FC Porto versus SL Benfica: quem vence o “Clássico”?
O que cada equipa é capaz de fazer? Quem são as unidades que poderão sozinhas fazer a diferença num “Clássico” onde os detalhes são importantes? A juventude ou a experiência nas balizas de Porto e Benfica?
O Fair-Play escolheu os cinco elementos que prometem estar em destaque de cada lado, cada um com a sua argumentação com uma previsão dedicada a cada clube. E vocês estão famintos de vitórias como os Dragões do FC Porto? Ou continuam confiantes na elegância das Águias do Sport Lisboa e Benfica? Fiquem com análise e propostas de Diogo Alves (Fair-Play) e Rui Mesquita (Fair-Play).
OS PROGNÓSTICOS
FC PORTO: O FC Porto chega ao “Clássico” com uma menor margem de erro que tinha até há uma semana atrás. O desaire nas Aves permitiu ao grupo perseguidor – Sporting e Benfica – aproximarem-se do líder da tabela. Por isso, os Dragões na sexta-feira, 1 de Dezembro terão ainda mais obrigação de vencer o rival Benfica. Embora a perda de pontos no passado sábado, os azuis e brancos estão com a confiança nos píncaros, fruto dos bons resultados desta época (10 vitórias e 2 empates) para a Liga NOS.
Sérgio Conceição trouxe também uma nova alma ao grupo de trabalho e nos dias de hoje vê-se um Porto mais à Porto, fazendo lembrar os tempos de André Villas-Boas e Vítor Pereira onde a confiança abundava antes dos grandes duelos e a equipa transcendia, tanto a nível motivacional, como na estratégia delineada para o confronto. Portanto, estaremos perante o FC Porto mais capaz em vésperas de um jogo contra o tetracampeão nacional. por Diogo Alves
SL BENFICA: SL Benfica e FC Porto encontram-se pela primeira vez nesta Liga NOS numa conjectura peculiar. O Porto é primeiro mas vem de um empate em Vila das Aves, o Benfica vem de uma goleada na Luz mas é terceiro. Os Dragões têm mostrado mais futebol que as Águias e chegam a este “Clássico” como favoritos. Os encarnados começaram mal a época e, entretanto, mudaram o sistema tático para um 4-3-3. Será com esta nova identidade que Rui Vitória se apresentará no Dragão, na primeira prova de fogo deste novo sistema.
Joga-se uma cartada importante na luta pelo título e o Benfica parece, hoje, a equipa menos preparada para o “Clássico” e para o campeonato. Nem a história ajuda os encarnados já que nos últimos 5 anos apenas venceram 1 desses “Clássicos” no Dragão.
Ainda assim, não podemos descartar já a vitória encarnada. É nos momentos de adversidade que o Benfica de Rui Vitória tem encontrado a sua força para vencer jogos e campeonatos e este ano pode não ser excepção. por Rui Mesquita
A BATALHA DOS 5 E QUEM ESCOLHER?
José Sá: O guardião portista fará a sua estreia absoluta em duelos desta envergadura. Curiosamente, José Sá fez parte da sua formação no clube encarnado onde foi companheiro de equipa do Bruno Varela. Confiante e a viver um bom momento, o internacional A, perfila-se como o sucessor de Iker Casillas na baliza do Dragão. Amanhã terá a árdua tarefa de parar o goleador Jonas e o 2º melhor ataque do campeonato (29 golos, atrás do FC Porto com 31), e também, simbolicamente fazer esquecer Iker, pois o castelhano brilha sempre com o clube lisboeta.
Bruno Varela: O guardião português tem, com a lesão de Svilar e a saída de Júlio César, uma nova oportunidade. Varela não se tem mostrado seguro entre os postes e com os pés é um perigo para a própria equipa. Apesar das fragilidades, um bom jogo de Varela pode dar-lhe a confiança para agarrar o lugar.
Ivan Marcano: Falar em Marcano é falar no aparelho defensivo do FC Porto, o sub capitão dos azuis e brancos está de pedra e cal na muralha do Dragão. Renascido por Nuno Espírito do Santo, Ivan Marcano tem revelado aptidão por golos (5 esta época) através das bolas paradas, tornando-se uma ameaça às defesas rivais. Faz também do jogo aéreo arma a defender, onde ganha a maioria dos duelos, rápido e concentrado, dobra muito bem o lateral (Alex Telles, no caso) e revela um bom timing de entrada à bola no desarme.
Luisão: O experiente capitão encarnado tem demonstrado fragilidades contra avançados rápidos. O confronto com Marega e Aboubakar não será fácil mas o posicionamento de Luisão e a sua liderança podem ser condimentos preponderantes no “Clássico”. Ofensivamente o capitão pode ser uma arma nas bolas paradas que, nestes jogos, assumem uma dimensão ainda maior.
Yacine Brahimi: No meio-campo, o centro nevrálgico do jogo, estará Yacine Brahimi, ainda que descaído para a ala esquerda. Atuando sobre o flanco canhoto, mas com liberdade de movimentos, este mágico do Dragão é o principal municiador do jogo ofensivo do FC Porto através da sua qualidade técnica. Em dribles ou através de passes, Yacine Brahimi desequilibra como ninguém na Liga NOS, sendo um dos jogadores a nível Mundial com mais capacidade de drible em situações de 1×1. Sem ir mais longe, se Brahimi estiver focado no jogo, o FC Porto será uma equipa muito perigosa, imprevisível e, sem dúvida, será muito mais forte.
Krovinovic: O novo maestro da Luz é já peça fundamental no 4-3-3 encarnado e é fácil perceber porquê. Excelente toque de bola, qualidade de passe tremenda, Krovinovic traz criatividade ao meio campo do Benfica. Seja na ala ou no meio, o croata traz ao jogo o que nenhum médio parece trazer neste momento: critério de decisão perfeito. Será interessante ver como encaixa defensivamente o ex-Rio Ave num meio-campo forte como o do Porto.
Vincent Aboubakar: De regresso ao Dragão, este camaronês de 25 anos volta a mostrar credenciais que levaram o FC Porto a contratá-lo em 2014 aos franceses do Lorient. De cabeça limpa e predisposto ajudar, o goleador da Invicta (9 golos) tem sido pedra fulcral na frente ofensiva de Sérgio Conceição. Garante profundidade no ataque, golo, rapidez de processos e muita imaginação técnica.
Jonas: Um goleador! Jonas chegou aos 100 golos com a camisola do Benfica e é com ele que os encarnados estão mais perto de marcar. Mas o brasileiro é mais do que um finalizador, Jonas constrói e ajuda a construir. Descai na ala e desce para fazer tabelas. Um faz-tudo na frente de ataque que pode decidir o jogo a qualquer momento, de cabeça, de pé esquerdo ou de pé direito.
Sérgio Conceição: O treinador portista (literalmente) tem feito um trabalho muito abonatório a seu favor, e, faz ver que a mudança de França para Portugal, lhe fez bem e chegou à sua cadeira de sonho, ainda que não o tenha dito. Mudanças a todos os níveis, motivacionais, táticos e técnicos, o ex-Nantes tem conseguido tirar o melhor de cada jogador mantendo-os motivados e predispostos para render. Tem em mãos o desafio de colocar o FC Porto de novo na rota dos títulos.
Rui Vitória: A escolha do 11 de Rui Vitória é um aspecto importante do “Clássico”. A escolha de dois extremos ou de um médio mais construtivo numa das alas mostrará como o Benfica quer jogar no Dragão. Mas mais importante do que isso será a leitura de jogo do técnico ribatejano fará amanhã. Ler o que a equipa precisa e mexer em conformidade será o grande desafio para Rui Vitória.
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