à queda sofrida ainda na primeira semana, Roglic procura aqui vencer a terceira Vuelta consecutiva, o que não acontece desde 2005, com as três vitórias consecutivas de Roberto Heras (e será apenas a terceira vez na história que alguém consegue fazer tal proeza). Igualaria também Alberto Contador no terceiro lugar, com três vitórias.

A INEOS traz uma trifecta de qualidade, com Egan Bernal, Adam Yates e o campeão olímpico de estrada, Richard Carapaz, para não falar do também campeão olímpico de BMX, Thomas Pidcock. Muita qualidade, muito poder, algo já habitual na INEOS, mas que nos deixa com a dúvida se Egan Bernal é realmente o líder absoluto da equipa ou se será a estrada a decidir quem o será. Bernal e Carapaz já sabem o que é vencer uma grande volta, mas Adam Yates nunca o conseguiu fazer, ao contrário do seu irmão Simon (que não estará presente).

Estará o Landismo vivo?

Mikel Landa é talvez o terceiro nome com mais ambições num pódio. O espanhol, sempre dado como favorito, tem tido azar e resultados que não o levaram ainda à glória numa grande volta. A Bahrain-Victorius leva uma equipa pronta para levar Landa montanhas acima, com Wout Poels, Jack Haig, Damiano Caruso, Mark Padun ou Gino Mader.

A Astana confia em Vlasov para atacar novamente um pódio numa grande volta, contando também com os irmãos Izagirre, Omar Fraile ou Alex Aranburu. A EF Education leva Hugh Carthy, que procura repetir o pódio do ano passado. A Movistar será liderada, em teoria, por Enric Mas, mas Alejandro Valverde está presente e sempre pronto a entrar em ação, tal como Miguel Angel Lopez. Destaque também para a presença de Nélson Oliveira.

A Trek é liderada por Giulio Ciccone, a DSM por Romain Bardet e a UAE-Emirates, sem a presença de Tadej Pogacar (a grande ausência do ano), vai ser liderada por David de la Cruz, contando ainda com Rafal Majka ou Jan Polanc, com destaque também para a presença do português Rui Oliveira.

 


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