Finalissima 2022 – histórias e curiosidades do torneio
Argentina e Itália disputaram em Wembley a chamada “Finalíssima de 2022”, uma competição intercontinental entre os (últimos) vencedores da Copa América e do Europeu. E tal formato de disputa não é inédito. Durante duas efêmeras edições, em 1985 e 1993, existiu o chamado Troféu Artemio Franchi.
Troféu Artemio Franchi
O troféu, que tinha esse nome em homenagem ao ex-presidente da UEFA, entre 1973 e 1983, e que faleceu em um acidente de carro em 12 de agosto de 1983, tinha formato similar ao da antiga Copa Intercontinental de Clubes, colocando frente a frente os vencedores das competições continentais de UEFA e CONMEBOL.
1° Edição
A primeira edição do Troféu Artemio Franchi foi realizada em 1985, no Parc des Princes. O Vencedor da Copa América em 1983, o Uruguai desafiava a França, badalada campeã da Euro 1984 e o embate em Paris reuniu grandes craques. Não dava para dizer que os “Bleus” estavam com sua escalação completa, mas Michel Platini capitaneava uma forte equipe dirigida por Henri Michel, que também contava com Alain Giresse, Luis Fernández, Dominique Rocheteau, Maxime Bossis e Joël Bats. Do outro lado, o Uruguai de Omar Borrás também trazia uma coleção de destaques. Rodolfo Rodríguez, Darío Pereyra, Nélson Gutiérrez, Víctor Diogo e um jovem Enzo Francescoli estavam entre os nomes principais da Celeste.
O Parc des Princes tinha muitos lugares vazios, com apenas 20 mil presentes, mas existia um clima solene para a decisão intercontinental. E a França fez as honras da casa, com a vitória por 2 a 0, que provava realmente o momento superior dos Bleus.
2° Edição
A segunda edição do Troféu Artemio Franchi – agora, Finalíssima – aconteceu apenas em 1993. A Dinamarca vinha como uma surpreendente campeã da Euro 1992 e ganhou o direito de desafiar a Argentina, prestes a se tornar bicampeã da Copa América. O Estádio José María Minella, em Mar del Plata, seria o palco escolhido e receberia 34 mil torcedores para a finalíssima.
Dirigida por Alfio Basile, antes mesmo de viver seu drama nas eliminatórias, a Argentina reunia nomes de sucessos anteriores e também referências em ascensão. A presença principal era de Diego Maradona, 10 nas costas e braçadeira de capitão, num momento em que defendia o Sevilla e acabara de voltar de sua suspensão por uso de cocaína. Sergio Goycochea e Claudio Caniggia estavam entre os velhos parceiros do Pibe, ao lado de novas estrelas como Gabriel Batistuta e Diego Simeone.
Já a Dinamarca de Richard Moller Nielsen seguia sem a presença de Michael Laudrup, tal qual na Euro. O irmão Brian Laudrup era a estrela no ataque ao lado de Lars Elstrup, enquanto Peter Schmeichel, Kim Vilfort e Lars Olsen estavam entre as lendas presentes mais atrás.
As equipes empataram por 1 a 1 com bola rolando. Com a igualdade confirmada ao final dos 120 minutos, a disputa ficaria para os pênaltis, com um interessante duelo entre Goycochea e Schmeichel. Melhor para a Albiceleste, que venceu por 5 a 4.
Amistosos
Além dessas duas edições, consideram-se dois embates envolvendo o Brasil como edições extraoficiais do torneio. Em 1989 um jogo em caráter amistoso entre Brasil (campeão da Copa América de 1989) e Holanda (campeã da Euro 1988) em Roterdão no dia 20 de dezembro de 1989 é contabilizado por alguns como a segunda edição e um amistoso entre Brasil (campeão da Copa América de 1997) e Alemanha (campeã da Euro 1996) em Stuttgart no dia 25 de março de 1998, a quarta, já que tratavam-se de partidas similares às oficiais por contarem com os campeões vigentes de cada continente. Ambas as partidas foram vencidas pelo Brasil por 1 a 0 e 2 a 1 respectivamente. As partidas, porém, não foram disputadas de forma oficial pelas duas confederações.
Precursor da Copa das Confederações
O Troféu Artemio Franchi, todavia, estaria fadado ao cancelamento pouco depois. Em 1992, a Arábia Saudita já tinha realizado a Copa Rei Fahd com quatro campeões continentais, em campanha que valeu o título para a própria Argentina. Três anos depois, o torneio se expandiu com mais seleções e os europeus figuraram pela primeira vez, com a taça faturada pela Dinamarca. A Fifa logo passaria a organizar a competição e a rebatizou como Copa das Confederações em 1997. Assim, a terceira edição do Troféu Artemio Franchi não ocorreu. Ficaria apenas o histórico como “embrião”, até que a ideia fosse resgatada e revivida em Wemble.
Finalíssima 2022
Com milhares de seus torcedores entre o público de 87 mil pessoas determinados a transformarem o noroeste de Londres em Buenos Aires, a equipe Argentina com Lionel Messi foi simplesmente rápida e lisa demais para os italianos.
A Argentina marcou o retorno do confronto entre campeões da Copa América e da Eurocopa em grande estilo ao vencer um confronto entre pesos pesados contra a Itália por 3 a 0 em Wembley.
Novos projetos
As duas confederações também anunciaram a criação de uma versão feminina da Finalíssima CONMEBOL e UEFA. Também vão organizar um quadrangular entre seleções de futsal masculino.
A primeira edição terá Argentina e Paraguai (campeã e vice da última Copa América de Futsal), além de Portugal e Espanha – campeão e terceira colocada da última Euro Futsal. Outro torneio da mais recente parceria será a Copa Intercontinental Sub-20, que vai opor os campeões da Libertadores da categoria e da Uefa Youth League, uma espécie de Champions League da categoria.
A primeira edição do torneio vai opor Peñarol e Benfica, atuais campeões continentais. O jogo será no Estádio Centenário, em Montevidéu, no dia 21 de agosto.