Red Bull Bragantino, a sensação do Brasileirão 2020
Com o fim da época chegando no Brasil e as batalhas por terminar na Série A do Brasileirão, voltamos os olhos ao destaque da Série B, o Clube Atlético Bragantino, que se tornou Red Bull Bragantino e foi campeão da 2ª divisão do nacional em 2019, e que certamente será a surpresa da próxima época. Seja pela bela campanha dentro do relvado ou mesmo pela parceria feita com a marca de energéticos, o Bragantino surge como a novidade na Série A, com um investimento de mais de 40 milhões de euros para o crescimento da equipa, e o Fair Play conta alguns detalhes dessa jornada.
O Clube Atlético Bragantino e o Red Bull Brasil
Fundado em 8 de Janeiro de 1928, o Clube Atlético Bragantino, alvinegro do interior de São Paulo, tem história rica no estado paulista, principalmente no campeonato estadual, tanto é que já foi Campeão Paulista em 1990, inclusive com o então desconhecido Vanderlei Luxemburgo. Mesmo já tendo disputado competições continentais, seus principais títulos, além do Paulistão de 90, são o Brasileirão Série C em 2007, e duas taças da Série B, uma em 1989 e outra 30 anos depois, agora em 2019.
Mas e o Red Bull Brasil? Este, fundado em 2007 e já gerido pela multinacional de energéticos, tem sua sede em Campinas (também em São Paulo) e na década de 2010 trilhou sua caminhada desde a 4ª divisão do Paulista até a Série A1 em 2015, ano da estréia também na 4ª divisão do nacional. Mas a intenção da Red Bull era estar na Série A também do Brasileirão o mais rápido possível, e é então que a história das duas equipas se une, devido à empresa austríaca assumir a administração do Braga já em 2019 para construir uma equipa vencedora para estar na elite brasileira em 2020.
O Título da Série B do Brasileirão 2019
E deu certo. O agora Red Bull Bragantino foi Campeão Brasileiro da Série B em 2019, com duas jornadas de antecedência e 75 pontos na classificação final. Destaque para Claudinho (médio ofensivo) e Ytalo (avançado), que juntos somaram 23 golos no torneio, além de 14 assistências para golo. Tudo isso sob comando do treinador Antonio Carlos Zago, que teve passagens por São Paulo, Corinthians, Santos e Palmeiras, Roma, Besiktas, além da Seleção Brasileira, como jogador, e Palmeiras, Internacional e Fortaleza como treinador.
Tido como um treinador de Série A na Série B, Zago estava no Red Bull Brasil quando houve a imersão. A equipa do Bragantino se fortaleceu rumo ao título da Série B, sem que o RB Brasil acabasse. Devido à equipa de Campinas continuar suas atividades, foi definido que jogará com o sub-23 no Paulistão (A2) enquanto o Red Bull Bragantino terá seu time prinicipal na disputa de início de época na A1. Outros jogadores como Morato (ex-São Paulo), Thiago Ribeiro (ex-São Paulo e Santos), Edimar (ex-Cruzeiro e São Paulo) e o guarda-redes Júlio César (ex-Corinthians) fazem parte do estrelado plantel.
A gestão e a infraestrutura da equipa
Não é a toa que o projeto da Red Bull começa a colher frutos. Pelo planejamento a longo prazo e o investimento de 40 milhões de euros (200 milhões de reais), Thiago Scuro, CEO do Red Bull Bragantino, é o nome forte da gestão do Massa Bruta. Com o final da época, parte do investimento já está sendo feito na revitalização do estádio Nabi Abi Chedid, que ao longo dos próximos dois anos será uma arena para diversos usos, e aumentará sua capacidade para mais de 20 mil adeptos. A cidade de Bragança Paulista, interior de São Paulo, certamente terá mais visitantes devido à equipa.
Justamente por acreditar no projeto, Thiago Scuro recusou recentemente uma abordagem do Palmeiras, que acabou de demitir seu treinador Mano Menezes e o Gestor de Futebol Alexandre Mattos. Na visão de Scuro, o projeto apresentado tende a ser mais concreto, ainda mais com o suporte da Red Bull. A ideia inicial é sempre permanecer na primeira divisão em um primeiro ano difícil, e quem sabe a médio prazo começar a participar de competições continentais.
Para concluir, o RB Bragantino já se mexe no mercado, sabendo que terá de fortalecer o plantel se quiser almejar maiores vôos na Série A. A primeira investida é no jovem Alerrandro, destaque de 19 anos que estava no Atlético Mineiro. A equipa bragantina pagou cerca de 3 milhões de euros por 80% dos direitos do jogador, sendo que os outros 20% permanecem com o Atlético para lucrar em uma futura venda. Com dinheiro, infraestrutura e planejamento a longo prazo, é de se esperar que o Bragantino tenha ainda mais destaque em 2020.