FC Porto B 2021/2022: Existe Efetivamente Um Plano B?
As últimas duas temporadas foram absolutamente penosas para o FC Porto B. Aliás, desde o ressurgimento das equipas secundárias, nunca a formação secundária do FC Porto esteve tão próxima de descer de divisão como em 2020/2021. Foi somente na última jornada que a formação orientada por António Folha garantiu a permanência no segundo escalão do futebol português, com 32 pontos, apenas 1 acima do Vilafranquense, que acabou por ficar na Liga Portugal 2 por via da desistência do Cova da Piedade.
Com o intuito de evitar tamanha aflição novamente, o clube azul e branco reforçou o seu plantel com algumas jovens promessas de qualidade para os mais variados setores, tal como mencionámos aqui, relembrando alguns nomes, entre eles José Pedro Figueiredo (ex-Estrela da Amadora), Giorgi Abuashivili (ex-Dínamo de Tbilisi), Silvestre Varela, Sidnei Tavares (o médio de 19 anos saiu do Leicester City a custo zero), Rodrigo Fernandes (chegou do Sporting CP “B” por troca com Marco Cruz), João Peglow (emprestado pelo Internacional de Porto Alegre). 6 encontros depois, a aposta parece ter sortido efeito.
Até ao momento, o FC Porto B soma 8 pontos em 6 jogos disputados fruto de duas derrotas, dois empates e duas vitórias, ocupando, para já, o 10º lugar da tabela classificativa. A nível defensivo, a equipa continua a acumular falhas de concentração sucessivas que têm custado pontos, pelo que não surpreende a média de quase 2 golos sofridos por jogo. Mesmo assim, são visíveis algumas melhorias no processo de organização e transição defensiva, onde Tomás Esteves, uma das maiores pérolas da formação dos dragões (esteve a rodar a época passada no Reading da Championship Inglesa), tem tido um papel importante nestes dois pontos da estratégia do treinador.
Uma das maiores lacunas da formação secundária do FC Porto era o processo de organização ofensiva, uma vez que a equipa não apresentava ideias, não sabia explorar a profundidade nem tampouco o espaço existente entre as linhas adversárias, isto apesar de ter terminado a época passada com 45 golos marcados, o 6º melhor ataque em igualdade com o Arouca. Como tal, o FC Porto B orientado por Rui Barros era uma das equipas mais amnésicas, estéreis e parcas em processos do segundo escalão do futebol português, o que naturalmente forçou mudanças profundas, a começar na equipa técnica. Ora, com António Folha ao leme, os elementos ofensivos do plantel portista ganharam maior clarividência e criatividade, nesse sentido, não surpreende que a produção ofensiva tenha melhorado significativamente em 2020/2021 e, agora, em 2021/2022. Para já, o FC Porto B balançou as redes adversárias por 10 vezes sendo que o melhor marcador é o reforço Samba Koné, médio de passada larga e que aparece bem em zonas de finalização.
Ainda é cedo para destacar pela positiva e pela negativa os elementos azuis e brancos, contudo, certamente os adeptos portistas estarão bastante atentos à performance dos seus pupilos mais jovens, esperando encontrar entre os inúmeros talentos uma futura pérola que garanta mais uma transferência milionária, percebendo, no fim, se a SAD azul e branca realmente olha para esta formação secundária como uma plataforma de acesso ao principal escalão, ou se é para deixar a definhar como se viu nas duas épocas anteriores.
Folha: "Pagámos caro e não devia ter sido assim. Devíamos ter tido mais coragem para pegar no jogo na segunda parte, como fizemos na primeira.”#FCPortoB pic.twitter.com/yLQA0ifteG
— FC Porto (@FCPorto) September 19, 2021