As equipas a seguir no Tour
Estamos a poucos dias do início de mais uma edição do mítico Tour de France, ou Volta à França, na língua de Camões.
Num ano atípico pelas razões que já todos conhecemos, teremos um Tour especialmente montanhoso, e especialmente atrativo pela data em que é disputado, pelas diferentes preparações dos candidatos em tempo de Covid 19, e pelo número elevado de nomes com capacidade de almejar a camisola amarela num ano que deve ser marcado pelo equilíbrio. Depois de vermos o percurso da prova e a análise aos candidatos a melhor jovem e melhor sprinter, seguimos para as equipas a seguir com atenção.
Que equipas irão dominar no Tour?
Seria injusto e quase maldoso não começar com a equipa que tem dominado a volta francesa na última década. A INEOS, antiga Sky, venceu 7 dos últimos 8 Tours, perdendo apenas em 2014, quando o tubarão Vincenzo Nibali levou a amarela. Este ano, a equipa britânica apresenta-se com um figurino diferente, deixando de fora o tetra campeão e lenda viva Chris Froome, e o vencedor de 2018 Geraint Thomas, elementos em claro mau momento de forma e que mostraram recentemente não terem pedalada para os rivais.
A equipa estará então focada no apoio exclusivo ao atual campeão Egan Bernal, que tentará o bis, tendo para isso a ajuda de gregários de luxo como Richard Carapaz (que estará pronto a assumir a liderança caso Bernal vacile), Michal Kwiatkowski, o jovem talento russo Pavel Sivakov, Andrey Amador, Jonathan Castroviejo, e ainda os roladores Dylan Van Baarle e Luke Rowe.
A principal ameaça à INEOS é a Jumbo-Visma. A equipa holandesa tem um dos planteis mais vastos e ricos do World Tour, e vai chegar a França com grande parte dos seus melhores ciclistas e com a moral em alta depois de dominar por completo no Tour de l´Ain e no Dauphiné, que só não venceu porque Roglic abandonou.
Desde logo, a presença de dois super líderes, Tom Dumoulin e o mencionado acima Primoz Roglic, vencedores do Giro em 2017 e da Vuelta em 2019, respetivamente. Roglic deve partir com alguma vantagem no que toca à liderança dentro da equipa, mas Dumoulin está em clara subida de forma, fazendo lembrar o Dumoulin que em 2018 lutou sozinho contra a super Sky para arrebatar dois segundos lugares, no Giro e no Tour.
A juntar aos dois líderes, a Jumbo leva ainda outro elemento com capacidade para liderar, e que vem de uma excelente vitória na Gran Piemonte, George Bennett, e gregários de luxo como o jovem Sepp Kuss e o experiente Robert Gesink, aos quais se juntam o especialista no CR Tony Martin, o polivalente Amund Grondahl Jansen e o fantástico todo o terreno belga Wout Van Aert, que desde o regresso do ciclismo já arrebatou a Strade Bianche e o Milano-Sanremo, bem como o título belga de CR. Nota ainda para a ausência por lesão do terceiro classificado do ano passado, Steven Kruisjwijk, com um problema no ombro.
Numa segunda linha estará a francesa Groupama-FDJ, que tentará levar a sua grande figura à tão aguardada e ambicionada vitória no Tour. Thibaut Pinot é mais uma vez candidato a vencer, depois de no ano passado, quando parecia ter tudo para pelo menos discutir até ao fim com Bernal, ter abandonado devido a uma lesão.
Para o ajudar, Pinot contará com os seus dois fiéis escudeiros de várias batalhas, o campeão suíço Sebastian Reichenbach e o jovem prodígio francês David Gaudu, que no ano passado estiveram em grande plano na ajuda ao seu líder. Além destes, destaque ainda para outro jovem promissor, Valentin Madouas, para o experimentado trepador Rudy Molard, e para a locomotiva suíça, Stefan Kung, recentemente coroado campeão europeu de CR.
A alemã Bora-Hansgrohe é outra equipa que promete agitar e tentar impor-se na frente das etapas. Para as etapas mais planas conta com o comboio formado por Peter Sagan, Daniel Oss e Lukas Postlberger, tendo para as etapas mais complicadas e montanhosas nomes como Maximilian Schachmann, Lennard Kamna, Felix Grosschartner, Gregor Muhlberger, e ainda o líder para a classificação geral, Emanuel Buchmann, 4º no Tour do ano passado, e forte candidato a novo top 5.
Depois da vitória de Daniel Felipe Martínez no Dauphiné, temos de falar da Education First. A equipa norte americana apresenta-se com uma equipa de enorme qualidade, onde para além do já mencionado Dani Martinez, estarão (em princípio, pois a EF ainda não confirmou o 8 final para a prova) também o experiente Rigoberto Urán, segundo em 2017, o campeão colombiano de estrada Sergio Higuita, o experiente homem da casa Tejay Van Garderen ou ainda os classicómanos Alberto Bettiol e Jen Keukeleire.
Na tentativa de estar na frente da corrida estarão também a Astana do Cazaquistão, e a Bahrain-McLaren.
Os cazaques apostam tudo na ajuda ao seu líder Miguel Angél López, em estreia no Tour de France, ele que já tem no currículo pódios no Giro e na Vuelta. Para o ajudar contará com uma armada espanhola de grande nível, composta pelos irmãos Ion e Gorka Izaguirre, Omar Fraile e o campeão espanhol de estrada Luis León Sánchez, não esquecendo o polivalente e todo o todo o terreno, Aleksey Lutsenko, campeão cazaque de estrada e CR.
Já os homens da Bahrain-McLaren trazem toda a cavalaria para levar Mikel Landa ao resultado que procura há vários anos. Finalmente líder incontestado dentro de uma equipa, Landa terá de se mostrar à altura neste Tour, contando para isso com a ajuda do gregário de luxo Wout Poels, ex-INEOS, do campeão espanhol de CR Pello Bilbao, de Rafael Valls, Matej Mohoric e do experiente italiano Damiano Caruso. Na equipa está ainda um candidato às chegadas rápidas, o italiano Sonny Colbrelli. Destaque ainda para a ausência do explosivo belga Dylan Teuns, vencedor de uma etapa no Tour de 2019.
A UAE Emirates, com Fabio Aru, Davide Formolo, David de la Cruz e Jan Polanc na ajuda ao super Tadej Pogacar também promete agitar a corrida e lutar pelo pódio com o jovem prodígio esloveno, que na sua estreia em grandes voltas fez terceiro na Vuelta do ano passado, apenas atrás do compatriota Roglic e do veterano Valverde.
Num plano mais secundário, atenção à sempre competitiva e irreverente Movistar, com jovem espanhol Enric Mas e o veterano e eterno Alejandro Valverde (40 anos de idade) a liderar e, em principio, o nosso Nélson Oliveira a fazer parte do elenco da equipa espanhola.
A Trek-Segafredo também terá de ser tida em conta, com os líderes Richie Porte e Bauke Mollema, não esquecendo o campeão do mundo Mads Pedersen.
Nairo Quintana necessitará de muito apoio da sua Árkea-Samsic, mas não é crível que a equipa francesa aguente o ritmo das restantes na alta montanha, mesmo tendo nomes como Waren Barguil, Diego Rosa ou Winner Anacona.
Por fim, a super Deceunick Quick-Step, a grande candidata a sair com mais vitorias em etapas, com um 8 de luxo onde se destacam Julian Alaphilippe, Sam Bennett, Zdenek Stybar, o recém coroado campeão francês de CR Remi Cavagna, não esquecendo o campeão dinamarquês de estrada e CR, Kasper Asgreen.