La Liga: As 5 “caras novas” do Futebol espanhol

Bruno DiasSetembro 29, 20206min0

La Liga: As 5 “caras novas” do Futebol espanhol

Bruno DiasSetembro 29, 20206min0
Todos os anos, a "La Liga" é alimentada por novos talentos e velhos regressos, vindos dos mais diversos campeonatos europeus. E a época 2020/21 - embora surja num contexto excepcional - não é excepção.

Por todas as circunstâncias e mais algumas, 2020/21 será uma época distinta de todas as anteriores. O futebol não foi poupado pela pandemia actual, e isso reflecte-se numa série de factores que alteram e afectam o fenómeno. Os valores envolvidos desceram consideravelmente e o número de transferências também, face a um mercado de Verão insólito e “fora de horas”.

Assim, o mercado tem primado, essencialmente, por poucas mexidas nos principais clubes e por uma aposta especialmente focada no mercado interno, em valores seguros e já adaptados à realidade da competição. Exemplo disso mesmo são as mudanças de Dani Parejo e Francis Coquelin (Valencia > Villarreal), de Ivan Rakitic (Barcelona > Sevilla) ou de Luis Suárez (Barcelona > Atlético).

No entanto, nem só de transferências internas se fez o mercado, e entre novas caras ou regressos há muito aguardados, eis cinco “novidades” da nova temporada do futebol espanhol.

 

Philippe Coutinho (FC Barcelona)

Um regresso que se espera glorioso. É certamente assim que os adeptos “culés” olham para a segunda oportunidade de Philippe Coutinho no FC Barcelona. A sua primeira passagem por Camp Nou esteve longe de encantar, com sucessivas exibições apagadas e uma inconsistência que nunca pareceu ultrapassável.

No entanto, a sua temporada na Baviera, emprestado ao Bayern, teve o condão de o tornar campeão europeu (tendo inclusive contribuído com dois golos frente ao seu actual clube, na humilhação que os bávaros impuseram aos catalães, com uma goleada por 8-2) e de conseguir que, a espaços, o melhor Coutinho voltasse a aparecer. E é esse jogador, com doses industriais de criatividade, magia e capacidade de desequilíbrio, que Ronald Koeman espera poder utilizar no seu 11 inicial, juntando-o a Lionel Messi, Antoine Griezmann ou Ansu Fati, no que será certamente um Barcelona de grande poderio ofensivo.

Depois de parecer ser um gigantesco “flop”, o melhor reforço do Barça poderá mesmo ter regressado sem custos ao clube.

 

David Silva (Real Sociedad)

Continuando na senda dos regressos, este é especial por motivos distintos de qualquer outro. Corria o ano de 2010 quando um jovem David Silva, cheio de potencial mas com toda uma carreira pela frente, deixava o Valencia – onde havia brilhado – para rumar a Inglaterra e juntar-se ao Manchester City.

10 anos passaram. Silva conquistou praticamente tudo o que havia para conquistar com o City, tornou-se num dos mais históricos jogadores a vestir a camisola da selecção espanhola ( jogador com mais internacionalizações, o com mais golos apontados ao serviço da “La Roja”) e construiu uma carreira de inegável prestígio mundial, sendo amplamente reconhecido como um dos melhores “criativos” da última década do jogo.

Aos 34 anos, chega à Real Sociedad de forma algo surpreendente, quando se especulava que pudesse regressar “a casa”, para o Valencia, ou rumar a Itália, para a Lazio. Aí, será o substituto natural de Martin Odegaard, o prodígio dinamarquês que regressou esta temporada ao Real Madrid para ser aposta de Zinedine Zidane. Dificilmente a transição de talento poderia ser mais suave.

(Foto: tribunaexpresso.pt)

Pervis Estupiñán (Villarreal CF)

O caso de Pervis Estupiñán não chega a ser bem uma “cara nova”. O equatoriano já actuava na “La Liga” nas duas temporadas anteriores, sempre por empréstimo dos ingleses do Watford, clube a que o seu passe pertencia. Isso mudou neste Verão, com o Villarreal a pagar cerca de 15M€ pelos serviços do lateral-esquerdo de 22 anos.

Imponente do ponto de vista atlético, a sua propensão ofensiva subirá o nível no flanco esquerdo do Villarreal e garantirá profundidade e acutilância no ataque, ao mesmo tempo que assegura uma segurança e estabilidade defensivas que até aqui eram mais instáveis, com Alberto Moreno.

Continuando o seu desenvolvimento ascendente, Estupiñán tem tudo para continuar a ser uma figura de destaque na competição, podendo até almejar voos mais altos, dada a escassez de grandes talentos e bons valores na posição a nível mundial.

 

Uros Racic (Valencia CF)

De Portugal chega-nos um centro-campista que promete dar muito que falar. Uros Racic já pertencia ao Valencia, mas passou a temporada 2019/20 emprestado ao Famalicão. E foi aí, na equipa-revelação da 1ª Liga, que o sérvio de 22 anos demonstrou todas as qualidades que o fazem

Incrivelmente completo, Racic combina a sua capacidade física e atlética com um requinte técnico sublime e claramente acima da média. Guarda a bola com segurança e eficácia, dá fluidez à circulação e chega com qualidade à área adversária, fazendo também usufruto, em muitos casos, da sua poderosa e colocada meia distância, que deu origem a belíssimos golos no campeonato português.

Um jogador a seguir com especial atenção.

 

Shon Weissman (Real Valladolid)

Quando Ronaldo Luís Nazário de Lima se assume como fã, é porque alguma coisa Shon Weissman está a fazer bem. E neste caso, identificar o que o torna tão interessante e valioso é simples: o golo.

O israelita apontou 37 golos em 40 jogos em 2019/20, ao serviço do Wolfsberger, num registo brutal e que levou a que o seu nome se tornasse reconhecido um pouco por toda a Europa. Os interessados sucederam-se, mas foi mesmo o Valladolid que assegurou a contratação do avançado de 24 anos, com o “Fenómeno” em pessoa – agora dono do clube – a tomar partido nas negociações.

Resta agora saber se Weissman conseguirá transportar para a “La Liga” esta sua tremenda veia goleadora.

(Foto: marca.com)

 

Como sempre, espera-se que a edição 2020/21 da “La Liga” seja pródiga em golos e emoção, e que todos estes talentos venham acrescentar qualidade e magia a uma liga já de si recheada dos melhores ingredientes para um fantástico espectáculo.


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