Emprestados de Sporting CP, SL Benfica e FC Porto: qual o veredicto? pt.2

Na primeira parte deste artigo analisámos alguns motivos pelo qual uma entidade empresta um atleta, além de avaliarmos a situação do Sporting, e agora saltamos até ao FC Porto perceber a situação dos emprestados dos azuis-e-brancos.

Caso do FC Porto

Tal como no caso do Sporting, existem alguns elementos que podem alimentar uma certa esperança de marcar presença no plantel principal dos «dragões» na próxima temporada, podendo até ganhar relevância. O principal nome é o de Diogo Leite que está a realizar uma bela temporada com a equipa do Union Berlin, sendo um dos titulares da equipa. O único problema do atleta é jogar num sistema a 3, onde tem dois colegas, algo que bastante diferente do que jogar apenas com um central ao seu lado, como o FC Porto joga. A idade avançada de Pepe e Marcano, além da má época de David Carmo, alimentam a esperança que Leite poderá sonhar com a titularidade, caso faça uma boa pré-época. Já não é o elemento inexperiente que foi cedido ao Braga em 2021/22, o seu crescimento foi notório. O seu empréstimo foi possivelmente a cedência com mais sucesso do FC Porto e das equipas grandes portuguesas. A problemática: a cláusula de 7,5 milhões de euros que o Union poderá exercer.

?? Union Berlin ? Borussia M'Gladbach

Diogo Leite ?? contribuiu com uma assistência (e muitos outros passes de qualidade) e foi o melhor em campo na vitória dramática que mantém o Union no 1º lugar da #Bundesliga ⭐️#BundesligaEleven #RatersGonnaRate pic.twitter.com/WscrlslULa

— GoalPoint (@_Goalpoint) October 30, 2022

Loum, Carraça e Nanu integram o “pacote” de elementos que foram emprestados para somar minutos e valorizar. Loum nunca atingiu o patamar que se esperaria, apesar de estar a dar cartas em Inglaterra, o que poderá levar a uma boa transferência, principalmente porque estando no Reading, a sua presença nas tarefas defensivas foi muito maior do que se estivesse no FC Porto, o que fez com ganhasse destaque. Carraça chegou após uma boa época no Boavista, porém foi uma transferência que nunca se compreendeu, porque não tem qualidade para o FC Porto, tanto a lateral direito como a médio.

Tem estado em bom plano no Gil Vicente, mas é um atleta talhado para esse tipo de equipas e não para clubes que sejam candidatos ao título. Nanu é semelhante a Carraça. Fez uma boa temporada no Marítimo, esteve cedido na MLS onde mostrou que é um bom jogador, porém insuficiente para estar no Dragão. A sua passagem no Santa Clara mostra um pouco o desespero de o emprestar, já que é a pior equipa do campeonato, na opinião de muitos.

Tomás Esteves é, na minha opinião, o elemento (a par com Diogo Leite) com mais esperanças de ser reintegrado na equipa principal. Apesar de terem existido muitas esperanças sobre o atleta no passado, o mesmo nunca chegou a singrar, mas olhamos para o plantel do FC Porto e apenas vemos João Mário para exercer com qualidade a posição (Pepê com a qualidade que tem não faz sentido jogar na defesa). Tomás Esteves não é inferior nem a Manafá, nem a Rodrigo Conceição e a sua reintegração poderia evitar uma ida ao mercado. Com a sua boa época no Pisa, é obrigatória a presença na pré-temporada. A cláusula de comprar de 5,5 milhões de euros é demasiado elevada para o Pisa, embora possamos assistir a um novo “Caso Demiral”

Romário Baró é o nome com a situação mais complexa de toda a lista. O médio já foi considerado uma das maiores esperanças de Portugal (mais que Tomás Esteves ou Diogo Leite, para muitos analistas), porém faltou dar-lhe o salto. Não conseguiu afirmar-se no Estoril e esta temporada no Casa Pia não tem feito a diferença, mesmo estando integrado numa equipa que pratica um futebol positivo. Ao ter somente 23 anos, ainda existe uma margem de progressão, porém tem um contrato longo (até 2026), que poderá representar um problema para o clube, caso o médio não consiga explodir.

Tomás Esteves e Diogo Leite possuem todas as valências para serem influentes no FC Porto de 2023/24, porém esta lista não contém mais nenhum elemento para tal. Se no Sporting, ainda existe alguma esperança de surpresa em Quaresma, por exemplo, no FC Porto não existe nenhum nome, além dos dois referidos, que possa surpreender na pré temporada. Baró podia ser esse elemento, mas já falhou duas vezes, numa posição absolutamente fundamental para Sérgio Conceição.

Seria inteligente pensar num processo semelhante ao feito com Sérgio Oliveira, cedendo o jogador em definitivo, mas mantendo parte do passe, caso exista um desenvolvimento e Baró para o nível que esperávamos há alguns anos. Os restantes nomes, o melhor seria negociar a título definitivo, pois não serão aproveitados e não têm capacidade para chegar ao nível do FC Porto (embora sejam jogadores de qualidade para clubes com outros objetivos).