Quem é Abdul Majeed Waris, novo reforço do FC Porto?
Meados de Janeiro, o FC Porto decide finalmente em agraciar os seus adeptos com reforços, dando uma ajuda-extra a Sérgio Conceição e a um plantel, que apesar de estar a aguentar bem, começa a dar alguns sinais de cansaço físico e mental.
Os reforços provieram de equipas “inferiores” (falamos em termos de dimensão futebolística) com Paulinho a chegar do Portimonense (uma época bem estimulante da equipa de Vítor Oliveira) e Abdul Majeed Waris a aterrar directamente do FC Lorient, formação que milita na segunda divisão francesa.
Se o primeiro é bem conhecido do público português, apresentando bons argumentos na condução de bola e lançamento de jogo, para além daquele remate bem “apimentado”, dando outra “magia” ao meio-campo ofensivo. Mas sobre o segundo pouco ou nada sabemos por cá.
Abdul Majeed Waris jogou durante dois anos e meio pelo FC Lorient, alinhando na Ligue1 durante as duas últimas temporadas, assumindo-se como o nº9 da equipa francesa. Na principal liga francesa conseguiu marcar mais de 20 golos em 56 jogos, numa equipa em que o futebol foi, quase sempre no geral, fraco ou medíocre. Waris foi, durante a maior parte do tempo, um dos nomes mais importantes a par de Benjamin Moukandjo, Benjamin Lecomte, Raphäel Guerreiro ou Didier Ndong.
Contudo, a história de Waris no Lorient, na temporada actual, mudou por completo de tonalidade passando de titular indiscutível a suplente muito pouco utilizado, capitalizando uns “magros” 378 minutos que contemplam 7 jogos na Ligue2, sendo que na sua maioria foram como suplente.
O ganês foi assim descartado, pelo técnico do Lorient, Mickaël Landreau que não o viu como a solução número 1 para o ataque dos Les Merlus, com o francês Gaetan Courtet a assumir o papel de ponta-de-lança do clube que luta por voltar ao convívio dos grandes. E Waris? O avançado conseguiu uma saída bem positiva para o seu cenário actual.
Posto o seu “passado-recente”, o que mais devemos saber de Majeed Waris? Internacional por 25 vezes pelo Gana, com quatro golos, de 26 anos, Waris não é um gigante em altura, já que só tem 1,72 sendo assim o avançado mais baixo da frente de ataque do FC Porto. Marega, Aboubakar e Soares têm todos um 1,80 para cima, umas autênticas torres no ataque portista.
Sérgio Conceição não o contratou para jogar nas alturas, mas sim para imprimir velocidade pelo chão, com o ganês a ser um velocista de qualidade, para além de apresentar bons argumentos no confronto físico e no equilíbrio. É um avançado “tanque” por assim dizer, sem a altura mas com mais velocidade e poder de aceleração. Waris gosta de ter a redonda colada no pé, de se soltar em boas linhas e movimentações, dando espaço aos seus colegas para aparecer, devolvendo a bola no momento certo.
No Lorient funcionou muito bem neste ponto, surgindo bem nos espaços curtos, ganhando bolas para depois sair a jogar sem que o conseguissem apanhar no primeiro momento. Tem algum faro para golo, com um remate colocado sem ser explosivo. É um bom finalizador dentro da área, com cadência para aparecer no lugar e momento certo.
Olhando bem para o que Sérgio Conceição gosta de ter no seu plantel, Waris encaixa-se como um avançado para sair do banco em jogos mais complicados, fazendo uso da sua “ratice” para tentar desviar a bola no caminho da baliza. Para além disso, é raçudo, trabalhador e dedicado, características apreciadas pelo timoneiro do FC Porto.
Mas é Majeed Waris um reforço sério para os azuis-e-brancos? A pergunta não será tanto essa, mas mais… porque é que Conceição optou pelo ganês, quando tinha outros potenciais nomes mais interessantes?
Como os adeptos portugueses sabem, Sérgio Conceição foi treinador do Nantes na temporada passada, defrontando Waris no Nantes-Lorient (1-0 a favor dos canaries). Nesse jogo o avançado teve alguns lances de interesse que podem ter chamado a atenção do treinador. Porque é que não foi o buscar para o Nantes? Para além de ter saído praticamente após uns dias do final da temporada, o preço pelo qual Waris estava etiquetado era extremamente elevado para os cofres do clube, com o Lorient a pedir 8M€ pela sua contratação.
Só que queda física de Waris, o facto de ter sido colocado como 3ª escolha de Landreau e o contrato que só tinha duração de mais uma temporada foram sérios avisos para o facto do Lorient poder sair de “mãos a abanar”, já que em 2015 custou cerca de 4M€.
O FC Porto avançou para a contratação através de um empréstimo que fina no final da temporada, com a possibilidade de compra do passe se as condições forem favoráveis para todas as partes.
Mas é Waris um bom recurso? Só o tempo o dirá, mas é um jogador que pode estar mais na senda de Laurent Depoitre, Nabil Ghilas, Orlando Sá, Dani Osvaldo ou Suk, necessitando que o ganês seja mais da linha de Marc Janko, que apesar de “trapalhão” foi fundamental para a temporada de 2011/2012, conseguindo 5 golos em 12 jogos pelo FC Porto.
Em jogos contra equipas como o Estoril-Praia, Portimonense, Rio Ave ou Feirense, a participação do avançado pode ser importante se apresentar aquele faro de golo dentro da área, movimentações que castiga os centrais e capacidade para fugir com a bola sem que lha consigam tirar logo no primeiro momento. O recurso para sair do banco que Sérgio Conceição desejava?