Portugal no Europeu 2021: as hipotéticas/prováveis escolhas

Francisco IsaacMaio 18, 202111min0

Portugal no Europeu 2021: as hipotéticas/prováveis escolhas

Francisco IsaacMaio 18, 202111min0
É hora de escolhermos os nossos convocados de Portugal e te dizemos quem são as nossas escolhas neste artigo. Quem vai estar no Euro 2021?

No dia 20 de Maio de 2021, Fernando Santos vai anunciar os seus convocados para o Campeonato da Europa 2021, e o Fair Play decidiu escolher os “seus” 26 convocados. Antes de passarmos para análise dos nomes que o Fair Play pensa que poderão ser os 26 convocados de Portugal para o próximo Campeonato da Europa de futebol, “libertamos” a nossa convocatória. Após este passo dividimos os 26 em quatro categorias, com uma quinta a ser dedicada aos jogadores que possivelmente não estarão no Euro 2021.

Guarda-redes: Rui Patrício, José Sá e Anthony Lopes;

Laterais: João Cancelo, Nélson Semedo, Nuno Mendes, Raphäel Guerreiro;

Centrais: Pepe, José Fonte, Rúben Dias, Domingos Duarte;

Médios: Rúben Neves, Danilo Pereira, João Palhinha, Renato Sanches, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, João Moutinho, Sérgio Oliveira;

Avançados: Cristiano Ronaldo, André Silva, João Félix, Diogo Jota, Pedro Gonçalves, Francisco Trincão, Rafa;

OS IMPRESCINDIVEIS

Não vale a pena estar com rodeios para nomes como de Cristiano Ronaldo, João Cancelo, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Rúben Dias, Pepe, Raphäel Guerreiro ou José Fonte. Ou seja, da lista de 26, somente 8 podem ser entendidos como inamovíveis de uma possível convocatória, apesar de sabermos que João Félix, Nélson Semedo, Renato Sanches, João Moutinho e André Silva vão surgir na lista de quem vai viajar para França nos últimos dias de Maio.

Olhando para os 8, é facilmente entendido o porquê de merecerem esta designação, seja pelo facto de Cristiano Ronaldo ser o capitão e o melhor marcador de Portugal, enquanto Bruno Fernandes e Bernardo Silva são os dois principais agitadores de jogo (a par de Diogo Jota) do elenco português, conseguindo estabelecer linhas de ataque de alto calibre, sem falar do papel decisivo que podem vestir caso tenham oportunidade para tal, isto em especifico para o médio do Manchester United. Rui Patrício, Pepe, José Fonte, Rúben Dias, Raphäel Guerreiro e João Cancelo são os donos e senhores da defesa das Quinas, como se tem visto nos últimos quatro anos, sendo que Fernando Santos optará, com toda a certeza, por alinhar o atleta do FC Porto e do Manchester City como centrais titulares, enquanto as laterais ficam entregues aos suspeitos do costume.

Por isso, estes 8/9 são a espinha atual da seleção nacional, possuindo o maior número de jogos com a camisola de Portugal nestes quatro anos de atividade, e manterão a sua função neste Campeonato da Europa que se aproxima. Nota, Diogo Jota está dentro desta categoria mas o facto de não se saber o estado físico do extremo do Liverpool (o clube inglês divulgou que o português está a contas com uma lesão óssea) não mencionámos o nome dele como merecido. Jürgen Klopp confirmou que o internacional português estará recuperado a tempo de integrar o estágio da selecção nacional e, portanto, também se encaixa nestas nossas escolhas dos “Imprescindíveis”.

OS OUTROS

Quando falamos dos “Outros” é mais na questão que não há discussão na convocação destes jogadores, apesar do seu papel na seleção não ser claro neste momento. Quem encaixa neste perfil? André Silva, Rafa, Sérgio Oliveira, João Palhinha, João Moutinho, Anthony Lopes e Rúben Neves. Comecemos por dois jogadores que realizaram uma temporada excelência, João Palhinha e André Silva, com o primeiro a ser reverenciado como o melhor trinco (ou um médio multifacetado com capacidade para ser preponderante na atitude ofensiva) da Liga NOS em 2020/2021, enquanto o segundo é atualmente o 2º melhor marcador da Bundesliga com 27 golos (falta uma jornada para terminar o campeonato alemão), impondo assim uma série de boas perguntas a Fernando Santos.

Deverá João Palhinha assumir o lugar de nº6 de Portugal, ultrapassando Rúben Neves e Danilo Pereira na hierarquia? E haverá espaço no ataque para incluir André Silva como ponta-de-lança fixo, “financiado” nas extremidades por Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo? Estas questões só serão respondidas dentro do próprio Campeonato da Europa, sendo que no caso de Palhinha a sua titularidade não deverá merecer grandes surpresas (fisicamente está melhor que os seus diretos adversários, um apontamento essencial para garantir uma campanha mais positiva), mas a de André Silva continua no limbo, pois, como se tem visto entre 2020 e 2021, Fernando Santos prefere ter Diogo Jota ou João Félix (este de forma quase inexplicável) dentro do 11 titular, forçando o papel de principal referência de ataque a Cristiano Ronaldo.

Em relação a Sérgio Oliveira, João Moutinho e Rúben Neves, a titularidade é um apontamento discutível, principalmente para o atleta do FC Porto (é uma ferramenta útil para estancar um jogo mais caótico e de se ganhar alguma vantagem a partir da solidez tática e bolas paradas), com os dois médios do Wolves a terem valências suficientes para ganhar um lugar no 11, dependendo de como Fernando Santos quer trabalhar o “miolo”.

Anthony Lopes e Rafa são os os outros dois nomes que encaixam nesta secção dos “Outros”/estáveis, com o guardião a garantir uma boa sombra a Rui Patrício, e Rafa a poder ser uma solução de banco em jogos em que se necessite outra versatilidade e poder de aceleração.

OS CONVOCADOS QUESTIONÁVEIS

Nesta categoria encontramos alguns nomes que virão a ser anunciados pelo timoneiro de Portugal, mas que pela forma demonstrada durante a temporada poderiam não ter sido convocados. Falamos de João Félix, Francisco Trincão, Nélson Semedo, Danilo Pereira ou Renato Sanches, jogadores que não foram consistentes nesta época seja na regularidade de tempo de jogo ou na qualidade exibicional. O caso mais significativo é João Félix, que pela segunda época consecutiva esteve a um nível medíocre ao serviço do Atlético de Madrid, tendo perdido o estatuto de titular ou até de elemento útil saído do banco de suplentes, com alguns comentadores desportivos a apontarem o dedo a Diego Simeone e às suas táticas “negativas”.

Em abono da verdade, o jovem internacional português não está a evoluir quer no que toca a decidir o último passe ou de se prestar a um bom trabalho defensivo (pouca intensidade e inteligência neste papel) e vive de parcos momentos de brilhantismo, que têm vindo a escassear a cada nova época. Porém, e apesar de não estar a atravessar uma temporada boa, o ex-SL Benfica estará na lista de convocados por “imposição” de Fernando Santos, que vê em Félix a possibilidade de ter um agitador na frente-de-ataque. Renato Sanches e Danilo Pereira também estão na mesma situação, com o atleta do Lille a ter vivido (novamente) uma época de altos e baixos, onde nunca foi titular assumido nos candidatos ao título da liga francesa (falta uma jornada para fechar a Ligue 1), com o ex-FC Porto a encaixar na mesma situação, sendo que neste caso recuperou o seu lugar no 11 nas últimas jornadas. Situação similar pode-se aplicar a Francisco Trincão, que não viveu uma época de sobrevivência no FC Barcelona, nunca despontando, apesar de ser percetível que assim o seja, já que é a sua primeira temporada fora de Portugal… mas merece ser incluído na convocatória?

Por fim, Nélson Semedo mudou-se do titã FC Barcelona para o conclave português britânico do Wolverhampton FC, merecendo a titularidade em 32 dos 34 que disputou com a camisola do clube comandado por Nuno Espírito Santo. Contudo, a época desanimadora do Wolves não ofereceu ao lateral-direito o palanque desejado, correspondendo na defesa, isto sem nunca deslumbrar, caindo totalmente no papel ofensivo, um pormenor em que lhe era reconhecida mestria quando alinhou pelo SL Benfica. Não deverá falhar o Europeu 2021, isto porque escasseiam os competidores diretos pelo seu lugar, como por exemplo é o caso de Ricardo Pereira, que recuperou tardiamente (e ainda algo longe do nível exibicional de épocas anteriores).

Deixamos uma nota final que se encaixa como um surpreendente extremamente debatível: a inclusão de Otávio. O atleta do FC Porto pode oficialmente ser convocado por Fernando Santos, mas a convocatória deste, não sendo impossível, pode suscitar questões problemáticas, pois é um médio que não encaixa tanto no estilo de jogo pensado pela equipa técnica nacional, para além de não ter o mesmo dom de decidir, em comparação com João Mário ou Pizzi, por exemplo.

AS NOVIDADES SURPREENDENTES

Nuno Mendes, Pedro Gonçalves, Domingos Duarte e José Sá. Os dois primeiros registaram uma temporada assombrosa pelo Sporting CP, em que Nuno Mendes foi mesmo capaz de conquistar a sua primeira chamada para a seleção nacional em Março passado (estreia frente ao Azerbaijão), sendo ele o suplente de luxo para o lugar de lateral-esquerdo, que será ocupado por Raphäel Guerreiro. Já Pedro Gonçalves acabou por ser convocado para os sub-21 em Março passado, mas perante a lesão de Pedro Neto e a dúvida de que Diogo Jota chegue a 100% ao Europeu 2021, tem de estar na convocatória a 20 de Maio, pois oferece não só uma condução de bola efusiva e dinâmica, como sabe decidir jogos e ocupar bem os espaços, sempre pautado por uma grande velocidade de movimentos, tornando-se um problema para quem não espera muito do avançado do Sporting CP. Ambos são duas adições de franca qualidade e que vêm de uma época de excelência em Portugal, seja no capítulo defensivo, ofensivo, mental e tático.

Domingos Duarte deverá ganhar a corrida a outros potenciais candidatos, muito graças às prestações realizadas no Granada, e que já tem valido a convocatória para Portugal. Não será titular e as hipóteses de entrar em campo virão mais por necessidade. José Sá está em luta direta com Rui Silva para o lugar de terceiro guardião das Quinas neste Campeonato da Europa, e acaba por ser o guarda-redes do Olympiakos a receber a chamada, pela consistência revelada ao serviço do campeão grego.

OS QUE VÃO FALHAR (POR GRAU DE OMISSÃO)

Esperados: William Carvalho, Xeka, Gonçalo Inácio, Gonçalo Guedes, Adrien Silva e André Gomes.

Discutíveis: João Mário, Rafael Leão, Rui Silva, Pizzi e Rúben Semedo.

Da lista dos esperados, há alguns nomes que podem levantar debate, mas no geral a sua ausência será aceite por quase todos, sejam os campeões europeus de 2016, Adrien Silva, André Gomes e William Carvalho que realizaram temporadas satisfatórias a nível de clubes, mas que têm adversários diretos em melhor forma na seleção nacional. Gonçalo Inácio realizou uma época consideravelmente boa pelo Sporting CP, sendo uma das revelações da temporada, contudo ainda está longe do nível esperado para os centrais de Portugal, pelo menos de acordo com a visão de Fernando Santos. Xeka está no mesmo patamar que Renato Sanches, só que o seu companheiro no Lille é um dos preferidos do selecionador nacional – conhece as suas competências e valências, sabendo bem como e quando utilizá-lo – e tapa a sua inclusão.

Dos discutíveis… João Mário foi uma das peças-chave do título de campeão do Sporting CP, tendo se modificado consideravelmente, em comparação com o jogador que era quando foi convocado para o Euro 2016 (arriscava mais no momento de rematar por exemplo) com o que é neste momento. Rúben Semedo poderia estar incluído na convocatória, mas uma lesão no joelho deverá impedir a sua inclusão, isto depois de ter realizado uma época de franco bom nível no campeonato grego. E Rafael Leão, que somou vários minutos pelo AC Milan contando-se quase 30 ocasiões em que entrou em campo como titular, poderia ser uma das surpresas de Fernando Santos, caso tivesse sido chamado em convocatórias passadas de Portugal.


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