5 contratações a custo-zero que valeram vitórias e títulos

Francisco IsaacSetembro 29, 20216min0

5 contratações a custo-zero que valeram vitórias e títulos

Francisco IsaacSetembro 29, 20216min0
O contratar jogadores a custo-zero pode criar algumas dúvidas, mas estes 5 casos provam o sucesso que se pode ter nessas opções.

Estrelas de renome internacional do Desporto-Rei que acabaram por sair dos seus clubes a custo-zero, ingressando nas “trincheiras” de outro emblema onde conseguiram mostrar as suas melhores qualidades, para além de vários títulos conquistados. Relembra 5 jogadores dentro desses parâmetros da saída a custo-zero e com “prata” no currículo.

ANDREA PIRLO (AC MILAN -» JUVENTUS)

De super ídolo na bela cidade de Milão para… super ídolo na intensa cidade de Turim, esta é a história muito resumida da carreira de Andrea Pirlo nestes dois gigantes do futebol italiano. Podem ter já passado alguns anos desde quando o virtuoso médio saltou de um clube para o outro, mas, em Itália, poucos se esquecem que a Juventus não pagou qualquer euro ao AC Milan, tendo o recebido a custo-zero, continuando a ser uma das maiores contratações ou saída de um rival para o outro na Europa. Lembrar que Andrea Pirlo conquistou quase tudo pelos rossonero, incluído duas Series A, duas Ligas dos Campeões, duas Supertaças Europeias e ainda um Mundial de Clubes, sem esquecer outra “prata” interna de valor, naquilo que foram 10 épocas de serviço ao AC Milan, isto depois de ter sido contratado ao Inter de Milão (em 2001) por 17M€.

Acelerando até ao Verão de 2011, o astro italiano viu o seu contrato terminar com os milaneses e, de forma não tão inesperada assim, assinou contrato com a Juventus, assentando na Vechia Signora por quatro temporadas, somando aí um tetra campeonato, duas Supertaças de Itália e ainda uma Coppa Italia, sendo que foi na genialidade técnica e tácica onde deixou a maior marca, elevando ainda mais o seu nível depois de ter atingido o “Olimpo” competitivo a quando do seu tempo no AC Milan.

Custo-zero, experiência e genialidade na mala de porão, e um ídolo de dimensão universal em ambas as cidades e clubes.

JONAS (CF VALÊNCIA -» SL BENFICA)

183 jogos, 137 golos, 42 assistências, tetracampeão da Liga NOS, duas Taças de Portugal, vencedor por duas ocasiões como o maior goleador do campeonato português, Jonas foi das maiores contratações do século XXI do SL Benfica, tendo acrescentado um dose (ou várias) de letalidade à frente de ataque do SL Benfica, e fica para sempre postulado como um extraordinário ponta-de-lança.

É verdade que nos jogos grandes raramente rubricou exibições espectaculares (contra FC Porto e Sporting CP só conseguiu marcar por duas ocasiões e assistir noutra em 13 ocasiões), mas foi nos jogos de decidir campeonatos que o internacional brasileiro surgiu a fazer a diferença, elevando-se como a principal ameaça dos plantéis de Rui Vitória e Bruno Lage, como se mostra pela sua influência na hora de transformar oportunidades em golos, com uma média de 0,74 golos por jogo. Chegou do CF Valência a custo-zero, uma vez que tinha rescindido contrato com o clube na altura treinado por Nuno Espírito Santo, fez parte de um dos melhores capítulos da recente história do SL Benfica e deixa um registo impressionante em Portugal que ainda faz os adeptos encarnados sonhar com um novo “Jonas”.

MICHAEL BALLACK (BAYERN MUNIQUE -» CHELSEA FC)

Coqueluche do Bayer Leverkusen, clube pelo qual jogou uma final da Liga dos Campeões (perdida para o Real Madrid em 2002), Michael Ballack saiu e afirmou-se ao serviço do Bayern Munique durante quatro anos para depois, de forma inesperada, emigrar em direcção a Inglaterra, fazendo parte daquele monumental Chelsea de Roman Abramovich, numa operação que envolveu… zero euros. Não sendo algo comum para os lados do emblema bávaro, a verdade é que a saída de Ballack a custo-zero criou alguma surpresa já que na temporada 2005/2006, a sua última pelo Bayern, o médio-centro foi autor de 17 golos e 8 assistências, fazendo parte de mais um título de campeão do histórico de Munique, não tendo conseguido o clube chegar a acordo para a assinatura de um novo contrato, o que significou o fim e “adeus”.

Num Chelsea polvilhado por estrelas, Michael Ballack ainda teve oportunidade de conquistar uma Premier League, levantada em 2010, a sua última época em Stamford Bridge, isto depois de ter conseguido somar algumas Taças de Inglaterra, Community Shields e Taças da Liga Inglesa, ficando a faltar uma Liga dos Campeões, um dos objectivos declarados pelo alemão a quando da sua chegada a Inglaterra. Um doutor com e sem a bola redonda nos pés, que podia ter representado um negócio sensacional para o Bayern Munique, mas que saiu sem garantir qualquer encaixe à tesouraria.

ROBERT LEWANDOWSKI (BORUSSIA DORTMUND -» BAYERN MUNIQUE )

Terá sido a saída de Robert “Lewa” Lewadowski para o Bayern Munique um dos negócios mais ruinosos a todos os níveis para o Borussia Dortmund? Sabendo que o Dortmund não tinha grandes argumentos financeiros para conseguir manter o super goleador em “casa”, a verdade é que desde que o polaco passou para um dos maiores rivais dos die Schwarzgelben, ele já fez o gosto ao pé por 24 ocasiões contra a sua antiga equipa, tendo alguns dos golos significado conquistas de títulos e troféus.

É verdade que o Dortmund tem cedido alguns jogadores seus ao Bayern Munique a custo-zero, pois não consegue competir com as promessas salariais do maior emblema da Baviera, mas a saída de um dos melhores pontas-de-lança da recente história do futebol mundial deve custar bastante, especialmente pela forma como saiu e o valor de mercado que ostentava na altura (cerca de 50M€), criando alguma celeuma aos adeptos da casa. De qualquer forma, Robert Lewandowski sempre teve o máximo de respeito pelo seu antigo clube, e mesmo quando marcou qualquer um dos 26 golos nunca exagerou nos festejos, mostrando-se como um sempre fiel Borussen.

THIAGO SILVA (PSG -» CHELSEA FC)

Thiago Silva é um dos nomes mais icónicos da história do Paris-Saint Germain, tendo feito parte dos sete títulos de campeão da Ligue 1 conquistados, isto para além de ter jogado e capitaneado na final da Liga dos Campeões 2020, que terminou com uma derrota para o Bayern Munique. Quase escorraçado para fora de França pela direcção do emblema parisiense, o internacional brasileiro encontrou em Londres a sua nova casa e, ironia do destino, foi pelo Chelsea FC que conquistou o seu primeiro título europeu de clubes, quando ajudou a derrotar o Manchester City na final da Liga dos Campeões 2021, executando, na altura, uma estupenda exibição para quem ostentava já 37 anos de idade.

É verdade que a história gloriosa de Thiago Silva pelo Chelsea pode ficar já por aqui, seja pela dimensão dos restantes principais adversários na Premier League ou na Europa, no entanto, o facto de ter sido capaz de se reerguer após uma dispensa minimamente discutível – o PSG prometeu a renovação, para depois nunca apresentar qualquer oferta – e conseguir ser uma peça importante nos blues, demonstra o carácter e nível do internacional canarinho.


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