O sucesso das jogadoras de futebol portuguesas pelo mundo

Cristiana PinaJaneiro 26, 20234min0

O sucesso das jogadoras de futebol portuguesas pelo mundo

Cristiana PinaJaneiro 26, 20234min0
De Tatiana Pinto a Ana Dias, o futebol português tem cada vez mais atletas a jogar fora e Cristiana Pina diz-te onde andam algumas delas

O futebol feminino português tem crescido a olhos vistos, e as atletas portuguesas são cada vez mais reconhecidas fora de portas. Da Rússia à Espanha, da Itália à Républica Checa, as jogadoras lusas geram uma atenção a nível internacional como nunca antes. Espanha, uma das melhores ligas do mundo de futebol, é casa de cinco internacionais portuguesas, começando por Tatiana Pinto, do Levante, sendo a atleta que tem dado mais nas vistas; a viver, talvez, aquele que é o seu melhor momento da carreira, a média natural de Aveiro, é uma das jogadoras mais influentes do conjunto valenciano, e na sua segunda época de granotas ao peito conta com sete golos e uma assistência, e promete ser um dos destaques da Liga F.

O Levante é atual segundo classificado, e caminha para ser uma das equipas com lugar assegurado na Women’s Champions League, da próxima época. Andreia Jacinto é uma das grandes promessas do futebol feminino português e assinou este verão com a Real Sociedad, até 2025. A jovem de 20 anos deixou o Sporting, rumo ao país vizinho, à procura de novos desafios; e apesar da época não lhes estar a correr como planeado devido ao infortúnio das lesões, a jovem é muito apreciada pela treinadora Natalia Arroyo. Quem também aterrou em Espanha para novas aventuras foi a central Diana Gomes para jogar no Sevilha, e a média, de 27 anos, Fátima Pinto para jogar no Alavés. As internacionais por Portugal deixaram o Braga e o Sporting, respetivamente, para abraçarem projetos novos além-fronteiras. Matilde Fidalgo, que no último mercado de inverno trocou o Benfica pelo Real Bétis, fecha o lote de jogadoras portuguesas a brilhar na liga F.

De Espanha para a Suíça, o Servette é atualmente um verdadeiro contingente português nos Alpes Suíços, com três internacionais portuguesas. A guarda-redes Inês Pereira e a defesa central Mónica Mendes estão no clube desde o verão de 2021, altura em que deixaram o Sporting para assinar pelo clube suíço. No currículo tem já um campeonato e uma presença histórica na fase de grupos da UWC. No verão foi Ágata Filipa que aterrou ali vinda da Escócia; pelo meio houve passagens da avançada Francisca Cardoso e da jovem guarda-redes Inês Ribeiro. Da Liga BPI para a Serie A Italiana foi o caminho percorrido por Joana Marchão, no verão transato. A lateral de Abrantes aventurou-se pela primeira vez internacionalmente e assinou um contrato até 2024 com o Parma.

A Ana Dias fez história ao trocar o Amora pelo Zenit em março de 2021, a avançada portuguesa foi a primeira jogadora portuguesa a jogar na Rússia. Desde aí já conquistou um título, e apontou mais de 25 golos; renovou por uma época recentemente e aos 25 anos é já uma certeza do futebol feminino português

Depois de uma época a brilhar na Turquia ao serviço do Fenerbahçe, Mariana Jaleca pegou nas bagagens e mudou-se para a República Checa para o histórico Sparta Praha. Assinou até 2024, e aos 25 anos apresenta já uma diversidade futebolística admirável ao ter jogado em seis países e em seis ligas diferentes.

Em França há também algumas jogadoras portuguesas a dar cartas como é o caso de Melissa Gomes, luso-francesa, e internacional em 20 ocasiões, e que aos 28 anos joga no Bordéus, depois de se ter destacado ao serviço do Stade de Reims. No Bordéus há ainda outra jovem a destacar-se, falo de Serena Queirós, que aos 18 anos é já uma presença constante na primeira equipa. Outro dos casos é a internacional jovem Nelly Rodrigues, a defesa trocou os escalões jovens do PSG pelo histórico Marselha, e tem brilhado no segundo escalão da D2 Féminine. Também em França há outras luso-francesas a destacar-se como é o caso da avançada Kelsey Araújo, no Le Havre ou de Clara Moreira, defesa central do Nantes.

Os Estados Unidos da América são reconhecidos por todos como um dos grandes países onde o futebol feminino é competitivo e forte desde as academias até ao futebol profissional, com a National Women’s Soccer League (NWSL) a ser o palco principal competitivo. E como tal algumas jovens jogadoras lusas partiram ao continente americano em volta desse sonho para jogar no futebol universitário: Maria Alagoa é talvez dos nomes mais sonantes, vista como uma das jogadoras portuguesas mais promissoras, a média cumpre a segunda época no Florida State Seminoles. Também em busca desse sonho, Leonor Alves deixou o Albergaria rumo ao Rider Broncs.

O futebol feminino ter crescido a olhos vistos, não só ao nível internacional, mas também ao nível nacional. Apesar disso, a liga portuguesa ainda é muito desnivelada e por isso muitas jogadoras partem à procura de contextos desportivos mais favoráveis.


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