Campeonato da Europa de Andebol 2022: surpresas e desilusões

Bernardo GalanteFevereiro 3, 20224min0

Campeonato da Europa de Andebol 2022: surpresas e desilusões

Bernardo GalanteFevereiro 3, 20224min0
Bernardo Galante faz o resumo final do Campeonato da Europa de Andebol 2022 com as principais surpresas e desilusões no torneio

A Suécia e a Espanha, no último dia de prova, demonstraram a consistência que as havia feito finalistas da prova, sendo que os suecos levaram o troféu para casa, muito por culpa de um Super Palicka. Mas quais serão as principais surpresas e desilusões deste Campeonato da Europa de Andebol?

O campeão e vice-campeão europeu

Do lado sueco, houve um irrepreensível Andreas Palicka a ser decisivo na hora H e, na generalidade da competição, o que não deixa de ser revelador da qualidade do experiente guarda redes do Redbergslids IK – clube que o viu nascer para o andebol e que Andreas fez questão de assinar por seis meses, antes de ingressar no Paris SG, com o intuito de manter o “seu clube” na 1ª Divisão da Suécia.

O central Jim Gottfridsson, atualmente a representar os alemães do Flensburg, fez uma prova fenomenal, tendo-se revelado o motor da equipa a nível ofensivo. Gottfridsson foi o 3º melhor passador da competição com 1123 passes, resultando em 99.1% de eficácia. Hampus Wanne, ponta direita do Flensburg, sagrou-se o 4º melhor marcador da prova com 45 golos e com uns impressionantes 80% de eficácia em toda a competição – um dado revelador da capacidade ofensiva que faz do sueco um dos melhores pontas do mundo.

Perante a retirada das competições oficiais por parte de Raul Entrerríos, Agustin Casado e Ian Tarrafeta foram os seus substitutos neste Campeonato da Europa, sendo que são duas apostas de futuro e de extrema qualidade. Apesar dos 25 anos de Agustín Casado, prevê-se muitos anos de alto nível, especialmente, após o anúncio da sua ida para o Meshkov Brest deixará os fãs do andebolista espanhol expectantes.

Quanto a Ian Tarrafeta, prevê-se que seja o dono daquela posição nos próximos anos, devido às suas características fundamentais para aquele lugar do terreno – a capacidade organizativa e o forte um contra um, juntando-se à excelente visão de jogo, levaram-no a ser um dos melhores jogadores espanhóis da final. Pérez de Vargas foi, sem grandes dúvidas, o melhor elemento da comitiva espanhola nesta competição, sendo muito importante na caminhada dos nuestros hermanos até à final, tendo apenas perdido um grande duelo – o livre de sete metros do último segundo da final, dando o título aos escandinavos.

A grande surpresa da competição
Os Países Baixos – que eliminaram Portugal e a Hungria na Preliminary Round – foram a grande surpresa da competição, sendo que apresentaram um andebol dinâmico e de elevada qualidade com poucos grandes nomes do andebol mundial. As principais estrelas dos neerlandeses foram Luc Steins e Kay Smiths por razões muito óbvias.

Luc Steins, central de 27 anos a representar o Paris SG e considerado um dos melhores do mundo na sua posição, obteve uma performance fantástica ao longo da competição, sendo visível que representa um patamar de elite, a par de Kay Smiths – lateral direito do Madgeburg – que possui um forte remate exterior que o levou a faturar por 45 vezes em 62 tentativas, resultando nuns 72.6% de eficácia ofensiva.

As desilusões da competição

A Hungria – anfitriã da prova – foi uma das grandes desilusões da competição, tendo sido eliminada prematuramente na primeira fase da competição. Com nomes como Roland Mikler (guarda redes do Pick Szeged), Bence Bánhidi (pivot do Pick Szeged), Dominik Máthé (lateral do Elverum) ou Richárd Bodó (lateral do Pick Szeged) não foram além de uma vitória pela margem mínima frente a Portugal, que foi também uma das grandes desilusões.

Quanto aos lusos, após a 6ª posição no EHF Euro 2020, não conseguiram somar qualquer ponto neste Europeu. Com jogadores a almejar grandes palcos europeus como Miguel Martins (central do Pick Szeged), Alexandre Cavalcanti (lateral do HBC Nantes), Gilberto Duarte (lateral do Montpellier HB) ou Rui Silva (central do FC Porto), juntando também a excelente prestação do guarda redes do Sport Lisboa e Benfica, Gustavo Capdeville, o melhor que os portugueses alcançaram foram duas derrotas pela margem mínima e, nos últimos segundos, das respetivas partidas.

A outra grande desilusão deste Europeu foi a Eslovénia. Após o 4º lugar no EHF Euro 2020, não foi além de, somente, somar 2 pontos na Preliminary Round e ser, consequentemente, eliminada. Com nomes como Miha Zarabec (central do Kiel), Domen Makuc (central do Barcelona), Gasper Marguc (ponta do Veszprem), Blaz Janc (ponta do Barcelona), Blaz Blagotinsek (pivot do Veszprem), Nik Henigman ou Borut Mackovsek (ambos laterais do Pick Szeged), não foram além de uma vitória frente à Macedónia do Norte, na primeira jornada da competição.


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