Sporting acaba com sabor amargo mas com esperança

José Nuno QueirósMaio 15, 20225min0

Sporting acaba com sabor amargo mas com esperança

José Nuno QueirósMaio 15, 20225min0
Acabou a época 2021/22 do Sporting, onde o campeonato deixou um sabor amargo, numa equipa que merecia muito mais do que conseguiu.

O Sporting acaba a sua prestação no campeonato e na altura de fazer balanços, a primeira sensação é a de que fica, claramente, um sabor amargo nos sportinguistas, uma vez que a qualidade de jogo e a prestação da equipa são claramente de campeão nacional, e apenas um FC Porto carregado de records conseguiu ajudar a impedir a consagração do Sporting.

A equipa de Rúben Amorim alcançou os mesmos 85 pontos que na época passada, uma pontuação que permitia ser campeão em 9 das últimas 20 épocas do futebol português. Pelo caminho o Sporting marcou 73 golos na competição, tendo melhorado comparativamente à época transata onde se ficou pelos 65 marcados.

Só na parte defensiva a equipa de Rúben Amorim piorou, comparado com a época transata, ao sofrer 23 golos, uma vez que na época passada tinha ficado pelos 20 golos sofridos. No entanto, esta estatística acaba por ser influenciada por jogos atípicos como os 4 golos sofridos frente a portimonense ou os 3 sofridos frente ao Santa Clara no conjunto dos dois jogos. O Portimonense foi mesmo a única equipa capaz de marcar 2 golos aos leões por duas vezes, numa situação que raramente acontece a um dos ditos “grandes” do futebol português.

Dentro de campo também se viu um Sporting com mais qualidade do que no ano passado, nomeadamente com a enorme mobilidade introduzida na frente de ataque, com a mudança na linha de 3 defensiva, onde Matheus Reis acabou por dar uma dinâmica muito diferente na saída de bola, e a introdução de Matheus Nunes e Ugarte que dão maior qualidade no transporte da bola para zonas ofensivas.

Matheus Reis foi provavelmente o jogador que mais evoluiu nesta equipa do Sporting, sendo agora uma peça chave. (Fonte: Notícias Ao Minuto)

A equipa conseguia controlar muito mais o jogo e deixou de depender tanto da “sorte” que teve em alguns momentos decisivos na época transata, obtendo mais vitórias de forma consolidada e inclusive acabando o campeonato com mais vitórias do que na época transata. O ano passado apenas em 5 jogos o Sporting marcou 3 golos no jogo, ao passo que este ano conseguiu faturar por 3 vezes em 12 partidas. Tal como o ano passado apenas num jogo o Sporting não marcou golos (0x0 com o Porto em 20/21 e o 0x2 com o Benfica em 21/22).

Já ouvimos várias vezes a frase popular de que “os campeonatos se ganham contra os pequenos” e se, de facto, o Sporting se pode queixar das exibições que realizou com Famalicão, Santa Clara, Braga e Marítimo, onde em 2 destes jogos o Sporting perde 2 pontos já na parte final da partida ao tentar arriscar tudo na procura dos 3 pontos (em todos estes jogos a “estrelinha” falhou a Tiago Tomás, Paulinho, Pote e Coates, respetivamente já nos minutos finais), este é claramente um campeonato perdido nos jogos entre os “grandes”. Para lá da derrota com o Benfica que afastou definitivamente a equipa do título, num jogo muito pobre da equipa do Sporting,  onde o resultado refletiu aquilo que foi a exibição das equipas no campo, fica claramente a sensação de que os clássicos Sporting CP x FC Porto foram absolutamente determinantes para o desfecho do campeonato.

Um campeonato decidido por 6 pontos de diferença é claramente marcado, em primeiro lugar, pelo jogo em Alvalade onde o Sporting domina por completo e quase de forma esmagadora a formação portista, e onde, depois de estar a vencer se deixa empatar com um golaço de Luis Díaz, num jogo em que a equipa portista poderia ter ficado reduzida a dez mais cedo, depois de Pepe esmurrar Coates, e onde aquilo que podiam ter sido 3 pontos para o Sporting acabaram por ser 2 pontos perdidos pelo Sporting e claramente 1 ponto ganho pelo FC Porto.

Depois na 2ª volta, no estádio do Dragão, a história repetiu-se, com o Sporting a atingir uma vantagem de 2 golos num jogo que 11×11 foi absolutamente dominado pelos leões. Depois, infelizmente, João Pinheiro viria a ajuizar mal, como o próprio admitiu, um lance faltoso de Taremi e que contribuiu para a expulsão de Coates, que transformou o jogo num domínio absoluto dos azuis e brancos que conseguiram novamente chegar ao empate e ainda tentaram mesmo a vitória nos derradeiros minutos. No entanto, por aquilo que se viu do jogo em igualdade numérica fica, novamente, a sensação a toda a gente que o Sporting tinha acabado de perder 2 pontos e o Porto tinha conseguido 1 ponto precioso. Estes 4 pontos perdidos pelo Sporting e os 2 ganhos pelo FC Porto fizeram claramente a diferença nesta época.

Sporting
Os jogos entre os “Grandes” foram claramente decisivos nesta temporada. (Fonte: A Bola)

Os jogadores continuaram sempre a dignificar o símbolo do Sporting e deixam boas indicações para o que aí vem na próxima época, onde se espera voltar a ver o Sporting não só a lutar pelo título como também a reconquistá-lo, numa prática que têm que ser normalizada em Alvalade. É muto melhor chegar a esta altura aziado e frustrado com o insucesso, do que chegar conformado porque desde o Natal que se deixou de contar para o Totobola.

Uma última nota para Pablo Sarabia. O jogador espanhol é claramente um craque em todos os níveis. Desde a saída de Luis Díaz que Sarabia e Darwin foram, claramente e indiscutivelmente, os craques deste campeonato. Apenas 1 ano em Alvalade, mas vamos todos sentir saudades do nosso comandante. Que continuas a ter muito sucesso e nunca esqueças o leão rampante.


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