Gigante adormecido ou morto: O Estrela está de volta!
Em mais um episódio da rubrica, Gigante Adormecido ou Morto, analisamos um clube histórico, que já fez muito no passado, mas que já esteve nas ruas da amargura! Porém, voltam esta época, com nome e símbolos diferentes, mas com os mesmos ideais e princípios.
Um passado de jovens Estrelas
O Estrela da Amadora é mais um nome bem presente nas cabeças dos bons apreciadores de futebol. É um dos clubes mais antigos de Portugal, conseguiu feitos que poucos clubes portugueses conseguiram, tem um histórico de treinadores invejável e algo que lhes dá imensa relevância: formaram grandes jogadores que no futuro, seguiram para os “grandes” em Portugal.
O clube da Reboleira teve grande destaque pelas pérolas que saíam da sua formação. Desde Dimas, Paulo Bento, Abel Xavier, Miguel, Jorge Andrade, Calado, Paulo Ferreira, Chaínho ou Bebé, que depois seguiram para o SL Benfica, FC Porto ou Sporting CP, o Estrela deu-se a conhecer mesmo por isso.
Não que tivessem um palmarés magnífico, mas os jogadores que potenciavam e davam reconhecimento ao clube, e os treinadores que por lá passavam, faziam o clube bastante apreciado e, nos dias de hoje, ainda relembrado com agrado, nesse aspeto.
É necessário referir, como dito acima, o histórico de técnicos que passaram pelo relvado do “José Gomes”. Este ponto é também algo de orgulho do clube que, vendo agora, é de um nível muito elevado.
É importante mencionar que os timoneiros (de referência) são quase todos lusos. São eles: Manuel Fernandes (que tinha como adjunto José Mourinho), Jesualdo Ferreira, Fernando Santos, Jorge Jesus, Quinito, Álvaro Magalhães, Toni, Daúto Faquirá, Lito Vidigal e António Veloso.
Não obstante, existem outros pontos na história dos tricolores que são de relevância extrema e que não podíamos deixar passar em branco.
Entre os quais a vitória na Taça de Portugal, na temporada 1989/90 (ver foto). O Farense só se deixou bater na finalíssima, depois de um empate no 1º jogo. Foi dia de festa na Amadora, onde o clube conseguiu o seu 1º e único título.
Aludir também para a presença do clube da Reboleira na Taça das Taças, na época seguinte e na Taça Intertoto, na temporada 1998/1999, depois de terem conseguido, na época anterior, a sua melhor classificação de sempre, um 7º lugar.
Contudo, nem tudo é um mar de rosas para o Estrela. Em setembro de 2009, o Tribunal de Sintra considerou o clube insolvente. Depois de na época anterior já ter tido problemas financeiros, com dívidas a fornecedores, funcionários, jogadores, às Finanças e à Segurança Social, o clube foi extinguido (apesar dos bons resultados desportivos) e desapareceu do mapa.
A Atualidade e o Futuro do Estrela
Em 2011, foi fundado, por 6 sócios, o Clube Desportivo Estrela que se focava na formação do futebol e noutros desportos.
O clube volta esta época ao futebol sénior e vai competir (junto do Belenenses) na Série 2 da 1ª Divisão da AF Lisboa. Este é um regresso muito esperado de um clube que traz mágoa ao sabermos que deu tanto ao futebol português, mas que tropeçou em problemas financeiros.
A 1ª jornada está agendada para o dia 30 de setembro, onde a equipa comandada por Ricardo Monsanto vai defrontar o Operário. O regresso ao Estádio José Gomes será no dia 7 de outubro contra a Associação da Torre, o que será um jogo especial para qualquer adepto do futebol português.
Um dos grandes problemas que o CD Estrela está a sofrer prende-se com o facto da manutenção do Estádio, com relvado natural, que também é a casa dos escalões de formação. Arranjar um outro relvado para os jovens terá que ser prioritário para os tricolores.
A grande questão que podemos colocar é se o clube está preparado para o futebol sénior. Ainda que em divisões distritais, as despesas podem voltar a atacar o clube da Reboleira. Um dos sócios que renasceu o Estrela e que comandou a formação até agora, António França, referiu que um dos principais objetivos era aprender com os erros do passado para que os voltassem a cometer.
E isso é crucial para o Estrela. Não quererem dar um passo maior que a perna, para não voltarem às ruas da amargura.
A pergunta, é a mesma de sempre: estará o Gigante, Morto ou Adormecido?