Olá Rússia, o Mundial chegou
Os favoritos
Como em todas as competições, este Mundial conta com uma mão cheia de favoritos. São 5 seleções que consideramos as melhor preparadas para chegar ao título e, claro, são os suspeitos do costume. Brasil, Argentina, Alemanha, França e Espanha. Todas estas equipas têm argumentos para chegar à ambicionada final, mas qual parte à frente?
O Brasil tem uma das equipas mais completas da competição. Os canarinhos têm um ataque invejável (Neymar, Gabriel Jesus e Coutinho) e soluções de topo para todas as posições. A solidez defensiva sempre foi um calcanhar de Aquiles, mas nem aí parece haver problemas. Com dois guarda-redes de topo e centrais de grande qualidade, os pentacampeões chegam à Rússia com tudo para vencer.
Os vizinhos argentinos têm Messi. Como se isso não fosse suficiente, há Di Maria, Aguero e Higuain. Um ataque de luxo, mas com uma defesa de vidro. A Argentina tem a pior defesa dos favoritos, mas compensa com um meio-campo forte e o ataque demoníaco. Se Messi estiver perto do seu melhor será difícil parar a equipa Albiceleste.
Do lado europeu há 3 equipas completíssimas. Fortes em todos os setores e com qualidade de sobra no banco dos suplentes.
Primeiro, a Alemanha, atual campeã do Mundo e que não está mais fraca do que há 4 anos. Com o regresso de Neuer, a defesa alemã é coesa e formidável (Hummels e Boateng). O meio-campo é, sem sombra de dúvida, o melhor do Mundial com Khedira, Kroos e Ozil. Para completar o certame há Muller e Timo Werner, um dos avançados em melhor forma neste fim de temporada.
Depois da derrota no Europeu, a França chega com uma seleção ainda mais forte à Rússia. Griezmann está melhor que nunca, Pogba e Kante fazem um meio-campo poderosíssimo e o tridente Lloris-Umtiti-Varane é do mais sólido que existe. Uma equipa recheada de estrelas que pode criar problemas a qualquer adversário. Será desta o regresso aos títulos?
Por fim, a sempre favorita Espanha (é assim desde 2010). Ainda que com uma seleção sem as estrelas e a espinha dorsal de outros tempos, os espanhóis são justos favoritos. Com De Gea, Ramos e Piqué, a defesa está mais que assegurada. O apoio ao ponta-de-lança (que deverá ser Diego Costa) é, ainda assim, a maior força de nuestros hermanos. Busquets, Thiago Alcântara, Iniesta, Isco e David Silva. Um quinteto de estrelas capazes de dominar qualquer equipa do mundo e, claro, do Mundial.
As estrelas solitárias
Se acima mostramos os favoritos, agora mostramos as restantes estrelas. Jogadores de classe mundial que, mesmo sem seleções fantásticas, poderão causar surpresas aos “imparáveis” favoritos.
À cabeça do grupo está, claro, Cristiano Ronaldo. O melhor jogador do mundo quer levar Portugal a mais uma conquista inédita na Rússia e a sua qualidade fora-de-série é a principal arma da seleção das quinas. Portugal não é, tal como em 2016, favorito, e isso pode, mais uma vez, jogar a favor de Ronaldo e companhia.
Companheiro de Ronaldo em Madrid, Modric é outras das vedetas deste Mundial. Apesar do meio-campo de luxo (Modric-Rakitic-Kovacic), a Croácia tem desiludido em grandes competições. A qualidade do médio do Real poderá fazer a diferença num das suas últimas oportunidades de brilhar na seleção.
Chegamos ao terceiro nome sem sair de jogadores do Real Madrid (ainda que jogue, por empréstimo, no Bayern de Munique): James Rodriguez. O mágico colombiano é a principal esperança do seu país. O jogo da equipa girará à volta da sua qualidade e espera-se que o seu génio apareça em grande na Rússia.
Parceiro de James em Munique, Lewandowski é uma estrela solitária na equipa da Polónia. O matador do Bayern é sinónimo de golo e os polacos dependerão disso mesmo para chegar longe. Também de matadores vive o Uruguai, contando com Cavani e Suarez. A dupla de ataque uruguaia é das mais perigosas em prova e, com eles em forma, os sul-americanos tornam-se uma equipa complicada de travar.
Outro matador com uma missão complicada na Rússia será Harry Kane. Com uma equipa cheia de qualidade, a Inglaterra tem fama de desperdiçar talento e sair cedo destas competições. O goleador do Tottenham será o líder de um conjunto determinado a provar que esta geração é diferente das últimas que os ingleses apresentaram.
Já a Bélgica tem aqui uma das melhores gerações da sua história. Uma verdadeira constelação de estrelas que tem, também, desiludido em grandes palcos. Hazard, Lukaku, Courtois, Fellaini e De Bruyne são os líderes desta geração. É, aliás, no crescimento do médio do City que reside muita da esperança. De Bruyne pode unir o futebol belga e fazer a equipa dar o salto que precisa.
Por fim, uma das maiores promessas e incertezas deste Mundial: Mohamed Salah. O astro do Liverpool lesionou-se na final da Champions e é ainda uma incerteza se jogará na Rússia e em que condição. Caso esteja apto, será talvez a maior estrela solitária da prova! Numa seleção mediana, Salah traz magia, qualidade e, claro, golo.
A união faz a força
“Abaixo” das seleções já faladas, estão as que, sem uma estrela cintilante, podem criar problemas com a união e coesão do seu grupo. Na seleção russa destacamos, claro, o fator casa. Jogar em casa é uma motivação e, ao mesmo tempo, uma pressão extra. Ainda assim, a vontade de dar uma alegria aos seus adeptos pode levá-los longe.
Nesta situação encontramos equipas como a Dinamarca e a Sérvia. Duas equipas com dois médios fantásticos (Erikson e Matic, respetivamente) mas sem grande poder de fogo na frente. A capacidade de união que estes jogadores dão à sua equipa pode ser crucial e, com essa organização, surpreender algum dos favoritos.
Ainda no Velho Continente encontramos a Suíça e a Suécia. As parecenças entras as duas equipas não acabam no nome. Sem grandes jogadores, estas são duas das equipas mais perigosas neste grupo. Muito organizadas e com um bom conjunto de jogadores, podem criar problemas a qualquer equipa.
A última equipa europeia neste grupo é a Islândia. Depois de surpreender no Europeu 2016, os islandeses venceram o seu grupo de qualificação, à frente da Croácia. Está marcado o reencontro entre os dois conjuntos e os nórdicos querem voltar a surpreender. Já não são uma surpresa desconhecida, mas sim uma equipa a temer no panorama europeu.
O México é uma caixinha de surpresas. Capaz do melhor (e com talento para isso) e do pior (como o escândalo que rebentou antes da partida para a Rússia). São uma equipa experiente e com argumentos para defrontar qualquer seleção. São imprevisíveis, mas vontade é algo que não irá faltar.
Por fim, o Senegal. Com muito talento jovem liderado pela explosividade de Mané, os senegaleses são uma das equipas mais jovens em prova. A juventude é, ao mesmo tempo, a sua maior força e fraqueza. Fisicamente muito fortes (como é costume nas equipas africanas), a inexperiência pode custar-lhes jogos contra equipas mais rotinadas nestas competições.
Underdogs que podem surpreender
Este último grupo de seleções conta com as equipas teoricamente mais fracas do Mundial. E teoricamente é o termo certo pois todas elas podem causar amargas surpresas aos principais candidatos. No grupo de Portugal, Marrocos e Irão partem “atrás” mas não devem ser subestimados, pois a organização e o talento estão lá e podem aparecer em qualquer jogo.
Equipas africanas e asiáticas são abundantes neste grupo. Arábia Saudita, Nigéria, Coreia do Sul, Tunísia e Japão são, todas elas, seleções que, quando desprezadas, causam problemas aos “tubarões”. Daqui destacamos a Nigéria que conta com uma mistura de jogadores jovens e experientes. Obi Mikel, Victor Moses, Iheanacho, Musa, Etebo e Iwobi podem, como um todo, causar sérios problemas à Croácia e Argentina (adversários na fase de grupos).
Fora destes dois continentes encontramos a equipa australiana. Uma equipa aguerrida, capaz de lutar por cada bola e por cada jogo. A surpresa pode acontecer mesmo contra a França, mas é pelo segundo lugar no grupo que a Austrália pode lutar seriamente.
Por fim, três equipas sul americanas: Peru, Costa Rica e Panamá. Nenhuma delas chega ao Mundial com grandes ambições e, isso, é a sua maior arma. Sem pressões, sem obrigações, as “ganas” sul-americanas podem tornar-se tomba-gigantes em terras russas.