O 11 de jogadores argentinos que passaram em Portugal e falharam
CARLOS BOSSIO (SL BENFICA)
Quem se esquece do icónico guardião argentino que pelo SL Benfica e chegou a servir de interlocutor de José Antonio Camacho em alguns jogos dos “encarnados” entre 2003-2004? Fez pouco mais de 20 jogos pelas “águias” em cinco épocas, onde chegou a ser emprestado ao Vitória FC durante uma temporada, e sofreu uma série de golos bem… questionáveis. Terrível na saída entre os postes, desorganizado na “construção” da muralha defensiva junto à grande área e com uma leitura táctica de baixa qualidade, o argentino ficou para sempre relembrado como um dos piores guarda-redes a passar pelos encarnados e, porque não, das maiores equipas em Portugal.
LUCAS MAREQUE (FC PORTO)
Foi uma autêntica guerra para apurar quem podia entrar na lista como lateral-esquerdo já que José Shaffer ou Nelson Benítez podiam estar perfeitamente nesta lista, mas a nossa escolha recaiu em Lucas Mareque. O lateral chegou ao Dragão coberto pelo “manto” do River Plate, tendo servido os Millionarios por três épocas quase sempre como titular. Portanto, esperava-se que chegasse ao Porto e conquistasse um lugar no onze de Jesualdo Ferreira, acabando por ser apenas um suplente ou nem isso, realizando quatro jogos e pouco mais. Mareque apresentava claros problemas na saída com bola, claudicando perante a maior pressão imposta pelo futebol europeu… foi emprestado ao Independiente em Junho de 2007 e nunca mais regressou à Invicta.
RENZO SARAVIA (FC PORTO)
Não há muito para se dizer sobre a estadia de Renzo Saravia, mas a verdade é que a direcção do FC Porto desembolsou cerca de quase 6M€ por um lateral que fez pouco mais 360 minutos, alinhando sobretudo em jogos da Taça de Portugal ou da Liga, sem nunca ter tido a oportunidade de jogar na Liga NOS por exemplo. O preço excessivo que custou e o facto de ter sido completamente renegado e quase “exilado” por Sérgio Conceição foram dois dos motivos pelo qual surge nesta lista, somando-se ainda aqueles 38 minutos aterrorizantes ante o Krasnodar – não só da sua responsabilidade, já que Ivan Marcano simplesmente permitiu a entrada dos adversários – que praticamente ajudaram a pôr um fim ao seu sonho de ser titular no emblema português.
CRISTIAN LEMA (SL BENFICA)
Lema chegou ao futebol português a custo-zero e com promessas que ia ser uma revelação no eixo-defensivo dos encarnados, mas acabou por ser uma aposta completamente frustrada com o argentino a ser devolvido ao futebol sul-americano passado alguns meses. O central que se mostrou em alto nível pelo Belgrano nunca recebeu oportunidades para mostrar o mesmo nível exibicional que apresentou no seu antigo emblema argentino e das duas exibições realizadas ficou patenteado a impaciência e a excessiva agressividade no ataque ao adversário. Parecia que ia fazer uma combinação de qualidade com Rúben Dias, só que os detalhes físicos acabaram por insuficientes para se afirmar na Luz.
MARCO TORSIGLIERI (SPORTING CP)
Custou uns “meros” 3,7M€ aos cofres dos Leões em 2010 e sairia passado dois anos por metade desse valor para o Metalist, num dos negócios ruinosos do Sporting Clube de Portugal neste século XXI. Marco Torsiglieri era um protento físico que conseguiu arrancar alguns elogios nos primeiros jogos, para depois cair abruptamente durante o resto da época ficando para sempre nos anais, revelando-se um erro de casting total para os “leões” que continuaram à procura de uma referência no eixo defensivo. Verdade que o Sporting CP só foi a 3ª defesa menos batida do campeonato, mas por pouco não perdeu o 3º lugar para o SC Braga, que acabou 2 pontos atrás de si… Torsiglieri era um centralão físico e pouco mais que chegou em 2010 com um rótulo de craque e acabou por sair pela porta pequena.
SEBASTIÁN PREDIGER (FC PORTO)
Para os médios, optámos por dois ex-FC Porto pois ambos chegaram ao Dragão rodeados de uma aura positiva e de afirmação… Prediger, trinco com aquelas características físicas agressivas de grande expansão naqueles 20 metros de terreno de jogo e que procurava se assumir como uma referência no estancar de jogo do adversário. Quando chega ao Porto em 2009, vem acompanhado de Radamel Falcao, Fernando Belluschi, Alvaro Pereira e Rúben Micael, num autêntico contentor de novas transferências que prometiam dar um fôlego especial aos dragões então treinados por Jesualdo Ferreira, que tinha ao seu dispor uma das equipas mais interessantes da história dos azuis-e-brancos. Prediger tinha “somente” que afastar Fernando da posição de nº6 para ser titular no clube, mas ao fim de 5 meses ficou visto que nem para suplente resultava acabando por sair para a Argentina mal o mercado de transferências de inverno abriu. Custou sensivelmente 3,3M€ e foi um daqueles negócios que prometia vir a render, até porque quando chegou ao emblema portuense tinha acabado de se estrear pela selecção argentina.
MARIO BOLATTI (FC PORTO)
Um polivalente médio que tinha perfume nos pés e uma visão de jogo até de alto calibre, mas que a falta de entrosamento, intensidade e compromisso defensivo acabaram por ditar um “adeus” permatura ao FC Porto… Mario Bolatti foi vítima do seu próprio insucesso. Quando chegou ao Dragão era visto como um diamante extraordinário, talhado para grandes feitos e com capacidade para atingir outro patamar, só que faltaram certas características para chegar a esses novos “mundos”. Não um flop puro e duro, mas não há dúvidas que para o que prometia ou pela qualidade que tinha com a bola nos pés passou completamente ao lado, conseguindo ainda Jorge Nuno Pinto da Costa arrancar uns 3,5M€ à Fiorentina pela sua contratação.
JULIAN KMET (SPORTING CP)
Entre acusações de descriminação, noitadas em Lisboa e um comportamento nada profissional, o médio-ofensivo Julian Kmet foi um daqueles talentos puros do futebol argentino a cair em desgraça muito cedo na carreira. De Leão ao peito só realizou um jogo, apesar de ter vindo rotulado de craque na Argentina depois de ter realizado uma temporada de grande nível ao serviço do Lanús na primeira liga da Argentina, com 13 golos marcados em quase 40 jogos com apenas 19 anos nas pernas. Kmet foi um daqueles vários jogadores contratados pelo Sporting CP do virar do século que muito prometia para depois acabar na porta de saída, com pouco mais de alguns minutos somados.
DIEGO VALERI (FC PORTO)
Virtuoso mas desequilibrado, rápido mas sem capacidade de recuperar quando era necessário defender, genial com a bola no pé mas um problema sem a redonda junto de si… este foi o BI deixado por Diego Valeri na sua passagem curta pelo FC Porto, tendo realizado 13 jogos na temporada 2009-2010 saindo no Verão seguinte em direcção ao futebol espanhol e, depois, argentino. Valeri nem custou nada de especial aos cofres do Dragão (1,5M€) só que prometia minimamente futebol espectáculo e de grande intensidade, tendo sido um dos atletas de referência do Lanús durante as épocas de 2005 a 2009, sem nunca conseguir mostrar o mesmo em Portugal. Ficaram evidentes as algumas falhas tanto na compreensão táctica ou na participação defensiva e esse fracasso foi amargo, já que Valeri mostrava certos pormenores de valor como unidade ofensiva.
ALAN RUIZ (SPORTING CP)
Chegou com tudo para se afirmar no ataque de um Sporting CP mais confiante, mas a relação de desafio constante para com Jorge Jesus e Bruno Carvalho – assim como o grupo de liderança dos verde-e-brancos – foi letal para a sua continuidade em Alvalade, apesar de até ter rubricado algumas exibições de franca qualidade. Um dos produtos de sucesso do Club de Gimnasia y Esgrima La Plata, Alan Ruiz chegou a Lisboa depois de uma boa época pelo San Lorenzo mas as infantilidades, a tal arrogância e o facto de não ter revelado qualquer evolução entre as temporadas de 2016/2017 e 2017/2018 mostraram que estava muito longe de ser o extraordinário jovem que se falava na imprensa sul-americana e que forçou o Sporting a pagar quase 6M€ na contratação dos seus serviços. Vítima de si ou de Jorge Jesus?
GONZALO BERGESSIO (SL BENFICA)
Ferreyra ou Bergessio, qual deles merecia um lugar na nossa frente de ataque? Ferreyra teve um alto custo em termos salariais e de assinatura de contrato, mas Bergessio para além do contrato e salário ainda obrigou a Luís Filipe Vieira a gastar 3M€ pelo concurso do ponta-de-lança que conseguiu o feito de não marcar qualquer golo, sendo a sua passagem pelo SL Benfica o único momento em que não facturou no decurso de uma época. Aterrou na capital portuguesa em Julho de 2007 e no fim dessa temporada acabou devolvido ao futebol argentino, com o San Lorenzo a requisitar os seus serviços. Bergessio tinha algumas nuances positivas, seja pela forma como se mexia no ataque ou pela boa participação na construção de linhas, mas a falta de pólvora e capacidade de oportunidade foram postas em claro e acabou por ser “engolido” pela máquina do SL Benfica. Curiosamente o San Lorenzo fez um negócio sensacional, já que passado um ano vendeu Bergessio ao Saint-Étienne por 7M€, depois do avançado até ter se estreado pelas Pampas com dois golos!