Conseguirá o PSG finalmente lutar pela Champions League?
4 títulos em 5 anos e o domínio completo do país gaulês. Mas tudo isto parece insuficiente para o Paris Saint Germain, que quer alcançar o topo do futebol europeu e resgatar para as suas fileiras o título de campeão europeu! Após um defeso de inúmeras surpresas, o clube parisiense parece estar mais forte que nunca, mais preparado para atacar o troféu mais cobiçado.
Investir como nunca ninguém tinha feito
Depois da perda do campeonato na última temporada para o Mónaco de Leonardo Jardim, os dirigentes bilionários do clube Parisiense tomaram a decisão de efetuar um super investimento. Os 220 milhões de euros gastos em Neymar e nos 180 milhões em Mbappé (apesar destes só serem pagos na próxima temporada), fazem dos dois os mais caros de sempre no mundo do futebol e colocam inevitavelmente o PSG nas bocas do Mundo. Para além disso, chegou ainda Dani Alves que, apesar do custo zero, implicou um investimento forte, quer de um ponto de vista financeiro, quer de um ponto de vista de balneário.
O objetivo deste investimento é claro: recuperar o título do campeonato francês ao Mónaco (mais uma obrigação do que um objetivo), mas principalmente trazer para Paris, e pela segunda vez para França (apesar de toda a polémica no título do Marselha), o título mais importante de clubes na Europa, a tão cobiçada Champions League.
O que tem faltado ao PSG para singrar na Europa?
Nas últimas prestações europeias, o Paris Saint Germain nunca conseguiu ultrapassar os quartos de final, demonstrando sempre uma enorme dificuldade para derrotar adversários superiores, que pareceram sempre ter um andamento muito superior ao do PSG nestas ocasiões.
Depois de duas eliminações com o Barcelona e uma eliminação com o City, tornou-se percetível que faltava ao PSG a capacidade mental para atacar o título. Percebendo esta lacuna, o clube parisiense decide reforçar-se com jogadores com provas dadas, e é nesse sentido que se torna importante a contratação de Dani Alves, jogador campeão europeu de clubes em várias ocasiões, que traz para a equipa, juntamente com Neymar, a experiência em palcos desta dimensão.
O momento em que esta quebra foi mais notória foi a forma como o Barcelona, depois da derrota em Paris por 4-0, ganha em casa por 6-1 com 3 golos ao cair do pano, produzindo uma das reviravoltas mais épicas da história. Um jogo infernal para os pupilos de Unai Emery, num jogo onde a bola, como se diz na gíria do futebol, parecia “ter picos” ao ponto de no tempo de descontos o PSG não ter conseguido realizar uma dezena de passes certos.
Neste jogo, a figura maior foi curiosamente Neymar, que agora joga do lado parisiense, onde se tornou a estrela e a figura principal da caminhada do PSG esta temporada. A presença desta figura da equipa tem sido também uma mudança do paradigma do PSG para chegar ao sucesso, uma vez que têm sido os jogadores de classe mundial a distinguir, nos últimos anos, as equipas mais poderosas da Europa umas das outras. Basta olhar para Real e Barcelona, com Ronaldo e Messi, e vermos o porquê de estas equipas estarem um degrau acima das restantes na Europa.
A Champions para o PSG esta época
Volvidos três jogos da fase de grupos da Champions, o PSG é, a par com o Barcelona, Manchester United, Manchester City e Besiktas, uma das equipas que soma apenas vitórias nos três jogos já realizados. Se por si só estes números já são bastante positivos, ainda mais imponentes se tornam ao verificar que o PSG é a única equipa em prova que ainda não sofreu qualquer golo, e é o ataque mais demolidor, contando já com 12 golos marcados.
Num grupo onde constam os campeões da Bélgica, Escócia e Alemanha, o PSG é neste grupo o único “não campeão” do seu país, mas isso não impediu a equipa de Unay Emery de golear as duas equipas teoricamente mais fracas do grupo por contundentes 5-0 e 4-0, ambas as vitórias conseguidas fora de casa, frente ao Celtic e ao Anderlecht, respetivamente.
Apesar de estas duas vitórias serem já bastante animadoras para o PSG, foi no jogo com o Bayern que os adeptos e os críticos do futebol começaram a olhar para esta equipa como um sério candidato à vitória final. Uma vitória em Paris por 3-0 a castigar um dos maiores colossos europeus, algo que não é muito comum em Paris devido às dificuldades já referidas a jogar contra equipas de maior dimensão (excepção feita aos 4-0 ao Barcelona e que se revelaram insuficientes para o PSG), e com um futebol de alta rotação, sempre bem praticado e capaz de deixar qualquer adepto de futebol de olhos colados ao ecrã, especialmente com a magia dos três homens da frente e do luxuoso duo Verratti e Rabiot.
No entanto, a dúvida ainda não está completamente dissipada, pois este Bayern, à altura comandado por Ancelotti, passava uma crise motivacional e a praticava um futebol pobre, estando os adeptos interessados em ver como reage a equipa ao jogo na Allianz Arena em Munique, na segunda volta.
Mesmo estando ainda numa fase embrionária da Champions League, este PSG já aparece, juntamente com o Manchester City, como um dos clubes mais fortes na Europa e que podem ganhar o troféu mais desejado pela elite europeia.
O PSG parece finalmente ter conseguido afastar os problemas do passado, parece ter na sua equipa aquilo que permitiu o sucesso nos anos mais recentes a Real, Barcelona e Bayern Munique, um tridente ofensivo de grande sucesso (Mbappé, Cavani e Neymar), que já leva 9 golos na prova, e o jogador que “sozinho consegue fazer a diferença”. Ainda não está ao nível de Ronaldo ou Messi, mas Neymar Jr. já é um dos melhores do mundo e pode ser aquele jogador que quando a equipa mais precisa aparece a resolver um jogo complicado, algo que o PSG nunca teve, nem mesmo com Zlatan nas suas fileiras.
O PSG parece reunir todas as condições para se assumir como um forte candidato à conquista do mais importante troféu europeu, aliando um plantel bem construído com a qualidade individual de classe mundial que vinha faltando nos últimos anos. Resta saber se Unai Emery tem “mãos” para este navio e se Neymar terá a capacidade de liderar a sua equipa como Messi e Ronaldo fazem nos seus clubes.