Folha de Talentos
Numa temporada em que o FC Porto tem procurado “reciclar” jogadores para reforçar a equipa principal, a formação secundária portista assume-se como um recurso importante e profícuo para encontrar jovens talentos capazes dar profundidade (com qualidade) ao plantel de Sérgio Conceição. Conheça com o Fair Play os principais artistas do FC Porto B orientado por António Folha.
A atual equipa do FC Porto B está finalmente construída sob as bases dos escalões de formação portista, que se refletem nos inúmeros talentos lusos a despontar, bem como na média de idade do plantel que ronda os 20 anos. À partida para a temporada 2017/2018, o principal objetivo é melhorar o 12º posto alcançado na época transata e fazer crescer alguns dos maiores talentos da formação portista, tais como, Diogo Costa, Diogo Queirós, Diogo Leite e Diogo Dalot, e lapidar ainda alguns bons projetos de jogador como Luizão, Musa, Fede Varela e Galeno.
GUARDA-REDES
A baliza azul e branca está entregue ao trio Diogo Costa, Mouhamed Mbaye e Ricardo Silva. Diogo Costa é o titular indiscutível e também o guardião portista mais promissor desde Vítor Baía. Aos 18 anos, o luso-helvético é um dos principais ativos da formação portista, nomeadamente se tivermos em conta as suas inúmeras qualidades atuais (reflexos, agilidade, saída dos postes, cruzamentos e voz de comando) e a maturidade competitiva que já demonstra. Na segunda temporada de azul e branco, Mouhamed Mbaye será a principal alternativa ao guarda-redes português, contudo, apesar de ser mais velho 2 anos, o senegalês está uns furos abaixo de Diogo Costa, revelando ainda algumas carências técnicas e táticas importantes (posicionamento, saídas dos postes e leitura de jogo). Ricardo Silva de 18 anos é o titular da equipa de juniores do FC Porto e completa o trio de keepers para qualquer eventualidade.
DEFESAS
O setor recuado do plantel portista é talvez aquele onde existe maior variedade e qualidade de talento, isto é, seja no eixo defensivo seja no corredor, António Folha tem ao seu dispor um conjunto de jogadores bastante promissores. O comando do núcleo central da defesa azul e branca está delegado ao capitão Rui Moreira, um médio adaptado a central que tem mostrado bastante inteligência tática e uma boa capacidade de desarme capazes de disfarçar a falta de robustez física (apenas 172 centímetros de altura) do português.
Recentemente António Folha tem apostado num esquema de 3 centrais, nesse sentido, o capitão portista tem tido frequentemente a companhia de Jorge Fernandes e Diogo Leite. Os 2 jovens centrais, ao contrário de Rui Moreira, são 2 defesas bastante poderosos no jogo aéreo e nos lances de bola parada, como tal, o trio Moreira-Fernandes-Leite tem-se complementado e dado solidez ao eixo defensivo portista. O FC Porto B tem ainda no seu plantel os centrais Alan Bidi, um franco-marfinês de 194 centímetros rápido e agressivo, e Diogo Queirós, um miúdo de apenas 18 anos no qual os dirigentes portistas depositam grandes esperanças. Atendendo ao esquema 1-3-5-2 implementado por António Folha, os laterais portistas têm jogado ligeiramente mais adiantados no terreno. No lado direito existe Diogo Dalot, Musa Yahaya e Diogo Casimiro.
Dalot é um dos maiores talentos da formação azul e branca, sendo um lateral de elevadíssima rotação capaz de fazer todo o corredor com uma intensidade e qualidade impressionante. Quanto a Musa, o extremo nigeriano tem sido adaptado a lateral por Folha, nomeadamente, quando o técnico portista pretende incutir maior criatividade e capacidade de desequilíbrio. Já Casimiro é um defesa direito competente no processo defensivo mas que nesta temporada terá ainda poucos minutos de utilização. No lado esquerdo António Folha tem às suas ordens Luís Mata e Oleg Reabciuk.
Mata é outro lateral adaptado que ainda exibe lacunas significativas no aspeto defensivo (posicionamento, desarme e concentração), no entanto, compensa parte das suas debilidades com a sua velocidade e verticalidade ofensiva. Já o luso-moldavo Reabciuk é um lateral bastante promissor cujos os atributos físicos (velocidade e resistência) e técnicos (cruzamento e bolas paradas) impressionaram na época transata ao serviço dos juniores do FC Porto.
MÉDIOS
A principal estrela do centro do terreno portista é Fede Varela. O argentino é um médio criativo de fino recorte que alia visão de jogo, técnica, capacidade de passe e remate, assim sendo, não surpreende que Fede Varela seja o melhor marcador e assistente do FC Porto B até ao momento. A estabilidade defensiva azul e branca está a cargo da dupla luso-brasileira Pires-Luizão, cada vez mais imprescindível para o técnico António Folha. Rui Pires é um jogador forte fisicamente, agressivo na pressão e inteligente na ocupação de espaços.
Já Luizão, envolvido no negócio Maicon, apesar de ser algo franzino é forte no jogo aéreo e sabe iniciar com qualidade a primeira fase de construção de jogo, contudo, necessita de ser mais agressivo e inteligente taticamente. As principais alternativas a este trio titular resumem-se ao incansável Moreto Cassamá e ao veloz Bruno Costa. O luso-guineense continua a ser uma das maiores promessas da formação portista, no entanto, depois de gorada a sua saída para a Alemanha, terá de voltar a provar que merece ser seguido com maior atenção por parte dos responsáveis da equipa principal do FC Porto. Quanto a Bruno Costa, o médio-ala pode ser um jogador extremamente útil para o FC Porto B no decorrer da temporada, especialmente devido à sua técnica e velocidade que desequilibram no corredor direito.
Por fim, de realçar que o meio campo portista conta ainda com o paraguaio Santiago Irala, o franco-tunisino Haykeul Chikhaoui, o chinês Yan Dinghao e o português João Cardoso.
Se Irala e Dinghao terão ainda poucas oportunidades pois estão em período de adaptação, já Chikhaoui e Cardoso terão a vida dificultada uma vez que ainda não demonstraram qualidade suficiente para serem apostas mais regulares.
AVANÇADOS
A principal referência ofensiva portista continuará a ser Galeno. Após uma época de estreia bastante positiva onde revelou toda a sua velocidade, técnica e capacidade de finalização, o brasileiro promete continuar a atormentar os defesas contrários e a chamar pela atenção de Sérgio Conceição.
Outro nome a ter em atenção é André Pereira, um jovem avançado português, que apesar de não ser um goleador trabalha bastante em prol da equipa, movimentando-se com inteligência nas costas dos adversários. António Folha tem também ao seu dispor Rúben Macedo, Tony Djim e Madi Queta. O português é um extremo rapidíssimo bastante útil que tem perdido algum espaço devido ao novo desenho tático da formação portista. Já Tony Djim é um avançado potentíssimo, mas muito frágil na tomada de decisão, que teima em confirmar o potencial que lhe foi vaticinado.
Quanto ao luso-guineense Queta, nota-se que tem qualidade para desequilibrar com a sua técnica e velocidade na ala, no entanto, precisa de ser menos “egoísta” e deixar de tentar resolver as coisas sozinho. A armada ofensiva portista conta ainda com António Xavier e o reforço Anderson Canhoto, 2 jogadores que tanto jogam a segundo avançado como a ponta de lança e pretendem mostrar que merecem mais minutos por parte de António Folha.
TREINADOR
Após se ter sagrado bicampeão nacional pelos juniores do FC Porto em 2014/2015 e 2015/2016, António Folha assumiu o cargo técnico da equipa B azul e branca a meio da temporada transata, substituindo José Ferreirinha Tavares.
Contudo, o técnico de 46 anos foi ainda a tempo de assegurar um lugar a meio da tabela na Ledman Liga Pro e de conquistar com muito mérito a Premier League Internacional Cup, onde a equipa azul e branca demonstrou bons processos de jogo e uma elevada maturidade competitiva. Na presente temporada, a fasquia está mais alta para António Folha, uma vez que os responsáveis portistas pretendem voltar ao topo da Ledman Liga Pro e alcançar novamente a final da Premier League Internacional Cup, sem nunca descurar o desenvolvimento significativo das jovens promessas portistas.
Porém, se há homem do leme capaz de levar o barco a bom porto, esse mesmo senhor é António Folha, um técnico pragmático, inteligente e com um estilo de jogo positivo capaz de valorizar o espetáculo e os seus intervenientes.