Liga Portugal Betclic: Uma jornada que causou choque
O mundo do futebol atravessa mais uma paragem para compromissos internacionais. A terceira esta temporada. A seleção nacional portuguesa defronta a Polónia e a Croácia, numa dupla jornada para a liga das nações. Portugal apenas empatou por uma vez, tendo saído vitorioso nos restantes encontros, o que abre boas perspetivas para a fase final da competição. Contudo, não é a seleção nacional que ocupa a atenção mediática, atualmente. A vitória categórica do Benfica no clássico frente o Porto, e a saída de Rúben Amorim para Manchester são os grandes temas do momento. Assim sendo, o que significam estas duas variáveis na luta pelo título de campeão nacional esta temporada?
Por um lado, surge o Sporting. Quase indiscutivelmente a melhor equipa neste campeonato. As rotinas trabalhadas por Amorim colocaram os leões num patamar de excelência. Mesmo quando atravessam dificuldades encontram, quase sempre, uma forma de as derrotar. Exemplo maior do enumerado foi a vitória em Braga. No último jogo da era Amorim, a perder por dois a zero na casa dos minhotos, a equipa encontrou maneira de virar o resultado, com alicerces mais do que táticos, emocionais. O Sporting de Amorim enquadra-se na definição de equipa. Os jogadores apresentam-se unidos e coesos, numa quase perfeita ligação emocional, em torno de um objetivo comum: revalidar o título de campeões nacionais. Para isso contam com um pilar fundamental: o apoio dos seus adeptos. O Sporting é uma equipa ligada à emoção, muito bem complementada com a razão incutida por Amorim. João Pereira assume um Sporting no mote de cima. Só há dois desfechos possíveis para o antigo jogador, ou faz pior ou igual, porque melhor será praticamente impossível de fazer.
O primeiro dia de João Pereira ao comando do Sporting. pic.twitter.com/5gQCrsd5gg
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Por outro lado, o clássico. Alterou o paradigma dos confrontos entre Benfica e Porto. Se é verdade que os dragões venceram por cinco bolas a zero o Benfica há uns meses, a equipa da cidade invicta não concedia quatro golos ao Benfica há mais de sessenta anos. Um confronto que galvaniza o Benfica e desmotiva o porto.
A equipa da luz teve um inicio de temporada atribulada. Rui Costa foi forçado a demitir Schmidt por maus resultados e a contratar Lage por ausência de melhor alternativa. Depois do desastre europeu frente ao Bayern, no qual a equipa portuguesa defendeu em excesso e atacou em escassez, Bruno Lage encontrava-se sobre grande pressão para o clássico contra os dragões. Precisava de mostrar que a sua equipa também apresentava rendimento em jogos grandes. Foi o que fez, sendo melhor que os azuis e brancos em todos os momentos do jogo. Com um pouco mais de eficácia poderia ter alcançado um resultado com outras proporções.
Já o Porto de Vítor Bruno vive um momento muito mais delicado. Chegou à Luz, tal como o Benfica, após uma derrota europeia. Perdeu em Roma, frente à Lázio, nos últimos suspiros do jogo, tendo “desistido” de jogar depois de chegar ao empate. Soma apenas quatro pontos em quatro jogos na liga europa, para além da derrota em Alvalade. O momento era difícil e mais ficou depois de uma derrota nestes moldes. Vítor Bruno tem o lugar em cheque, principalmente pelos adeptos portistas, e terá de mostrar rendimento urgentemente. Se até ao final de janeiro não conseguir reduzir a desvantagem para a dianteira do campeonato (aproveitando o calendário mais difícil dos rivais que o Porto já atravessou) e melhorar a classificação na Liga Europa poderá não estar ao leme dos dragões no desfecho da época.
⏱Final de Jogo / End of the match / Final del Partido
SL Benfica 4-1 FC Porto#SLBFCP pic.twitter.com/PUVg4VTvi2
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Em suma, o Sporting é o principal favorito a conquistar o campeonato, até mesmo depois da saída de Amorim. Só um trabalho desastroso de João Pereira poderá afastar os leões do bicampeonato e é com isso que Frederico Varandas joga: uma equipa já oleada e um treinador jovem que poderá potencializar-se e dar a ganhar ao Sporting no futuro.