Sporting cai com estrondo nos Açores e volta a desconfiança
O Sporting sofreu a sua primeira derrota no campeonato nacional, nos açores frente ao Santa Clara e permitiu que o Porto se afastasse na classificação, e voltando a ficar com 4 pontos de vantagem para o Benfica.
Foi a primeira vez que Rúben Amorim perdeu na Liga sem ser para um dos dois rivais (perdeu na Luz em 2 ocasiões e no Dragão no jogo da consagração da equipa portista) e levantaram-se os alarmes para os lados de Alvalade.
Mas, como é normal nestas situações, a primeira reação foi manifestamente exagerada e desfasada da realidade. As críticas da primeira derrota na liga centraram-se em Ricardo Esgaio com o jogador a ser, vergonhosamente, alvo de insultos por aquilo que foi uma má exibição da equipa leonina.
Não é necessário entrar em depressões pelo resultado obtido em São Miguel, mas sim analisar e perceber o que se passou para que o jogo terminasse sem pontos para os verdes e brancos.
Em primeiro lugar há que referir a queda gritante de qualidade que a equipa apresentou após a enorme exibição frente ao Benfica.
Excluindo o jogo com o Ajax, que se realizou em condições muito específicas, a queda notou-se logo frente ao Boavista, numa vitória confortável, mas onde os visitantes até foram os primeiros a criar perigo e com uma segunda parte que valeu pelos golos e nada mais.
Frente ao Gil vicente o Sporting poderia ter tido um jogo tranquilo mas Neto expulsou-se por uma infantilidade inadmissível e com o falhanço da grande penalidade de Pote, o Sporting ia para o segundo jogo consecutivo em igualdade para o intervalo.
Voltou a Alvalade e recebeu o Portimonense que surpreendeu Rúben Amorim ao chegar a vencer, com justiça, ao intervalo, e onde só a expulsão de Pedro Sá permitiu aos jogadores do Sporting começarem a encontrar espaços para marcar. Apesar de tudo e mesmo contra 10 o Sporting iria ainda sofrer um segundo golo, pela primeira vez no campeonato.
Pelo meio duas vitórias sofridas com 10 frente a equipas da segunda liga, sendo que com o Casa Pia voltou a chegar ao intervalo sem vantagem no marcador.
Como diz o ditado tantas vezes o cântaro vai à fonte… Que é o mesmo que dizer que o Sporting baixou tanto a qualidade que acabou por ser derrotado.
A baixa intensidade, a menor receção à perda (talvez fruto de tanto cartão mostrado, nomeadamente vermelho), e uma maior desconcentração defensiva foram a chave para a primeira derrota da época a nível interno.
Cabe agora ao treinador e aos jogadores dar uma resposta cabal frente ao Leça, onde apenas ganhar não será suficiente (não repetindo os problemas que vimos com Varzim, Casa Pia e Penafiel), mas principalmente na deslocação a Vizela, onde ganhar e não sofrer golos será fundamental para mostrar que a equipa está diferente e voltou aos índices mentais e competitivos que nos mostrou durante a maior parte da época, mostrando que a última fase, nomeadamente os últimos 2 jogos foram a exceção e não a nova regra.
Neste mês vai ser decidido ainda quem será o vencedor da Taça da Liga, para lá da receção ao Sporting de Braga, quando já foram gastas todas as cartas que havia para gastar, e por isso é mais importante que nunca recuperar a forma, mas mantendo a calma, até porque o Sporting continua a depender apenas de si para ser campeão, mas parte para já a correr atrás do FC Porto.
Abriu também o mercado de Janeiro, e está bem visível que falta um central e um avançado (Tiago Tomás não sair do banco frente ao Santa Clara mostra que não é opção), e nesse aspeto já foi sugerida uma prendinha.