Andretti Autosport e F1: Drama, Romance ou ambos?

Diogo SoaresJaneiro 8, 20233min0

Andretti Autosport e F1: Drama, Romance ou ambos?

Diogo SoaresJaneiro 8, 20233min0
A Andretti Autosport está a fazer força para entrar nas pistas da F1, mas há lutas internas que estão a alimentar este drama como Diogo Soares explica

Já passou mais de um ano desde que a Andretti Autosport declarou a sua intenção em entrar na F1. Em 2021, chegaram a negociar a compra da Sauber mas as negociações falharam tendo levado a equipa norte-americana a apontar os seus esforços para 2024. Em fevereiro de 2022, Mario Andretti, pai do homem máximo da Andretti Michael Andretti, confirmou a existência de um acordo formal para fornecimento de motores entre os norte-americanos e a Renault.

Durante o ano passado, muitas foram as negociações levadas a cabo pela administração liderada por Michael Andretti de forma a poderem encontrar uma solução que garanta a entrada da equipa no pináculo do automobilismo.

No início de 2023 foi anunciada uma parceria entre a Andretti e a General Motors/Cadillac que parece ter solucionado o problema, ou parte dele. Ainda falta revelar qual será o motor da parceria, mas o presidente da General Motors ,Mark Reuss, revelou que a parceria já tem um acordo assinado para o fornecimento da unidade motriz, sem revelar quem será o responsável pela construção da mesma.

No seguimento das declarações, Reuss afirmou que existe uma grande parceria entre a GM e a Honda – dado o interesse da multinacional japonesa no regulamento de 2026 -, apesar de serem rivais na IndyCar. De realçar que a General Motors também é detentora da Chevrolet e bate-se de frente com a marca nipónica no campeonato norte-americano e que a Andretti é cliente da Honda. Não está completamente posta de parte a construção do motor passar pela Cadillac, visto que a marca estadunidense também já demonstrou interesse na entrada na F1.

Olhando para a corrente desportiva, o currículo da Andretti é revelador sobre aquilo que a traz à F1: sucesso. Três vezes vencedores das 500 milhas de Indianápolis, uma das mais conceituadas provas do mundo, e 4 vezes campeã da IndyCar são um bom dado de avaliação desportiva.

Olhando também para a vertente financeira, a estabilidade que a Andretti tem demonstrado nestes últimos anos, onde o mundo tem passado por uma crise inflacionária, diz muito daquilo que é a gestão feita por parte da administração da empresa. O mercado norte-americano da F1 também pode enriquecer muito com a entrada de uma equipa muito respeitada pela Terra do Tio Sam. A juntar a entrada na F1 ao crescimento da popularidade nos EUA, a FIA só tem a ganhar em questões de marketing.

A equipa já começou a construir os novos edifícios de construção e desenvolvimento dos carros em Fisher, Indiana. Também tem planos para ter uma base europeia em Inglaterra, mas o plano ainda não avançou.

Mas nem tudo é um mar de rosas neste processo, se a Andretti quiser ser a 11ª equipa do “grid”, terá de passar por uma aprovação das outras equipas. E as outras 10 equipas não estão em concordância com a entrada de mais uma equipa, por exemplo, Toto Wolff mostra-se contra a entrada da equipa americana. Em causa estará a divisão dos prémios monetários.

Ou seja, o bolo atualmente é dividido por 10. Com a entrada da Andretti, esse bolo passaria a ser dividido por 11 e a fatia seria menor. Por outro lado, a McLaren e a Alpine veem com bons olhos a entrada de mais uma equipa na grelha. Por isso, a Andretti poderá avançar para a compra da Alpha Tauri, que estará de saída do universo Red Bull.

A Andretti merece a F1 e a F1 precisa da Andretti, falta 1 ano para 2024 e, decerto, que os próximos meses serão de trabalho árduo na Família Andretti de forma a atingirem a um final feliz nesta história.


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