Campeonato da Europa de Andebol 2022: meias abrem final “quente”

Bernardo GalanteJaneiro 30, 20224min0

Campeonato da Europa de Andebol 2022: meias abrem final “quente”

Bernardo GalanteJaneiro 30, 20224min0
Espanha e Suécia vão lutar pelo título de campeão da Europa neste Domingo, e Bernardo Galante conta o que se passou nas meias-finais da competição

Duas meias-finais, quatro seleções e todas elas mereciam um lugar na final. É este o grande resumo da reta final do Campeonato da Europa de 2022. França e Dinamarca ficam pelo caminho, enquanto a Suécia e a Espanha atingem a sexta e sétima final europeia do seu historial, respetivamente.

Espanha atinge a 7ª final europeia da história

Na primeira meia-final a ser disputada entre a Dinamarca e a Espanha, já se perspetivava um encontro de alto nível, embora com um alto favoritismo teórico (apontado pelas casas de apostas) a jogar a favor da Dinamarca, devido a ser considerada a seleção mais bem apetrechada do mundo, a nível individual, juntamente com o estatuto de Bicampeã Mundial em título. Mathias Gidsel e Mikkel Hansen acabaram de ser selecionados para a All-Star Team da competição, mesmo antes das decisões finais.

Contudo, a Espanha de Jordi Ribera é a Bicampeã da Europa em título e uma equipa recheada de talento e experiência, sobretudo, a nível tático – algo que é fundamental em fases decisivas. Num encontro que começou com a Dinamarca a dominar, tanto nos momentos defensivos como ofensivos foi, sobretudo, necessário a sabedoria tática de Jordi Ribera e a experiência de jogadores como Gonzalo Pérez de Vargas, Joan Cañellas, Jorge Maqueda ou Eduardo Gurbindo – revelar-se-iam fundamentais na vitória espanhola.

A Dinamarca viria a entrar dominante, como referido e, chegaria rapidamente aos quatro golos de vantagem, dentro do primeiro quarto de hora da partida. Mikkel Hansen encontrava-se fulgurante a nível ofensivo, como era de perspetivar. À medida que a primeira parte ia desenrolando, a Espanha aproximar-se-ia dos escandinavos e saía para os balneários a perder por um golo de diferença.

Na segunda parte, os comandados por Jordi Ribera entraram com “sede” de vencer e consumaram uma reviravolta fantástica, frente a uma das melhores seleções do mundo. Com os devidos acertos defensivos, juntamente com um muro chamado Gonzalo Pérez de Vargas, os bicampeões europeus em título justificaram o porquê da 10ª presença consecutiva em meias-finais de Europeus. A performance coletiva, a nível tático, foi tão forte que a Espanha passou rapidamente para a frente à entrada do segundo tempo e não mais largou o comando do encontro. O tempo ia correndo e nuestros hermanos não quebraram, chegando aos quatro golos de vantagem e acabando por vencer a primeira meia-final da competição por 29-25.

Gonzalo Peréz de Vargas com 14 defesas foi destaque na baliza espanhola (14/37, 38%). No plano ofensivo, o ponta do FC Barcelona, Aleix Gómez, esteve com a mão quente ao apontar 11 tentos em 14 tentativas, culminando em 79% de eficácia ofensiva.

Palicka coloca a Suécia na final após final dramático

Na segunda meia-final do Campeonato da Europa, que opunha os franceses comandados por Guillaume Gille perante os suecos de Glenn Solberg, previa-se outro encontro muito renhido até ao final – e assim foi.

Com os ataques a sobreporem-se às defesas, acabaria por ser um guarda redes a ser o destaque do encontro, mas já lá vamos. A França entraria na partida de forma muito intensa, tanto no plano ofensivo como defensivo, chegando rapidamente aos quatro golos de vantagem. Apesar dos escandinavos estarem sempre a correr atrás do resultado, acabariam mesmo por conseguir dar a volta ao marcador antes da ida para o intervalo e conseguirem um parcial de 14-17, no final dos primeiros 30 minutos.

A segunda parte é marcada pela superioridade sueca, que chegou a estar a ganhar por cinco golos de vantagem e, raras as vezes, permitindo com que os franceses chegassem perto no marcador eletrónico. Faltando sete minutos para o final do encontro, os suecos venciam por 27-31, mas a França nunca desarmou e, rapidamente, viria a reduzir distâncias ficando apenas a dois golos de distância, quando faltava apenas cinco minutos para o final da partida. Vantagem essa que se viria a verificar faltando um minuto para o encontro terminar, porém, o jogo decidiu-se a 8 segundos do fim. A Suécia viria a perder dois ataques consecutivos, permitindo aos franceses reduzirem para 1 golo e tendo ainda a hipótese de empatarem o encontro. O relógio marcava os 58:52, quando o guardião sueco Andreas Palicka nega o golo do empate a Ludovic Fabregas, tendo decidido o encontro.

Andreas Palicka com 12 defesas (12/37, 32%) foi o destaque nas balizas, sendo que Jim Gottfridsson esteve fenomenal no plano ofensivo com 9 golos (9/10, 90%) e 6 assistências, revelando-se o cérebro e o motor da equipa sueca, que está na final deste Campeonato da Europa.


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