Valores da “B” para o FC Porto de 2019/2020
A próxima temporada promete revolucionar por completo o plantel do FC Porto. Ora pela inevitabilidade de transferências milionárias para os principais tubarões do futebol europeu, ora pela saída em final de contrato de inúmeros ativos mais ou menos importantes para o sucesso desportivo dos azuis e brancos.
Certamente muitos milhões irão jorrar nos cofres portistas, quer por via de mais-valias das transferências milionárias quer por via de poupanças elevadas na massa salarial, porém, o que os adeptos azuis e brancos querem realmente saber é a forma como os dirigentes do clube irão suprir as muitas e inevitáveis saídas do plantel. A maioria dos aficionados espera que muito sinceramente seja dada primazia à formação portista, nesse sentido, este artigo pretende dar a conhecer a prata da casa que pode muito bem trazer de volta a “mística” azul e branca.
Na baliza, a saída de Fabiano em final de contrato abre as portas de forma escancarada para a aposta em definitivo em Diogo Costa. O jovem guardião português é um dos jogadores mais promissores da “cantera” portista e tem qualidade mais do que suficiente para incomodar Vaná Alves no banco de suplentes e, no médio prazo, assumir a titularidade da muralha azul e branca.
O setor que irá sofrer um maior número de alterações é a linha defensiva. Éder Militão já tem bilhete adquirido rumo a Madrid, no entanto, também Alex Telles e Felipe podem estar de saída do Dragão a troco de avultadas quantias. Em final de contrato, Maxi Pereira promete engrossar a lista de saídas do plantel portista. Se para o lado direito da defesa não existe uma alternativa credível e imediata, o mesmo não se pode dizer do eixo defensivo. Nas fileiras do FC Porto encontram-se 3 elementos portugueses com inúmeros predicados e, mais importante, potencial para se assumirem numa posição tão sensível e nevrálgica. Jorge Fernandes aparentava estar num estágio de desenvolvimento mais avançado, porém, esta temporada não tem corrido da melhor forma ao gigante de 193 centímetros que parece ter sido ultrapassado na hierarquia por Diogo Leite e Diogo Queirós. O primeiro “Diogo” fez a estreia oficial pela equipa principal no início da presente temporada, porém, a derrota caseira frente ao Vitória de Guimarães e a chegada de Éder Militão relegaram Diogo Leite para a equipa secundária onde tem estado em bom plano. Em parelha com Leite, Diogo Queirós tem evoluído imenso em 2018/2019 e transformou-se igualmente numa excelente opção para 3º central. Saindo Éder Militão e Felipe, o eixo da defesa ficará entregue a Pepe e Mbemba, contudo, há que contar com a “cantera” portista para preencher as restantes opções pois tanto Diogo Leite e Diogo Queirós parecem apostados em consolidar as suas carreiras no Dragão. Por fim, a saída de Alex Telles abre as portas à entrada de 2 elementos, um titular e outro suplente pois dificilmente algum jogador aguentará tantos jogos nas pernas como hoje Telles aguenta. Para segunda opção surge Oleg Reabciuk. O jogador português de ascendência moldava é um lateral esquerdo potente, seguro a defender e acutilante a atacar, nesse sentido, a sua integração no plantel principal seria uma excelente forma de poupar recursos e apostar num elemento promissor que adiciona muita profundidade à asa esquerda e bate bolas paradas.
O centro do terreno está hoje a debruçar-se sobre a saída ou não do capitão Héctor Herrera. Já muito se escreveu mas ainda muito pouco ficou decidido pelo que, a confirmar-se os rumores da saída do médio mexicano, o FC Porto terá forçosamente de ir ao mercado. No entanto, na equipa secundária azul e branca encontram-se 2 médio com características muito distintas mas com uma qualidade e potencial muito acima da média. Bruno Costa é um pensador, com uma capacidade de passe referencial e recursos técnicos muito interessante. Adicionalmente, é um médio que cobra muito bem lances de bola parada e tem uma leitura tática do jogo muito evoluída. Claramente mais criativo, rápido e disruptivo, Romário Baró de 19 anos tem sido o principal destaque do FC Porto B pois é o elemento mais desconcertante e preponderante na manobra ofensiva do conjunto portista, somando golos e assistências na segunda liga. Bruno Costa e Romário Baró dificilmente teriam um rendimento imediato semelhante ao de Héctor Herreira, porém, a sua gradual introdução nos jogos da equipa principal poderia ajudá-los nas suas evoluções, tornando-os a médio prazo em valores definitivos e valiosos do futebol português.
As alas do FC Porto serão também alvo de profundas remodelações na próxima temporada pois ao todo irão muito provavelmente sair 3 elementos a custo zero, Yacine Brahimi, Adrián Lopez e Hernâni. Se a saída do argelino irá sem dúvida traduzir-se num ataque nevrálgico ao mercado, o mesmo não se pode dizer das “dispensas” do espanhol e do português. O rendimento destes 2 últimos jogadores sempre foi extremamente irregular e pouco significativo no Dragão, assim sendo, a integração de Madi Queta no plantel principal podia muito bem suprir a saída do duo luso-espanhol pois o avançado guineense é um jogador extremamente rápido, imprevisível, desconcertante no drible e que ataca bem a profundidade. Tendo em conta o salário milionário de Adrián Lopez e a inconsistência de Hernâni, Queta seria uma opção válida, com potencial e, sobretudo, com a chancela dos escalões de formação do clube azul e branco.