Tirreno-Adriatico 2019: uma coletânea de clássicas
Apesar da revolução nos finais das etapas, o Tirreno-Adriatico irá começar de uma forma já bastante habitual: o Contrarrelógio por equipas em Lido de Camaiore. Aqui, equipas como a Sky, a CCC ou a Jumbo-Visma podem começar a ditar diferenças para o resto da prova. O resto do percurso baseia-se em subidas pequenas e bem inclinadas, sem grandes subidas e chegadas em alto. O Paris-Nice atraiu os candidatos às Grandes Voltas, o Tirreno-Adriatico os classicistas, os homens de um dia.
Antes de mais, o testemunho do Fair Play para esta prova é claro: esta edição tem um nome já escrito como vencedor em 2019: Greg van Avermaet. O líder da CCC irá cimentar a sua preparação para as clássicas das Ardenas ou da Primavera. Porque não chegar lá com uma vitória no Tirreno?
O Fair Play apresenta de seguida 5 nomes para ter em conta nesta prova, mas não podemos descurar crónicos candidatos. O primeiro é o atual vencedor do Tour de France, Geraint Thomas. A Sky venceu em 2018 com Michal Kwiatkowski e procura revalidar com Thomas, que leva um grupo de trabalho, pronto para dar tudo pelo seu líder. Moscon, Stannard, Castroviejo, Poels, Puccio e Ganna protegerão o seu líder.
Vincenzo Nibali também estará em Itália, como líder da Bahrain-Merida. Leva, como principal suporte, Damiano Caruso e Rohan Dennis. Um bom desempenho no contrarrelógio coletivo colocará Nibali nos favoritos a subir ao pódio. A Groupama-FDJ leva o seu líder, Thibaut Pinot, e a Lotto-Soudal confia em Tim Wellens.
Com o irmão Simon a olhar para Nice, Adam Yates olha para o Adriático com esperança de vencer e dar a vitória à Mitchelton-Scott. Uma das grandes sensações de 2018, Richard Carapaz, comanda a Movistar e a Trek confia em Brambilla para o possível top-10 da geral.
Tom Dumoulin também estará presente com a sua Sunweb. Ainda numa fase precoce da preparação para os verdadeiros objetivos da época, o Xerife irá sempre causar o pânico com o ritmo alto que irá certamente impor.
O contingente português é extenso nesta prova: Nélson Oliveira está presente na equipa da Movistar, Rui Costa é, aparentemente, o líder da equipa na montanha (Fernando Gavíria será o verdadeiro líder) e José Gonçalves e Rúben Guerreiro enquadram a equipa da Katusha.
5 nomes para observar com muita atenção
Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep) – Apoiado por uma equipa que não perder, a vitória na Strade Bianche só veio dar ainda mais confiança ao francês, cada vez mais confortável e perito neste tipo de provas. A QuickStep irá atacar, como normal, em várias frentes, com Elia Viviani nas etapas de sprint e Alaphilippe e Zdenek Stybar para a geral. Chegou a vez de “Ala” brilhar!
Primoz Roglic (Jumbo-Visma) – Depois de um ano de 2018 excepcional e fantástico, Roglic promete continuar com a grande forma em 2019. Depois de vencer a Volta aos Emirados, a Jumbo procura nova vitória. E o contrarrelógio inicial irá provar isso mesmo, com Roglic a ser flanqueado e apoiado por nomes como Tony Martin e Jos van Emden. Guarda de luxo.
Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) – O “Saganator” está de volta para continuar 2019, depois de um mês parado. No entanto, e apesar da preparação desenvolvida durante Fevereiro, o ex-campeão do mundo foi afetado por um vírus nesta última semana, o que pode afetar a sua prestação no Tirreno-Adriatico. Tendo em conta que estamos a pouco mais de um mês da Liège-Bastogne-Liège, falta saber o quanto Sagan pretende dar em Itália. Tendo em conta o carácter do eslovaco, poderemos esperar por pelo menos um segundo lugar.
Jakob Fulgsang (Astana) – Já um habitual neste tipo de provas, Fulgsang e a Astana começaram 2019 em grande, com a equipa cazaque com 15 vitórias até ao momento, mantendo a competição feroz com a Quick-Step. Depois de vencer a Ruta del Sol no mês passado, e de dois segundos lugares na Andaluzia, o dinamarquês procura na sua segunda presença no Tirreno-Adriático um lugar entre os melhores.
Greg van Avermaet (CCC) – Este pode ser novamente o ano dele, depois da vitória em 2016. O percurso ajusta-se na perfeição às qualidades do campeão olímpico. Apesar de o próprio insistir que está em Itália apenas para se preparar para as clássicas, nós não acreditamos e colocamos o belga como o favorito a vencer a edição de 2019.