O final do “embargo” nas transferências: Silva fox e Costa colchoreno
Falamos de Adrien Silva e Diego Costa que viram, no verão, as suas transferências serem adiadas. O artigo explica-lhe os motivos das 2 transferências terem sido adiadas e quais as possíveis consequências para os jogadores. Chegarão a tempo do Mundial2018?
Adrien Silva
Começamos pelo português e é importante já referir que foi por 14 segundos que o jogador não foi inscrito e não pôde jogar nesta 1ª metade da época. Já nada havia a fazer e o ex-Sporting iniciou os treinos com os colegas, mal se deu a oficialização da transferência, sabendo que não podia jogar. Integrou-se no grupo e 4 meses depois é oficializado e inscrito sendo agora oficialmente um fox, até porque já se estreou e com dorsal 14, entrando aos 86′ na vitória caseira do Leicester por 3 bolas a 0 sobre o Huddersfield.
Ao mesmo tempo que Adrien ia chegando, Drinkwater saía e é legítimo afirmar que o português ocuparia o lugar do inglês. A jogar num 4-4-2 clássico, os foxes necessitam de alguém que encha o campo, que seja um jogador completo em todos os níveis, que esteja disponível para a equipa, não só a nível físico como também a nível mental, na posição 8. O português fará quase o mesmo que fazia em Portugal pelo leões, ajustando-se um pouco à maneira de jogar do seu novo treinador, mas será dentro do mesmo ideal e, portanto, não terá grandes problemas com isso. Mas conseguirá suceder? Silva já está em Inglaterra à 4 meses, já se adaptou ao novo país, à nova cultura, à nova equipa e está com imensas ganas de poder voltar a jogar todos os fins de semana e assim que ganhar ritmo competitivo, voltará àquilo que nos habituou e assim, não será muito difícil ganhar a titularidade neste Leicester e mostrará porque pagaram tanto por ele. Há que referir que Adrien pode não conseguir aguentar a pressão da Premier e não conseguir mostrar a sua verdadeira capacidade; é outro contexto, são mais holofotes, mais câmaras; é uma possibilidade, é bom que as ponhamos todas “em cima da mesa”.
Assim, chegamos à questão mais importante que se coloca: virá a tempo do Mundial? Se a concorrência para o meio-campo de Portugal já era muita para Silva, agora então o que dizer. Vai com 4 meses de atraso dos compatriotas e ainda tem que ganhar algum ritmo competitivo para voltar à melhor forma, mas e se quando isso acontecer, for tarde demais? Aí é triste porque deixamos de fora alguém com a qualidade e talento de Adrien, no fundo, por 14 segundos. E é bom que esta possibilidade esteja bem presente em Adrien já que Fernando Santos, para o lugar central do meio-campo conta com André Gomes, João Moutinho, Renato Sanches, Pizzi, Bruno Fernandes e sendo que apesar de João Mário e Bernardo Silva jogarem nas alas, também podem jogar no meio.
Diego Costa
Se falámos numa entrada para a Premier League, desta vez falamos de uma saída. E mencionar que não foi uma saída a bem, foi uma saída pela porta pequena, sabendo que o hispano-brasileiro estaria em conflito com Antonio Conte. Costa fez questão de esclarecer que queria jogar apenas pelos colchoneros e os dirigentes ingleses fizeram-lhe a vontade, sendo que teve que esperar até agora por o clube espanhol estar impedido pela FIFA de inscrever jogadores. O avançado foi apresentado no dia de ano novo no Wanda Metropolitano e afirmou que estava “cansado de tanto treinar” dando a entender que quer jogar o mais rápido possível.
Diego Costa será parceiro de Grizemann na frente de ataque rojibalnca, chegando para melhorar os números do ataque espanhol para o resto da época. O Atlético é uma casa que bem conhece e gosta e, portanto, os motivos que o levaram a sair do Chelsea não entrarão nesta sua nova etapa já que estará, aparentemente feliz em Madrid, com Simeone. E como a “mente controla o corpo” se Costa estará feliz voltará a chegar aos seus melhores números de sempre, curiosamente, atingidos na sua última época como colchonero, a época 2013/2014 em que chegou aos 36 golos. Apesar do jogador já conhecer a realidade do Atlético de Madrid, ainda não estará entrosado com os seus colegas, ao contrário de Adrien, por exemplo, e isso será algo que lhe tirará algum tempo e que poderá jogar contra ele.
Tempo esse que pode ser precioso se pensarmos no Mundial2018, sendo que para estes 2 jogadores, o tempo não será mesmo o seu aliado. Ele próprio já saberá dessa difícil tarefa, afirmando na conferência de apresentação: “Se estiver bem aqui, se começar a marcar golos e a equipa progredir, será, seguramente, mais fácil constar nas opções de Lopetegui.” O trabalho do avançado não será facilitado tendo a concorrência de Fernando “El Niño” Torres e Kevin Gameiro.
Foram duas transferências, diferentes, mas onde podemos encontrar algumas semelhanças e tirar algumas conclusões. Quão bom será para um jogador ficar sem jogar 4 meses, arriscando o se lugar na seleção, para ir para o seu clube de sonho? Bom, se aproveitarem bem esta 2ª metade de época, são mais as valências do que as desvantagens mas é sempre arriscado pois envolve muita mudança, esforço, e trabalho.