Portugueses a jogar pelo Mundo: Camora, o comandante do Cluj à esquerda

Francisco IsaacAgosto 28, 20183min0

Portugueses a jogar pelo Mundo: Camora, o comandante do Cluj à esquerda

Francisco IsaacAgosto 28, 20183min0
Com quase 250 jogos pelo Cluj, Camora é dos principais jogadores lusos a actuar na Roménia. O que sabes do lateral-esquerdo de 31 anos?

Esta rubrica é direccionada a todos os leitores que queiram ficar a perceber quem são alguns dos nossos atletas a actuar fora-de-portas. De Espanha a Inglaterra, da Holanda à MLS, fiquem a saber um pouco mais sobre estes jogadores, em que liga podem observá-los, o que de bom têm e como jogam.

MASTER AND COMMANDER DO CLUJ

Aos 31 anos, Mário Jorge Paulino Malico, mais conhecido por Camora continua a desempenhar um papel basilar no Cluj, actual campeão romeno. O lateral-esquerdo português só falhou um dos primeiros dez jogos desta temporada e isso é um elemento importante para provar a sua importância no futebol desta formação do norte da Roménia. Aliás, Camora é de tal forma acarinhado pelos adeptos e dirigentes romenos que já se iniciaram os primeiros contactos para que o defesa português pudesse jogar pela selecção nacional local.

Com mais de 250 jogos, 90% a titular, pelo Cluj, Camora pouco ou nada actuou em Portugal se compararmos com o seu registo em terras romenas: 66 jogos na Liga NOS mais 22 na segunda liga. Corresponde isto a 26% no total dos 360 jogos que disputou em toda a carreira. Passando à frente dos números, como explicar a capacidade e qualidade de Mário Malico? Um lateral esquerdo de enorme coração, onde nunca falha na reocupação de terreno depois de ter prestado apoio ao ataque, evidenciando-se a sua agilidade e facilidade de movimentos na recuperação no posicionamento.

Apresenta-se sempre com um dos jogadores de maior capacidade física e esse factor tem-lo feito uma das referências do Cluj. É difícil de batê-lo no um para um, é igualmente complicado ganhar-lhe as costas ou enganá-lo de modo a que se abra espaço suficiente para que o adversário consiga invadir a área dos actuais campeões romenos.

Ou seja, a somar-se à parte física há também o querer entender o jogo, de estudá-lo e de colocá-lo ao seu “serviço”. Se já no aspecto da velocidade, reposicionamento e recuperação é dos atletas que apresenta melhores resultados, é também na reorganização táctica, adaptação às adversidades e análise rápida às mudanças no ataque adversário que se pode encontrar outros pontos-chave do lateral-esquerdo. Não é excelente na decisão final no passe, não é soberbo na velocidade máxima, mas não deixa de ser aquele lateral-esquerdo que muitos treinadores no contexto português desejariam.

Estranhamente, esta composição de qualidades nunca foi suficiente para os clubes portugueses de maior porte financeiro se interessarem por Camora, apesar de terem feito apostas em jogadores pouco conhecidos e/ou até mal avaliados.

Em Portugal alinhou pelo Beira-Mar (nos tempos idos que o emblema de Aveiro constava na segunda liga) e Naval 1º de Maio (sempre na “antiga” Bwin Liga), mais uma vez quase sempre como titular absoluto. Saiu em 2011 rumo à Roménia, tendo assumido a braçadeira de capitão na segunda metade da temporada de 2014/2015, projectando-se como um dos líderes e mais talentosos jogadores da formação romena.

Campeão Nacional da Roménia por duas ocasiões, já teve o sabor da Liga dos Campeões nos seus pés e vai deixando uma pegada lusa profunda no futebol desse país.


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