10ª etapa do World Rugby Sevens Series – Paris
Todos os olhos estavam postos na África do Sul e nas Ilhas Fiji, as únicas equipas que ainda lutavam pelo título do circuito mundial da World Rugby Sevens Series, com os fijianos a disporem duma vantagem de 7 pontos na tabela classificativa.
Quem levantaria o título das Series? As Fiji só precisavam de garantir uns poucos pontos para voltar aos títulos… mas a África do Sul, não ia deixar cair o bicampeonato com facilidade.
Dia 1 – Surpresas para todos os gostos
No primeiro dia a África do Sul começou logo a perder contra a Escócia, num jogo em que os escoceses não quiseram entregar a vitória, marcando um espectacular ensaio convertido na bola de jogo, com a partida a terminar num 12-14.
Depois foi a Espanha, que no jogo 9 surpreendeu a Austrália e venceu por 10-17.
Logo a seguir, assistíamos a um jogo muito disputado que acabaria num empate a 19 entre a Irlanda e o País de Gales.
No jogo 12 a África do Sul esteve à beira de falhar a qualificação para a disputa da Cup, tendo estado a perder, até aos últimos dois minutos de jogo, com a Rússia por 14-19, garantindo depois a preciosa vitória com um ensaio de Senatla. Os blitzbokke arrancaram um ensaio em 20 segundos com a bola na mão, não perdendo o controlo da mesma, com o fantástico Senatla a devolver a esperança aos sul-africanos.
No jogo 14, foi a vez do Quénia pregar uma partida aos fijianos e metê-los sobre pressão para o último jogo da fase de grupos, com uma vitória soberba por 19-22.
No jogo 18, a Irlanda, equipa convidada destas últimas duas etapas do World Series, venceu a Austrália, garantindo o primeiro lugar do grupo e deixando os australianos de fora da Cup.
No último jogo da fase de grupo, teríamos novamente um empate, desta vez entre a Inglaterra e os Estados Unidos, com os americanos a empatarem a partida na bola de jogo.
Dia 2 – Ponto final do sonho fijiano
O segundo dia começava com uma má notícia para os fijianos, uma derrota por 17-19 frente à Inglaterra, com o ensaio da derrota na bola de jogo e a possibilidade dos sul africanos lhes roubarem a liderança e o respetivo título do circuito mundial.
Já a África do Sul vencia a Espanha por 15-10 e garantia a passagem à meia-final da Cup. Uma ida à final os colocaria na pole position de ganhar a frente, muito devido ao demérito dos Flying Fijians que tropeçaram quando não podiam.
Na semi-final do 5º lugar as Fiji despacharam a Irlanda por 38-5, de maneira a não perderem mais pontos em relação aos sul africanos.
A África do sul, por sua vez, venceu a Nova Zelândia por 12-24 e garantiu um lugar na final, com sérias possibilidades de passar as Fiji.
No final do 13º lugar, o Quénia venceu a Escócia por 21-20, com os escoceses a não conseguirem converter qualquer ensaio, que lhes daria a vitória e os quenianos a serem 100% eficazes.
Na final da Challenge, a Argentina venceu o País de Gales, num jogo repleto de ensaios e onde os galeses não facilitaram.
O 5º lugar foi vencido facilmente pelas Fiji, num embate com os Estados Unidos, numa demonstração de frustração por terem ficado de fora da Cup e à espera do resultado da final. Os pontos somados com o 5º lugar iriam ser escassos perante aquilo que precisavam.
A Nova Zelândia conquistou o 3º lugar, batendo facilmente o Canadá, por 5-38.
E chegávamos à tão esperada final, jogo em que se ia decidir o vencedor da última etapa de 2018 e possivelmente o vencedor do circuito. Em oposição encontravam-se a Inglaterra e a África do Sul. Ao intervalo estavam empatadas 14-14, mas na segunda parte a África do Sul foi mais forte com um ensaio convertido e uma penalidade, fechando o marcador em 14-24.
Foi uma daquelas exibições de enorme qualidade, com o handling, velocidade e capacidade de explosão destes blitzbokke a surgir quando mais precisavam.
Vencedores
Com a vitória na última etapa do circuito e beneficiando da derrota das Ilhas Fiji nos quartos-de-final da Cup, os sul africanos sagraram-se campeões, pela terceira vez, do World Series, a segunda consecutiva.
Foi uma época de altos e baixos, sendo que as Fiji estiveram no 1º lugar durante muito tempo, no que parecia um título assegurada desde Vancouver. Porém, Kok, Oosthuizen, Senatla, Human e Geduld ligaram o turbo em Paris e arrebataram o bicampeonato a favor da África do Sul.
Saídas
A equipa que sai do circuito é a Rússia, que ficou em último lugar entre as equipas residentes e foi inclusivamente ultrapassada pela Irlanda que apenas disputou duas etapas do circuito.
Época muito abaixo das expectativas desta formação russa que esteve desprovida de talento durante largos trechos da temporada… agora resta tentar a promoção em Hong Kong em 2019.