As Três Equipas Que Mais Queremos Ver em 2020

Gonçalo MeloDezembro 28, 20198min0

As Três Equipas Que Mais Queremos Ver em 2020

Gonçalo MeloDezembro 28, 20198min0
A nova época de ciclismo está quase aí! Fica a conhecer as três equipas que mais queremos ver no ano de 2020!

2019 foi um ano em grande para os fãs de ciclismo. Ano de aparição de 3 novos vencedores de grandes voltas (Carapaz em Itália, Bernal em França e Roglic em Espanha), ano em grande para nomes como Jakob Fuglsang, Julian Alaphilippe ou Elia Viviani, e ascensão meteórica de jovens talentos como Mathieu Van Der Poel, Pascal Ackermann ou Remco Evenepoel.

2020 promete ser tão bom ou melhor que o anterior, e depois de um mercado de transferências que ferveu, apresentamos as três equipas que mais prometem para a época que se inicia já no mês de Janeiro.

Jumbo-Visma

A equipa holandesa já tinha um dos plantéis mais vastos e completos do World Tour, com vários nomes para as provas por etapas, sprinters de topo e nomes fortes para as clássicas. Não se dando por satisfeitos, os holandeses garantiram a contratação do vencedor do Giro de 2017, Tom Dumoulin.

O holandês, um dos melhores ciclistas para provas de três semanas da atualidade, devido à forma como acompanha os melhores na montanha e da sua capacidade brutal no contra-relógio, junta-se a uma equipa que já contava com Primoz Roglic e Steven Kruijswijk. Para além destes, a Jumbo conta ainda com George Bennett, Laurens De Plus, Robert Gesink, Sepp Kuss ou Antwan Tolhoek no seu lote de trepadores, que serão fundamentais para ajudar os três grandes lideres e que podem já no próximo ano ter oportunidades em provas de uma semana.

Para as clássicas, a equipa aposta muito no super Wout Van Aert. Uma referência no ciclo-crosse (é tri-campeão mundial da especialidade), o belga faz a diferença com a sua potência e velocidade, sendo um perigo nas chegadas rápidas mas conseguindo também fazer a diferença a atacar de longe e nas provas de contra-relógio, contra-relógio esse que conta ainda com a experiência e qualidade de Tony Martin e Jos Van Emden.

Ao nível dos sprints, o destaque tem de ser dado a Dylan Groenewegen. O holandês é o chefe deste departamento na equipa, estando claramente no top 5 de melhores sprinters puros da atualidade. Mike Teunissen é outro grande sprinter desta formação, não esquecendo ainda Taco Van Der Hoorn.

Não obstante, a Jumbo Visma conta ainda com elementos com elevada experiência e qualidade, como Grondahl Jansen (campeão de estrada norueguês), Tom Leezer ou Timo Roosen, elementos fortes nas clássicas mas que também são fundamentais nos comboios dos sprinters.

Van Aert, Roglic, Groenewegen, Kruijswijk e Dumoulin, as 5 maiores estrelas da Jumbo-Visma em 2020 (Foto: Rádio Renascença)

 

Team INEOS

Provavelmente a equipa mais conhecida do mundo do ciclismo, a antiga Sky mostra todos os anos como se deve portar uma equipa na estrada. A equipa britânica tem dominado totalmente o Tour nos últimos anos (venceu as últimas 5 edições, com três ciclistas diferentes), e apesar de parecer que se foca apenas na prova francesa, a verdade é que em 2019 somou 7 vitórias em provas por etapas para além do Tour, com vitórias em Burgos, na Volta à Suiça ou na Volta a Polónia.

A equipa conta com 4 vencedores de grandes voltas, algo que mais ninguém consegue ter. Gerir estes 4 elementos será provavelmente uma tarefa árdua (Egan Bernal é o atual vencedor do Tour, Geraint Thomas ainda está capaz de o vencer, e ainda há o super consagrado Chris Froome que vai querer vencer a prova francesa pela quinta vez), sendo provável vermos Thomas e Carapaz no Giro, e Bernal e Froome no Tour. No bloco montanhoso os britânicos contam ainda com uma profundidade impressionante, com os experientes Michal Kwiatkowski e Jonathan Castroviejo (também muito fortes no contra-relógio), mais os promissores jovens que esperam uma oportunidade ao sol, como Pavel Sivakov, Iván Ramiro Sosa, Tao Hart ou Eddie Dunbar, não esquecendo o holandês Dylan Van Baarle.

A Ineos nunca foi conhecida pelos seus sprinters, mas conta com um lote muito interessante de homens rápidos que são uma ameaça nas clássicas e nas provas de um dia. Neste departamento, os experientes britânicos Ben Swift, Ian Stannard e Luke Rowe fazem a diferença, havendo ainda o jovem italiano Gianni Moscon e os promissores meninos da casa, Chris Lawless e Owain Doull (não esquecendo o campeão do mundo em 2015 Michal Kwiatkowski, elemento também muito forte nas clássicas).

A INEOS é ainda conhecida pela qualidade nos contra relógios, muito graças aos especialistas puros nessa vertente, de onde se destacam o jovem Filippo Ganna (medalha de bronze no mundial de CR), e o veterano Vasil Kiryienka. A estes dois, a equipa inglesa juntou para 2020 nada mais nada menos que Rohan Dennis, bicampeão do mundo de contra-relógio, considerado pela maioria o melhor contra-relogista da atualidade.

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Três vencedores do Tour de France (Bernal, Froome e Thomas), aos quais se junta o vencedor do Giro deste ano, Richard Carapaz (Foto: Sicycle)

 

Deceunick-Quick Step

A equipa com mais vitórias na época de 2019, muito graças a Julian Alaphilippe e Elia Viviani. Os belgas são uma equipa diferente da Jumbo-Visma e da INEOS, uma vez que os seus principais nomes não são elementos para lutar pelas grandes voltas. Ainda assim, a Deceunick apresenta elementos jovens e promissores que poderão no futuro próximo ser candidatos a lutar nas provas de 3 semanas.

Apesar da perda do grande líder deste setor (Enric Mas saiu para a Movistar) a Deceunick conta ainda com o crónico campeão luxemburguês Bob Jungels, que já fez sexto no Giro e de quem se esperava muito no inicio da carreira, tendo estagnado um pouco mas estando ainda muito a tempo de comprovar o seu valor. A equipa deposita ainda grandes esperanças no inglês James Knox, que na ultima Vuelta já nos deu uma pequena amostra do seu potencial, pela facilidade que apresenta na montanha. Mas a maior esperança é Remco Evenepoel. O jovem de 19 anos, já campeão europeu e vice-campeão do mundo de CR vai estrear-se em grandes voltas no ano de 2020, e a expectativa é elevada, apesar do jovem belga até agora apenas se ter mostrado mais em provas de um dia.

A equipa conta ainda no seu bloco montanhoso com o promissor francês Remi Cavagna, os experientes homens da casa Dries Devenyns e Pieter Serry e o reforço italiano Mattia Cattaneo.

Mas é nas clássicas/provas de um dia e nos sprints que mais esperamos da Deceunick.

Apesar de terem perdido uma referência no setor (Philipp Gilbert regressou à Lotto-Soudal), os belgas continuam a apresentar um núcleo fortíssimo para as provas de um dia e para as clássicas. Com Julian Alaphilippe à cabeça (segundo ciclista com mais pontos em 2019, apenas atrás de Roglic) a equipa conta ainda com o já mencionado Evenepoel, o seu compatriota Yves Lampaert, o super checo Zdenek Stybar, ou o francês Florian Senechal.

Curiosidade também para perceber se Alaphilippe se vai manter fiel ao seu estilo e ao seu habitual calendário, ou se depois do surpreendente quinto lugar no último Tour o francês vai tentar aproximar-se mais de um “voltista” e deixar de ser considerado um puncheur puro.

Na parte dos sprints, os belgas também prometem continuar a fazer estragos. Saiu o super Elia Viviani, mas entrou o incrível irlandês Sam Bennett, que poderá finalmente mostrar-se e sair da sombra de Peter Sagan. Para além do campeão irlandês, os belgas contam ainda com o rapidíssimo campeão holandês Fabio Jakobsen, e com os promissores Frolich Honoré e Álvaro Hodeg. Para garantir que os sprinters chegam ao final com capacidade para vencer, a equipa conta com os lançadores de luxo Shane Archbold, Michael Morkov, David Ballerini ou o veteraníssimo Iljo Keisse.

Para terminar, muita atenção ao campeão dinamarquês de CR, Kasper Asgreen, que terá em 2020 de mostrar que é muito mais do que apenas um grande contra-relogista.

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Alaphilippe, aqui acompanhado por Evenepoel e Jungels, é a grande figura da equipa belga (Foto: Deceunick-Quick Step)

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