WEC 2023: Toyota regressa às vitórias no templo da velocidade

Luís MouraJulho 9, 20237min0

WEC 2023: Toyota regressa às vitórias no templo da velocidade

Luís MouraJulho 9, 20237min0
Luís Moura analise o que se passou na última prova do WEC 2023, com a Toyota em grande em no Circuito de Monza

O Circuito de Monza, em Itália, foi o cenário de mais uma prova de WEC este fim de semana. Em casa da Ferrari, a Toyota regressou às vitórias depois do desaire em Le Mans. A Peugeot conquistou o primeiro pódio, depois do regresso à competição. Nos LM P2, a Jota também regressou às vitórias com o #28. A Porsche saiu de Monza com um sabor agridoce, dominou nos GT, mas vacilou nos Hypercar.

Qualificação

Na qualificação chamada Hyperpole, nos Hypercars, o Toyota #7 conquistou a pole, seguido do #50 da Ferrari que correu em casa este fim de semana. A fechar os lugares de pódio e a abrir a segunda fila da grelha de partida ficou o outro Toyota, pilotado por Buemi. O Peugeot #93 foi o melhor dos outros e acabou a qualificação no 4º posto, numa demonstração de um passo em frente na competitividade da marca francesa. O Porsche #38 qualificado pelo português António Félix da Costa acabou a sessão na 9ª posição. Um bom resultado para a Hertz Team Jota na sua segunda participação na categoria principal do WEC.

Nos LMP2, Rui Andrade que corre com licença portuguesa foi o mais rápido com o #41 da Team WRT. Iniciou a corrida na 14ª posição à frente #28 da Jota e do #22 da United Autosports, respetivamente.

Por fim, na categoria GTE AM, o #85 da Iron Dames conquistou a pole. O #25 da ORT BY TF foi segundo e o #77 da Dempsey- Proton Rac terceiro.

Corrida

Foi com grande espectativa que os tiffosi assistiram ao começo das 6 horas de Monza. Depois da vitória na mais importante corrida da temporada, em Le Mans, a Ferrari iniciou mais forte do que nunca a sua prova doméstica. No arranque, o #7 manteve a liderança e o #50 a segunda posição. Contudo, o #8 pilotado por Buemi travou tarde demais na chicane e deu um toque no #51 de Giovinazzi que não evitou um peão. O otimismo de Buemi valeu-lhe uma penalização de 10 segundos.

 O piloto suíço não geriu bem o percalço cometido e tornou a errar, desta vez com consequencias mais gravosas. Num erro amador, durante a dobragem ao carro #777 o suíço não evitou o toque e atirou violentamente o piloto da categoria LM GT AM para fora de corrida. Eduardo Freitas, diretor de corrida, prontamente iniciou uma investigação ao piloto suíço que foi penalizado com um stop- and- go de 1 minuto. A corrida do #8 da Toyota ficou arruinada. O incidente entre o Hypercar e o GT proporcionou o 1º safety car da corrida.

No recomeço, o #93 da Peugout beneficiou da inesperada velocidade máxima em reta e ultrapassou o #50 da Ferrari e o #7 da Toyota, em apenas duas voltas. Uma bela ultrapassagem de Jensen na 1º chicane.

Nos LM P2, as primeiras voltas da corrida foram muito competitivas. Os dois carros da United ultrapassaram o #28 da Jota que havia assumido a liderança nas primeiras voltas e lideraram confortavelmente durante a primeira hora de corrida.

No decorrer do safety car provocado por Buemi, as equipas adotaram opções estratégicas distintas. Por um lado, os carros que lideravam a prova (#93, #7 e #50) foram à boxe para uma paragem completa que consiste na troca de pneus e no reabastecimento do depósito, para além da breve revisão e limpeza do carro. Por outro, os carros que rodavam mais atrasados na classificação, apenas pararam para colocar combustível, como foi o caso do #38 de António Félix da Costa. A estratégia adotada para o Porsche operacionalizado pela Jota estava a colher frutos até à sua segunda paragem, quando o sistema do carro deu erro e impossibilitou a normal paragem na boxe. Assim, António Félix da Costa foi a obrigado a parar novamente e hipotecou a liderança que tinha conquistado.

Mais uma vez nesta temporada, as trocas de liderança foram constantes nas diferentes categorias da corrida, numa bela demonstração de competitividade da competição, depois de épocas a fio facilmente dominadas pela Toyota.

O safety car tornou a ser chamado por Eduardo Freitas, depois do toque entre dois carros da categoria LM P2. O #10 da Vector Sport foi tocado pelo #9 da Prema, um contacto ligeiro que foi suficiente para atirar o #10 para fora de pista.

Depois da saída do safety car, com o decorrer das voltas a ordem na frente tornou a restabelecer-se. O #7 da Toyota tornou a assumir a liderança, perseguido pelo #50 da Ferrari e do #93 da Peugeot, respetivamente. O #38 do piloto português acabou na 9ª posição.  A ordem dos lugares de pódio manteve-se até ao final da corrida, contudo a luta pela vitória nos LM P2 foi bastante acesa. O jota #28 que tinha liderado nas primeiras voltas ganhou ritmo nas mãos de Pietro Fittipaldi e foi o primeiro carro da categoria a ver a bandeira de xadrez.

O Alpine #36 pilotado por Milesi foi 2º e o United #23 de Jarvis 3º. Nota positiva para mais uma bela prestação de Delétraz. O piloto suíço que passou pelas fórmulas de promoção encontrou nas corridas de resistência a sua vocação e esteve bastante perto de alcançar mais um pódio na competição. Por fim, nos GTE AM a Porsche arrasou a concorrência e “levou para casa” os três lugares de pódio, com o #77, o #60 e o #88, respetivamente.

Mais uma bela corrida do WEC que ficou marcada pela vingança da Toyota em casa da Ferrari, depois da vitória épica dos homens de Maranello nas 24 horas.


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