5 veteranos a seguir no Mundial de 2018

Daniel CarvalhoJunho 10, 20189min0

5 veteranos a seguir no Mundial de 2018

Daniel CarvalhoJunho 10, 20189min0
Neste artigo, o Fair Play destaca 5 veteranos que, por toda a sua maturidade e competência, têm hoje estatuto de 'veterano' no Mundial de 2018, na Rússia!

Se por um lado a atenção está toda virada para os jovens talentos e para os ‘craques’ da atualidade, por outro temos alguns jogadores que se destacam pela sua maturidade e presenças em campeonatos do mundo. Aquilo que para uns é novidade, para outros é a última oportunidade de estarem no maior palco do futebol mundial.

Neste artigo, o Fair Play aborda 5 dos veteranos (há mais, mas estes são os mais “experientes”) que irão marcar presença no Mundial de 2018, na Rússia.

Tim Cahill (Austrália) – 38 anos

 

A sua carreira como futebolista profissional começa na Austrália, mas é na Europa, no Everton, que Tim Cahill nasceu para o futebol mundial. Entre muitas outras caraterísticas, destacou-se pela sua excelência no cabeceamento, apesar da sua baixa estatura.

Após o mundial de 2006, entrou para a lista da Ballon D’or como um dos 50 nomes nomeados para o melhor jogador do mundo. Rapidamente entrou para a lista de lendas do Everton FC, tendo marcado 70 golos em 268 jogos.

Pela Seleção Australiana, conquistou a Taça das Nações da OFC disputado entre países da Oceânia. Em Mundiais, marca presença em todas as edições desde 2006, contabilizado um total de cinco golos marcados. Como tal, esta será a sua 4ª presença na prova e, apesar da idade, perspetiva-se uma prova muito competente para este veterano. Caso faça o gosto ao pé na Rússia, poderá realizar o feito de marcar, pelo menos um golo, em todas as edições desde 2006.

Contudo, a idade avançada do jogador Australiano irá, com certeza, ressentir-se na sua condição física. Assim sendo, a Austrália deverá esperar de Cahill muita competência, experiência e dedicação máxima na defesa das cores do seu país.

Veremos o que Tim Cahill terá guardado na manga para esta reta final de carreira. Para já, ficamos com alguns dos golos marcados pelo Australiano ao serviço da seleção:

Essan El-Hadary – Egito, 45 anos

O guarda-redes Egípcio vai estrear-se em mundiais de futebol e logo como o mais velho de sempre na prova. Para isso, tal como se espera, basta entrar em campo pela Seleção em qualquer jogo da seleção norte-africana. Assim, tudo indica que o ancião irá bater a marca do colombiano Mondragon, que em 2014 jogou no Brasil com 43 anos.

Atualmente, atua pelo Al-Taawoun Football Club, da Arábia Saudita. Nunca conseguiu vingar em nenhum clube ‘grande’ do futebol europeu, mas isso não foi razão para não ter entrado para a restrita lista de lendas do Al-Ahly, do Egito. Atuou ao serviço do clube entre 1996 e 2008, tendo conquistado 7 campeonatos Egípcios, 4 taças e 3 supertaças. O grande destaque vai para as 4 conquistas da Liga dos Campeões da CAF e 3 conquistas da Supertaça, também da CAF.

Em África, chamam-lhe Buffon, e é fácil perceber o porquê. Uma das histórias que enfatiza esta alcunha tem lugar em 2017 na CAN, realizada no Gabão. Em 2014, afirmou que o jogo entre Egito e Tunísia tinha sido o seu último pela seleção. No entanto, após conversa com o Selecionador Nacional, aceitou ser convocado para a CAN de 2017, como terceiro guarda-redes.

“Há males que vêm por bem”

A Taça das Nações Africanas começou da forma mais atribulada possível, com os dois principais guarda-redes a lesionarem-se nos jogos iniciais. Quem foi chamado á titularidade? Exato. Após as lesões de Ahmed El-Shenawy e Sherif Ejramy, El Hadary assumiu as redes egípcias até á final da competição, onde o Egito foi derrotado pelos Camarões. Tendo sido o herói das grandes penalidades contra a Burkina Faso, o rótulo de herói facilmente chegou e teima em não desaparecer.

Agora, está a poucos meses de alcançar a única coisa que lhe falta numa carreira repleta de títulos e conquistas individuais: o sonho de participar num Mundial está há distância de dias.

Foto: Getty Images

Rafael Márquez (39 anos) – México

Rafa Márquez é um dos defesas centrais mais emblemáticos da história do futebol mundial. Começou a carreira no Atlas, do México (curiosamente, clube onde atua atualmente). Chegou à Europa, pela mão de Ársene Wenger, ao serviço do As Mónaco, onde jogou até 2003.

Fruto do seu bom desempenho no clube francês foi contratado pelo FC Barcelona de Frank Rijkaard, em 2003. Aqui, foi titular durante várias épocas onde fez parceria com Carles Puyol no eixo da defesa dos blaugrana. Com uma das melhores duplas de centrais da história do futebol, o FC Barcelona conseguiu conquistar a Liga dos Campeões de 2005-2006, com Rafa Márquez a ser peça fundamental na obtenção da prova. Em 2008-2009, a proeza repetiu-se.

Caraterizou-se ao longo do tempo pela sua forte capacidade de cabeceamento e cobrança de livres diretos. A sua visão de jogo distinta, tendo em conta a posição onde atua, fez dele um central completo, levando-o a atuar como trinco em muitas partidas.

A forte capacidade liderança fez com que capitaneasse grande partes dos clubes onde atuou e, ainda, a seleção mexicana.

Na seleção, atua desde 1997. Participou como titular nos campeonatos do mundo de 2002, 2006, 2010 e 2014. Com a convocatória de 2018, entra para a restrita lista de jogadores com 5 participações em mundiais, entre eles Lothar Matthäus e Gianluigi Buffon.

Vejamos alguns dos melhores momentos da carreira de Rafa Márquez:

Bruno Alves (36 anos) – Portugal

 

Um dos jogadores mais velhos a marcar presença neste mundial de 2018 pertence a terras lusitanas. Após 95 internacionalizações e 11 golos marcados, Bruno Alves espreita uma oportunidade de ouro para um fim de carreira de sonho. Com José Fonte em sub-rendimento e Rúben Dias em estreia pela equipa das quinas, Bruno Alves posiciona-se como uma das principais opções para fazer dupla de centrais com Pepe.

Conhecido pela sua bravura e agressividade, o menino da Póvoa do Varzim desde cedo despertou à atenção dos principais olheiros do norte do país. O FC Porto foi o seu destino e, apesar de alguns empréstimos pelo caminho, acabou por se tornar um dos defesas-centrais emblemáticos da Invicta. Jesualdo Ferreira foi quem jogou todas as fichas sob Bruno Alves e aposta acabou por se revelar certeira. Contabilizou 174 jogos em todas as competições, tendo marcado um total de 17 golos. Pelo caminho, ganhou duas mãos cheias de títulos: entre Liga, Taça e Supertaça portuguesas.

Em agosto de 2010, o Zenit (Rússia) pagou 22 milhões pelo seu passe. Daí em diante tornou-se difícil para Bruno Alves atingir a qualidade individual dos tempos de FC Porto. Passou pelo Fenerbahce (Turquia), Génova (Itália) e, atualmente, joga no Rangers (Escócia).

Estreou-se pela Seleção Nacional, em 2007, meses depois do mundial da Alemanha. Como tal, esta será a sua 3ª participação em mundiais depois das edições na África do Sul e no Brasil. Nessas edições, nunca conseguiu passar os oitavos de final da prova, tendo em conta a eliminação pela Espanha em 2010, e a passagem de EUA e Alemanha no grupo de Portugal em 2014.

Com o privilégio de pertencer ao lote de jogadores convocados para o Mundial, Bruno Alves irá disputar o campeonato do mundo juntamente com um dos planteis mais talentosos que Portugal já viu jogar. Veremos se o desfecho, desta vez, será o mesmo de 2016.

Foto: Getty Images

Sergey Ignashevich (38 anos) – Rússia

Chegamos até ao último nome dos 5 nomeados, pelo Fair Play, para veterano do mundial.

O anfitrião Ignashevich nasceu em Moscovo, na antiga União Soviética. Desde muito cedo, na escola, destacou-se pela sua altura e físico distintos. Começou a sua carreira no Spartak Orekhovo em 1999 e em 2001 foi contrato pelo Lokomotiv de Moscovo.

O seu futebol elegante, mas ao mesmo tempo agressivo despertou à atenção do CSKA de Moscovo. Em 2004, é contratado pelo clube e desde então tem consumido troféus atrás de troféus. Entre muitos campeonatos e taças da Rússia, destacamos a conquista da Taça Uefa em 2005, no Estádio José Alvalade. O CSKA acabaria por ganhar essa partida por três bolas a uma, com Ignashevich a assumir o centro da defesa durante os 90 minutos. Apesar dos 24 anos de idade, já se destacava pelo seu perfil ‘soviético’, aquilo que o levou a capitanear a equipa desde muito cedo, inclusive na final de 2005.

Na seleção Russa, a sorte não o tem acompanhado nas grandes competições. Estreou-se um mês depois do Mundial na Coreia e no Japão em 2002, lesionou-se meses antes do Euro 2004 e em 2006 a Rússia não conseguiu alcançar a qualificação para a fase final da competição. Como tal, a estreia ocorreu em 2008, onde a Rússia realizou uma prova invejável, tendo sido eliminada pela Espanha nas meias-finais, equipa que tornar-se-ia campeã da Europa.

Em mundiais, a primeira aparição ocorreu apenas em 2014, visto que a Rússia não conseguiu garantir a qualificação para África do Sul, em 2010. No mundial do Brasil, conseguiu chegar ao número redondo de 100 internacionalizações. Atualmente, conta já com 123 internacionalizações, tendo 11 golos marcados.

Agora, aos 38 anos, tem a oportunidade de competir no maior palco do futebol mundial na sua própria casa. Um sonho tornado realidade o qual poderá vir a prolongar-se, caso a Rússia consiga impor o seu melhor futebol e, quem sabe, chegar longe na competição.

Foto: Der Bild

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS