As Melhores Transferências no Ciclismo para 2021

Gonçalo MeloNovembro 18, 20208min0

As Melhores Transferências no Ciclismo para 2021

Gonçalo MeloNovembro 18, 20208min0
Estás a par das movimentações e transferências no mundo do ciclismo para 2021? Vê aqui alguns dos nomes fortes da modalidade que vão mudar de cores no próximo ano.

Um dos anos mais atípicos da história do ciclismo está a chegar ao fim, e para 2021 ainda há alguns plantéis por fechar. Muitas foram as mudanças até agora, principalmente devido à extinção da CCC, que viu partir mais de 20 ciclistas até ao dia de hoje. Também os sul africanos da NTT, que estiveram em sério risco de fechar portas, viram sair figuras como Roman Kreuziger, Edvald Boasson Hagen ou Ben O´Connor. Mas quais foram as principais transferências para a época de 2021?

Chris Froome (INEOS Grenadiers para Israel Start-Up Nation)

Não podíamos começar por outro nome que não o de Christopher Froome. O nome mais conhecido e falado durante a última década, vencedor de 4 Tours, duas Vueltas e 1 Giro, vai deixar a sua INEOS (antiga Sky), para se juntar ao recente projeto da Israel, onde terá todo o protagonismo e poderá escolher a seu bel prazer as provas em que quer participar. Com Egan Bernal, Geraint Thomas, Richard Carapaz, e agora também Tao Geoghegan Hart como vencedores de Grandes Voltas, a juntar à lesão grave que Froomey sofreu em 2019, o britânico viu reduzido drasticamente o seu protagonismo dentro da equipa.

Na Israel, será o chefe, numa equipa que já tinha nomes como Daniel Martin ou Ben Hermans, e que contratou para 2021 homens conceituados como Michael Woods, Daryl Impey, Alessandro De Marchi ou Carl Fredrik Hagen. Será suficiente para permitir a Froome lutar pelo Tour?

CONFIRMED! Chris Froome to Israel START UP Nation! - in 2021! - YouTube
Froome vai mudar de ares na tentativa de vencer o seu 5º Tour

Romain Bardet (AG2R para Team Sunweb)

O francês de 30 anos investe pela primeira vez num desafio fora da sua zona de conforto, ao deixar a AG2R (a equipa francesa virou-se mais para as clássicas e provas de 1 semana, com a contratação de Greg Van Avermaet, Michael Schar, Lilian Calmejane ou Bob Jungels) para se juntar aos alemães da Sunweb. Na equipa germânica, Bardet vai encontrar uma equipa jovem mas muito talentosa e ambiciosa, que conta com nomes como Jai Hindley, Tiesj Benoot, Marc Hirschi, Chris Hamilton ou o veterano Nicolas Roche para ajudar o francês na montanha.

Objetivo? Voltar a aparecer o Romain Bardet de 2016 e 2017, que somou dois pódios no Tour, e conseguir fazer esquecer Tom Dumoulin, algo que Wilco Kelderman não conseguiu.

Romain Bardet vai representar a Sunweb a partir de 2021 | Competição | Mountainbikes.pt
Bardet (à frente) aqui com o seu futuro colega, Soren Kragh Andersen

Adam Yates (Mitchelton-Scott para INEOS Grenadiers)

A INEOS esteve particularmente ativa no mercado, talvez por ter sido dominada pela Jumbo Visma no Tour e na Vuelta este ano. Para voltar ao topo no que toca a grandes voltas, a equipa britânica juntou ao seu elenco, nomes como Richie Porte, Daniel Felipe Martinez, Laurens De Plus, e Adam Yates.

O britânico de 28 anos é uma espécie de reforço dois em um, pois para além de ser um grande ciclista (já foi 4º no Tour em 2016, e é muito forte em provas de uma semana, sobretudo no Tirreno Adriático), é um homem que pode facilmente tornar-se um “símbolo da casa”, britânico em equipa britânica, algo a que a INEOS nos habituou, e que precisa, sobretudo depois da saída de Froome e da reforma de Ian Stannard. A questão passa por saber qual o papel que Yates terá na equipa, pois ser líder numa grande volta não será fácil, devendo partir atrás de Bernal, Carapaz e Thomas, tendo como função ser escudeiro principal/plano B numa ou duas grandes voltas.

Adam Yates leaves Mitchelton-Scott for Team Ineos - Cycling Weekly
Adam Yates irá continuar a ter protagonismo com as cores da INEOS?

Richie Porte (Trek-Segafredo para INEOS Grenadiers)

Mais um reforço bomba para a INEOS. Richie Porte conseguiu finalmente em 2020 um grande resultado no Tour, algo que procurava desde que deixou a Sky em 2015, e depois do terceiro lugar conseguido este ano, o australiano regressa a uma casa que bem conhece. Ainda assim, o próprio já admitiu que este regresso será com o objetivo de trabalhar como gregário e não para ser um dos lideres da equipa.

E que equipa não gostaria de ter Porte como gregário? Presente em muitas das vitórias de Froome em grandes voltas, Richie deverá agora ser o homem de confiança de Bernal e Carapaz, e promete voltar a impor ritmos que deixam os adversários em pânico e permitem ao seu líder disferir ataques portentosos e decisivos na alta montanha.

Richie Porte posts Strava data from commanding Tour Down Under stage victory - Cycling Weekly
Richie Porte volta a uma casa que bem conhece em 2021

Greg Van Avermaet (CCC Team para AG2R Citroen)

Um super reforço para a equipa francesa, que vai formar um super bloco de clássicas com os irmãos Oliver e Lawrence Naesen, Tony Gallopin e Bob Jungels. O belga de 35 anos teve uma época pobre na CCC, como toda a equipa aliás, e vai agora tentar voltar ao seu melhor em 2021, onde irá lutar novamente pela medalha de ouro na prova de fundo dos Jogos Olímpicos, que conquistou em 2016.

Nenhuma vitória em 2020, onde o máximo que conseguiu foi ser segundo na geral da Volta a Valónia. Registo pobre para o classicómano belga, que em 2019 também esteve aquém do que pode fazer, vencendo apenas por 3 vezes, etapas na Volta à Comunidade Valenciana e Tour de Yorkshire, e vitória no Grande Prémio de Montréal, uma das clássicas de Setembro. Vamos voltar a ter o melhor Greg Van Avermaet, constantemente uma ameaça nas clássicas, provas de um dia e etapas acidentadas do Tour?

Greg Van Avermaet and Michaël Schär sign for three years - Equipe cycliste AG2R La Mondiale
Greg Van Avermaet (à esq), aqui em disputa direta com o compatriota e futuro colega Oliver Naesen

Rafal Majka (Bora Hansgrohe para UAE Emirates)

Um reforço de peso para a alta montanha na equipa árabe, e uma grande peça para ajudar Tadej Pogacar. No Tour deste ano, pareceu faltar equipa para ajudar o esloveno, que mesmo assim acabou por vencer. Majka deverá ser o braço direito do jovem prodígio da Emirates, sendo que o polaco deverá ainda ter liberdade para liderar a equipa no Giro ou na Vuelta, dividindo protagonismo com Davide Formolo e David de La Cruz.

Um trepador exímio, já conta com um pódio na Vuelta em 2015, e ainda com dois top 10 no Giro, não esquecendo a camisola de melhor trepador conquistada no Tour por duas vezes, em 2014 e 2016.

Rafał Majka linked to UAE Team Emirates [in Polish] : peloton
Rafal Majka (a trás), com o futuro colega Tadej Pogacar

Wilco Kelderman (Team Sunweb para Bora Hansgrohe)

A transferência do holandês de 29 anos foi anunciada antes da saída de Majka, no entanto podemos dizer que Wilco Kelderman chega para substituir o polaco na equipa alemã e partilhar a liderança da equipa nas provas por etapas com Emanuel Buchmann, Patrick Konrad e Maximilian Schachmann. Kelderman não é um puro trepador como Majka, mas tem a vantagem de ser bastante mais forte no contra-relógio.

No Giro deste ano, Kelderman parecia ter tudo para vencer a sua primeira grande volta, mas uma péssima estratégia da Sunweb na etapa do Monte Stelvio, que em vez de colocar Hindley a puxar pelo seu líder, preferiu deixar o australiano acompanhar Tao Geoghegan Hart, numa tentativa de ter dois Sunweb nos primeiros lugares do pódio, saiu furada (a Sunweb perdeu uma clara oportunidade de vencer mais uma grande volta). Terá esta estratégia sido influenciada pelo facto de a Sunweb já saber há algum tempo da saída de Kelderman para os compatriotas da Bora? Fica a questão.

Nederlander Wilco Kelderman nieuwe leider in Giro d'Italia
Kelderman tem no seu palmarés o 3º lugar no Giro este ano, e um 4º lugar na Vuelta em 2017

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