Portugal no Mundial 2022: os melhores, piores e surpresas das Quinas

Francisco IsaacDezembro 12, 20224min0

Portugal no Mundial 2022: os melhores, piores e surpresas das Quinas

Francisco IsaacDezembro 12, 20224min0
Bruno Fernandes, Pepe e Diogo Dalot ocupam o lugar entre os melhores, mas quem terá surpreendido... e quem terão sido os piores de Portugal neste Mundial?

O fim da campanha de Portugal no Campeonato do Mundo 2022, marca também o início da nossa análise do que se passou com as Quinas, com este primeiro artigo a ir para quem foram os jogadores que melhor se apresentaram na prova, seguindo-se as surpresas (ou, melhor, aqueles que ultrapassaram as expectativas iniciais) e os que defraudaram os adeptos nacionais por completo.

OS MELHORES

Pepe: 39 anos, e, caso Portugal não tivesse caído nos quartos-de-final, Pepe poderia perfeitamente estar no 11 oficial do torneio – pode ainda acontecer -, mostrando uma jovialidade, calma e coerência que fariam o Pepe do Mundial 2014 corar. Foi o pêndulo das Quinas na defesa, não está implicado directamente em nenhum dos golos sofridos nos 4 jogos em que jogou – falhou o Gana -, marcou um estrondoso tento nos oitavos-de-final e se impôs com total domínio, ajudando a corrigir diversos erros criados por Rúben Dias. Uma honra especial para Portugal ao ter tido o central a carregar a braçadeira de capitão na fase-a-eliminar.

Bruno Fernandes: um dos melhores jogadores do Mundial com 2 golos e 3 assistências em 4 jogos, Bruno Fernandes foi senhor e rei do ataque de Portugal, injectando uma confiança total à formação das Quinas frente ao Gana e Uruguai, mantendo este papel de maestro durante as eliminatórias. Decididamente conseguiu ultrapassar aquela fase menos positiva ao serviço da selecção nacional, e mostra agora os sinais necessários para que Portugal se possa sentir confiante no futuro-próximo.

Diogo Dalot: atirou João Cancelo para o banco de suplentes (merecia ser considerado um dos piores da selecção nacional, mas para isso era necessário ter jogado mais do que jogou) e trouxe outra paz e artimanha ao seu flanco, nunca comprometendo o processo defensivo, auxiliando bem o meio-campo pelo seu lado, e a surgir no ataque com uma letalidade especial. Pode ser, seguramente, um dos titulares na posição de lateral – a par de Nuno Mendes -, uma vez que não deve nada aos seus concorrentes mais directo, tendo já ultrapassado esses em certas qualidades.

OS QUE SURPREENDERAM (PELA POSITIVA)

Raphael Guerreiro: teve de substituir Nuno Mendes na ala esquerda, e cumpriu nesse papel, reforçando bem o seu corredor no que toca à defesa, tendo tido uma boa participação nas operações do ataque português durante a fase-de-grupos e oitavos-de-final. Pode não ter o mesmo virtuosismo e genialidade do actual lateral do PSG, mas foi um dos jogadores que mais trabalhou para dar outro final a Portugal neste Campeonato do Mundo.

William Carvalho: Aos 30 anos de idade, William Carvalho voltou à sua melhor forma ao serviço de Portugal, e, estranhamente, Fernando Santos acabou por encostar o médio do Bétis ao banco de suplentes no encontro dos quartos-de-final, jogo esse que pedia o passe, a lógica e leitura do médio do Bétis. Foi um dos melhores frente ao Gana, está envolvido na vitória ante o Uruguai, e foi uma das peças-chave contra a Suíça.

OS PIORES

Bernardo Silva: cansaço ou posicionamento errado? Possivelmente ambos, mas nem tudo explica a falta de verticalidade, imaginação e eficácia do futebol de Bernardo Silva, que nunca foi capaz de se fazer sentir no campo, pelo menos de uma forma mais constante, passando praticamente ao lado de toda a campanha portuguesa neste Campeonato do Mundo. Nenhum golo apontado ou assistido, e só por uma vez esteve envolvido numa jogada que terminou em golo de Portugal, o facto é que o médio-avançado do Manchester City não conseguiu ser o desequilibrador que tanto prometia antes da competição.

Rúben Neves: o médio-centro de 25 anos foi titular na maioria dos jogos das Quinas, mas, no geral, acabou por não explicar o porquê de ter merecido a aposta, especialmente no encontro frente a Marrocos, onde Rúben Neves esteve ausente do papel que teria de desempenhar no relançamento do contra-ataque e de gerir a ligação entre o meio-campo português e o do adversário. Passes falhados, entrega física sem nexo e uma inconsistência que deixou dúvidas em relação ao real valor do médio do Wolves.

Rúben Dias: não foi pior porque Pepe estava ao seu lado, e corrigiu uma série de situações críticas em alguns jogos de maior importância, sendo que contra o Gana, logo na 1ª jornada, Rúben Dias e Danilo Pereira criaram uma série de confusões nada produtivas para Portugal. Avançando para a fase-a-eliminar, o defesa do Manchester City podia mesmo ter visto um cartão amarelo (ou até vermelho) por uma acção completamente despropositada no encontro frente à Suíça, sendo que ainda foi apanhado em falso em três situações ante Marrocos. Pouco para um central que é considerado como um dos melhores do Mundo…


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