Há vida Para Além de Marega?

Francisco da SilvaJaneiro 26, 20214min0

Há vida Para Além de Marega?

Francisco da SilvaJaneiro 26, 20214min0
Taremi, Evanilson e Toni Martínez chegaram ao Dragão para renovar a frente de ataque portista. Será que têm correspondido às expectativas?

No início da presente temporada, a frente de ataque azul e branca foi alvo de uma completa revolução na sua composição com o intuito de adicionar mais poder de fogo, nesse sentido, as saídas de Tiquinho Soares, Zé Luís, Vincent Aboubakar e Fábio Silva (mantendo-se só Moussa Marega) foram colmatadas pelas entradas de Mehdi Taremi, Evanilson e Toni Martínez.

Dada a irregularidade de Tiquinho Soares, Zé Luís e Aboubakar, associado à imaturidade competitiva de Fábio Silva, as novas aquisições portistas pareciam abrir o apetite aos aficionados do FC Porto, especialmente o instinto matador de Mehdi Taremi, a potência de Evanilson e a combatividade de Toni Martínez. Volvidos 4 meses após o início da temporada 2020/2021, começam a ser retiradas as primeiras ilações acerca das adições na frente de ataque azul e branca, nomeadamente, o desempenho e a performance dos respetivos intervenientes.

O destaque tem que ser dado obrigatoriamente a Mehdi Taremi. O avançado iraniano está a ser o principal “abono de família” portista e, depois de uma fase inicial de adaptação e até alguma inércia, Taremi começou a faturar, a fazer parte das escolhas iniciais e a ser absolutamente decisivo na frente de ataque da formação orientada por Sérgio Conceição. Até ao momento, o iraniano soma já 10 tentos e 7 assistências em 23 partidas disputadas nas mais variadas competições onde o FC Porto está inserido, necessitando de 113 minutos para balançar as redes adversárias. A estes dados estatísticos deve-se ainda somar as grandes penalidades que Taremi sofreu ao longo desta primeira parte da época e que foram decisivas para o desenlace final, por exemplo, no jogo da Supertaça frente ao SL Benfica.

Diametralmente, as restantes contratações do FC Porto para a zona mais adiantada do terreno têm apresentado um rendimento irregular e uma performance aquém do que seria esperado. A maior desilusão tem sido indubitavelmente Toni Martínez. O ponta de lança espanhol atuou em 13 partidas, quase sempre como suplente utilizado, tendo 2 golos apontados e necessitando 262 minutos para faturar. Apesar de ser um elemento bastante altruísta e disponível, Toni Martínez tem revelado falta de confiança e muita ansiedade em frente à baliza, o que se tem traduzido numa contestação crescente dos adeptos portistas à sua entrada em campo.
Paradigmático é o caso de Evanilson. O promissor avançado brasileiro balançou as redes adversárias por 3 vezes em 11 encontros disputados com a camisola azul e branca, necessitando de cerca de 92 minutos para marcar 1 golo pelo FC Porto. Estes dados aguçam o apetite dos aficionados do clube da Invicta, uma vez que Evanilson tem acumulado vários problemas físicos e até de saúde que o têm impedido de estar disponível e a 100%.

O último elemento que constitui o quarteto atacante azul e branco é Moussa Marega, que é também o jogador mais utilizado. Até ao momento, o maliano atuou em 24 partidas pelo FC Porto e acumulou 9 golos e 4 assistências em todas as competições, números que nos indicam que Marega necessita de 200 minutos para celebrar com a camisola portista. Apesar de ser um jogador muito forte no ataque à profundidade e combativo, Marega tem uma relação com o golo medíocre e alheia-se demasiadas vezes do jogo, contribuindo para que seja invariavelmente visto como “o mau da fita” para os aficionados portistas.

Na verdade mais absoluta dos factos e dos dados estatísticos, a preponderância de Mehdi Taremi é incomensurável na estratégia montada por Sérgio Conceição pois adiciona a eficácia e o instinto matador que falta em grande medida a Moussa Marega. Por outro lado, as alternativas à dupla formada entre o maliano e o iraniano pode suscitar alguma preocupação nas hostes do Dragão. Se por um lado o potencial de Evanilson e a combatividade de Toni Martínez estão bem presentes, igualmente presentes estão as debilidades físicas do brasileiro e as dificuldades técnicas do espanhol.

Todas as dúvidas só ficarão final e decisivamente retiradas no término da presente temporada pelo que os aficionados azuis e brancos irão certamente acompanhar de perto a performance do seu quarteto de artilheiros e as suas respetivas consequências.

 


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