Andebol feminino nacional: Almeida Garrett e Maiastars campeões

Ana CarvalhoJunho 21, 20236min0

Andebol feminino nacional: Almeida Garrett e Maiastars campeões

Ana CarvalhoJunho 21, 20236min0
Fim de época para os sub-16, 18 e sub-21 com Almeida Garrett e Maiastars a sagrarem-se como campeões nacionais

Tal como aconteceu no ano passado com o clube algarvio CDE Gil Eanes que arrecadou 3 títulos nacionais desde a formação até às seniores, este ano foi a vez do CJ Almeida Garrett juntar ao título da segunda divisão de seniores os títulos de Sub16 e Sub18, tendo sido ainda vice-campeãs no escalão de Sub21.

A fase final de Sub16 realizou-se em Paredes dos dias 8 a 11 de Junho e contou com a presença de 12 equipas de todo o país. A equipa de Gaia teve no seu percurso de vencer as equipas do CDE Boa Água Andebol e o Juve Lis, ainda na fase de grupos, e depois venceu a equipa da casa, CA Baltar – CRD/LeR Ópticas nos quartos e nas meias-finais o ARC Alpendorada.

Na final voltou a encontrar a equipa da Associação de Andebol de Leiria, o UD Serra, que já havia defrontado e vencido no ano anterior na final de Sub15. No final o título voltou para as terras Gaia, consagrando o CJ Almeida Garrett como campeão nacional do escalão de Sub16. Resultado final 19.23. Na terceira posição ficou a equipa do ARC Alpendorada que venceu pela margem mínima o CDE Boa Água Andebol (23-24).

No fim de semana anterior parte destas atletas havia já estado presente na fase final de Sub18 realizada em Alpendorada onde teve de defrontar o CA Leça, o SL Benfica e a equipa da casa, o ARC Alpendorada. O clube de Gaia começou a fase final com uma vitória curta sobre a equipa de Leça (22-23), mas foi sempre superior nos outros dois jogos, conseguindo desta forma vencer o título nacional de Sub18. Na segunda posição ficou o ARC Alpendorada, seguido do SL Benfica, ficando em quarto o CA Leça.

Tal como referimos anteriormente, grande parte do plantel do CJ Almeida Garrett milita já na equipa das seniores, tendo tido muitos jogos competitivos ao longo da época, tendo estas atletas muitos minutos de utilização e muita responsabilidade na conquista do título nacional da segunda divisão de seniores. Esta experiência adquirida provou ser uma mais-valia na fase final de Sub18.

A fase final de Sub21 realizou-se no mesmo fim de semana da fase final de Sub16, mas na cidade da Maia. Para além da equipa da casa, o Maiastars, e o CJ Almeida Garrett, nesta fase final estiveram também presentes o ARC Alpendorada e o SL Benfica, mostrando aqui uma regularidade na presença dos mesmos clubes nas várias fases finais. Nesta fase final, todas as equipas têm na sua constituição atletas frequentemente presentes nas equipas seniores dos respetivos clubes, sendo que aquela que naturalmente apresentou menor número foi a equipa do SL Benfica. ARC Alpendorada tem várias atletas Sub21 que estiveram regularmente na equipa sénior a jogar na primeira divisão, e Maiastars e CJ Almeida Garrett tem nas Sub21 a base das  suas equipas maiores do clubes.

Como tal o resultado final desta fase final seria sempre a partida muito indeterminado, e foi isso exatamente que se verificou no final. A equipa de Lisboa perdeu os três encontros que realizou, tendo ficado na quarta posição. As outras três equipas nos jogos que realizaram entre si tiveram todas uma vitória e uma derrota, o que as colocou as três empatadas em pontos, tendo sido o desempate por diferença entre golos sofridos.

Neste desempate, a equipa da Maia foi superior, tendo arrebatado o último título nacional do escalão, já que na próxima época este escalão irá desaparecer. Na segunda posição ficou o CJ Almeida Garrett, e o ARC Alpendorada ficou em terceiro, quando à entrada da última jornada, que jogaria contra o Maiastars, precisando apenas de um empate parecia ser o melhor candidato para levar o título. A equipa da Maia que viu a sua equipa sénior descer para a segunda divisão nacional, trouxe a experiência para esta fase final de Sub21 e acabou por terminar a época com este título nacional, colmatando a infelicidade da despromoção da equipa maior do clube.

Parabéns aos clubes presentes nestas fases finais, em especial àqueles que acabaram por vencer as várias provas. Uma palavra final para a regularidade dos clubes presentes nas várias fases finais femininas: sendo sinónimo de trabalho dos clubes em questão, é também consequência da utilização das mesmas atletas nos vários escalões. O mesmo aconteceu no ano transato, o que numa visão particular é muito importante para o crescimento dos clubes em questão, mas numa visão mais global apenas é indicador que a qualidade do andebol nacional está restrita a um pequeno número de atletas, quando falamos de 4 escalões, de Sub16 a seniores.

Gostaríamos de poder dizer que existem várias atletas com elevada qualidade nos vários escalões, que estiveram presentes nestas várias fases decisivas onde realmente os jogadores se desenvolvem, mas estes momentos estão restritos a poucas atletas que vão acumulando cada vez mais experiência enquanto que a maioria das atletas nacionais não terá oportunidade de crescer e viver estas fases. Desta forma, o efeito de gargalo de garrafa de qualidade de atletas possíveis de ser utilizadas no escalão sénior ou com potencial de seleção nacional no futuro está a ser enviesado demasiado cedo, diminuindo cada vez mais o número de atletas com qualidade adequada.


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