Existe melhor momento para Lucas Moura voltar ao Brasil?
Nos últimos meses vem crescendo uma onda de movimentações em torno do possível regresso de Lucas Moura ao Brasil, especificamente para voltar a sua equipa de coração, o São Paulo. Mesmo com a forte concorrência de times europeus, tanto a diretoria da equipa brasileira quanto seus adeptos estão atentos ao “sim” do jogador para uma possível proposta. Ainda que um pouco distante, já que o jogador tem contrato vigente com o Tottenham, ele expira na próxima janela de transferências, no meio do ano, e Lucas pode tanto assinar um pré-contrato agora, como também sair sem custos em Junho/23 caso o próprio Tottenham não renove (segundo The Telegraaf, o time inglês não mostra esse interesse).
Será este, portanto, o melhor momento para Lucas Moura voltar ao Brasil? Aos 30 anos de idade, podemos dizer que, uma das maiores promessas do tricolor paulista recentemente, não conseguiu ter o protagonismo que todos imaginavam na europa. Longe de ter sido um jogador mal sucedido no velho continente, e justamente por este motivo é que ele ainda deve analisar boas propostas nas principais ligas. Mas ainda assim, tem futebol capaz de performar muito acima da média em terras canarinhas. O Fair Play analisa três principais aspectos que fazem deste o momento ideal para Lucas retornar ao São Paulo.
Condição Física
Esta é apenas a segunda vez que Lucas Moura fica tanto tempo fora dos relvados. Pelo PSG, na época 14/15, foram 56 dias fora por problemas musculares na coxa. E agora, em 22/23, já são 42 dias com uma lesão na panturrilha, que faz com que Antonio Conte só pudesse utilizá-lo em 11 partidas, nenhuma delas por 90 minutos. Tirando estes dois momentos, Lucas não teve até agora na carreira nenhuma lesão grave ou mais séria do que estas. E o que isto nos leva a crer?
Se por um lado, entende-se que este bom histórico garante que, mesmo aos 30 anos, ele ainda tenha plenas condições físicas de atuar em alto nível na europa, também faz muito sentido que nesta idade ele consiga atuar com condições muito favoráveis em solo brasileiro se comparado a um ponto futuro em sua carreira, ou mesmo comparado a outros jogadores que retornam para encerrar suas carreiras. Miranda foi um exemplo que, sendo ídolo do clube, não conseguiu manter sua alta performance em 2022 e acabou por pendurar as chuteiras.
O São Paulo
Este e o próximo tópico podem até se confundir, mas o fator “casa” também pode ser predominante. Lucas Moura sempre declarou que, ao voltar ao Brasil, a prioridade sempre seria do São Paulo, time que o revelou, E o momento é propício justamente por serem anos de reconstrução financeira, administrativa e esportiva do clube. Durante a última década, o time sofreu com administrações que afundaram a equipa, e não por menos os adeptos viveram longos anos de jejum de títulos.
Recentemente, com Hernán Crespo no comando, conquistou o Paulistão (21) depois de 16 anos, e com Rogério Ceni a beira do relvado, chegou novamente à final do Paulistão (22) e também à final da Sul-Americana, competição esta que foi a última conquistada por Lucas Moura, em 2012, antes de se despedir do São Paulo rumo a Paris. Lucas poderia, com certa tranquilidade, ser a imagem desta reconstrução, ao lado de Rogério Ceni, ídolos recentes que retornam ao clube por “amor à camisa”. Sabemos que isso é cada vez mais díficil nos dias atuais.
Rogério Ceni
O nome da reconstrução até aqui é de Rogério Ceni. Aquele que aponta as feridas do clube de maneira indiscriminada, sem se preocupar em “manchar” sua imagem com os adeptos, ou mesmo com os cartolas que hoje dirigem o clube. Estes últimos sabem que a figura do ex guarda-redes é muito maior do que a de qualquer outro nome na instituição, em que se pese a presença do comandante Muricy Ramalho nas áreas administrativas do futebol. Ceni, em entrevista recente, descartou qualquer possibilidade de Lucas retornar, e ainda disse que não se deve “iludir o torcedor” com uma possibilidade dessa.
Veja aqui a entrevista em que Rogério descarta o retorno de Lucas neste momento.
Mas além disso, Lucas e ele já se mostraram amigos pessoais, e a fatídica imagem de ambos levantando a última taça continental para o clube, com Ceni passando a faixa de capitão para o então novato Lucas, mostra que o mínimo de “confiança” no treinador o atacante terá. Poderá se sentir em casa não apenas no clube que o formou, como também com o treinador outrora parceiro de time e que poderá extrair o melhor do avançado neste retorno, o colocando em posição imediata de disputa de títulos e alçando-o ainda mais a um status de ídolo que ele já tem, mas que pode consolidar ao deixar outras opções europeias de lado para voltar onde um dia já foi feliz.